Os quatro bons negócios #nasdaq100
Nos anos 80, eu fazia uma afirmação que se tornou verdadeira — até que não funcionou mais. Dizia que no Brasil não só um banco ótimo era um grande negócio, mas também um banco bom, um banco médio e até um banco ruim. Como as taxas de juros era elevadíssimas, essa minha frase era certa. Hoje seria o equivalente substituir os bancos por empresas petrolíferas: com o preço do petróleo nas alturas, todas são muito rentáveis.
Essa ideia guarda semelhança na área de investimentos. Eu
enfatizo que mais importante que escolher um gestor brilhante de fundo é ter
uma alocação adequada ao seu perfil de risco e principalmente às condições
macro da economia. Existe um estudo acadêmico publicado há alguns anos
evidenciando que 90% do seu rendimento é oriundo da boa alocação entre as
classes de ativos. Cullen Roche, em seu site Pragmatic Capitalism, se pergunta:
Implementamos a construção de portfólio completamente de trás para frente?
Eu tive três grandes crenças
de investimento na minha carreira de investidor.
A primeira grande crença foi que o macro importa
muito mais do que o micro. A direção do rio é muito mais importante do que a
força do nadador. Qualquer um pode flutuar por um rio, mas tentar lutar contra
a corrente é muitas vezes uma batalha perdida.
No início dos anos 2000, eu costumava executar uma
estratégia de seleção de ações que, sem saber, se aproveitava do
"efeito overnight" nas ações. Eu gerei retornos muito altos
durante um período em que o S&P 500 estava estável, mas a estratégia parou
completamente de funcionar em 2008, quando a crise financeira ocorreu. Eu
pensei que eu era um gênio por muitos anos, mas uma das coisas mais
inteligentes que eu já descobri foi que... Eu não sou tão inteligente assim.
Foi nessa época que percebi a importância do macro
investimento e principalmente a importância de entender o Fed, o Tesouro e as
entidades que podem influenciar a direção e a velocidade do rio. Tentar nadar
contra a maré do Fed é uma batalha perdida.
Esta é a principal razão pela qual eu me tornei mais um
indexador ao longo do tempo. A seleção de ações funciona muito bem quando a
maré está estável, mas quando a maré muda ou sobe, você pode rapidamente se
encontrar em um local ruim.
A segunda grande crença foi quando eu
estava escrevendo meu livro e desenvolvi melhor o conceito de poupança vs investimento no que
se refere à economia e finanças. Percebi que o termo "investir" é
usado, quase universalmente, de maneira errônea. Ou seja, o verdadeiro
investimento é gastar, não consumir, para a produção futura e é feito
principalmente por corporações. A maioria das coisas que chamamos de
investimento (como comprar ações) não está realmente investindo. É a realocação
da poupança e o valor dessa poupança muda com base na forma como as empresas
investem. É uma distinção sutil, mas importante, porque tratar seu portfólio
como um portfólio de "investimento" sexy e rico é uma mentalidade muito
diferente de tratar seu portfólio como sua poupança. E isso é literalmente o
que a maioria de nós está fazendo – estamos realocando as economias de nossa
vida. Mas Wall Street quer que pensemos que somos investidores sexy que
precisam "vencer o mercado" negociando muito ou pagando altas taxas
aos gestores de investimento para fazer isso por nós.
Não, a maioria de nós estaria muito melhor se parássemos de
tratar nossas carteiras como contas de jogo de curto prazo e as tratássemos
mais como carteiras de poupança prudentes.
A terceira grande crença foi bastante recente e
ocorreu quando calculei
as "durações" de todas as diferentes classes de ativos enquanto
escrevia meu artigo
All Duration. Minha experiência é que a maioria das pessoas seria muito
melhor investidora se tivesse uma melhor compreensão dos horizontes de tempo de
seus investimentos. Em vez disso, tendemos a sucumbir ao mito do
"investimento" acima mencionado e maltratamos nossas economias
fazendo todos os tipos de coisas contraproducentes de curto prazo. Isso é
compreensível porque não podemos saber o horizonte de tempo exato de algo como
o S & P 500. Então, muitas vezes julgamos o mercado de ações durante um
período mensal ou anual, mas o mercado de ações não é um instrumento de um mês
ou um ano. No meu modelo All Duration é aproximadamente equivalente a um
instrumento de 18 anos. É claro que essa nunca será uma medida precisa como a
duração de um título, mas pelo menos nos fornece uma perspectiva mais prática
do horizonte de tempo esperado.
Essa terceira epifania foi especialmente reveladora para
mim, porque é uma perspectiva muito diferente para a alocação de ativos. No
gerenciamento de portfólio tradicional, como uma abordagem da Teoria Moderna de
Portfólio, você geralmente tenta construir a alocação de ativos mais eficiente.
Então, você executa um monte de backtests, escolhe dados históricos e
implementa algumas simulações de Monte Carlo e, em seguida, você junta o
portfólio que se encaixa na fronteira eficiente ou qualquer que seja o melhor
retorno ajustado ao risco. Você pode chegar a algo como 60/40 ações / títulos
e, em seguida, você encaixa esse portfólio em um perfil de risco e diz a si
mesmo para enfrentar todos os altos e baixos. Eu fiz isso toda a minha carreira
e o resto do setor de serviços financeiros também. Mas esta é uma
maneira invertida de fazer as coisas!
A abordagem All Duration é exatamente o oposto. O que você
faz primeiro é encontrar as obrigações de alguém em diferentes horizontes de
tempo. E então você aplica os ativos apropriados com base nesses passivos. Se
acabar parecendo algo na fronteira eficiente, ótimo. Mas o objetivo não é criar
o portfólio geral mais eficiente ou o portfólio que supera o mercado. O
objetivo é combinar eficientemente os ativos com certos passivos para que o
investidor tenha maior certeza sobre seus ativos em relação aos seus passivos
futuros. Isso não apenas os ajuda a cumprir suas obrigações financeiras ao
longo do tempo, mas também os ajuda a construir um portfólio mais robusto em
termos comportamentais, dando ao investidor maior perspectiva e certeza sobre
quanto dinheiro eles provavelmente terão para necessidades financeiras
específicas no futuro.
Essa forma de correspondência ativo-passivo adota uma
abordagem mais prudente e, francamente, de bom senso para a alocação de ativos,
estabelecendo o portfólio que você PRECISA e não o portfólio que você DESEJA.
Afinal, geralmente é perseguir o portfólio que você quer, que faz você perceber
o que precisa. E, infelizmente, a maioria de nós não percebe, até que seja
tarde demais, que perseguir o portfólio que QUEREMOS é realmente apenas
perseguir o risco que não queremos.
A estratégia que Cullen mencionou, por coincidência recebi
uma atualização dos retornos até hoje com impressionantes 14.000% desde seu
acompanhamento. Se nota também que tende a ter uma rentabilidade negativa em
períodos de stress da bolsa – 2000/2008/2020, sendo o de 2008 que acabou
desmotivando-o a continuar. Um banco, em que questionei o motivo do sucesso de
tal estratégia, disse que poderia ser a publicação dos resultados, que é feita
depois do mercado fechar.
As ideias trazidas por Cullen tem como pano de fundo o conceito da individualização de um portfólio ao invés de se usar um modelo genérico que não leva em consideração as particularidades de cada indivíduo. O que pretende enfatizar é que o uso dos recursos de um portfólio tem um objetivo a de consumir quando da sua aposentadoria ou eventualmente necessidades anteriores e não como uma dotação que é perene.
Agora não adianta ter o melhor fundo, a melhor alocação de
ativos se a mesma não se adequa às suas necessidades nem se o cenário não é
muito promissor. Entretanto, se você tem uma expectativa de longo prazo e seu
portfolio está com um Asset Alocation adequando, tanto faz o fundo que você
escolher que seu retorno será bom.
No post menos-e-mais fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” Decidi me arriscar em uma posição na compra com
um stop loss muito curto, e caso seja bem-sucedido, mas a frente
decidimos as proteções se a opção de queda entrar em voga” ...
Bem e se essa expectativa de alta se materializar? O primeiro objetivo seria em 12.700 e o final 13.500. Quero enfatizar que quando coloco esses objetivos, o leitor não deve encarar a ferro e fogo, e mais como um objetivo mais provável.
- David, quer dizer que se esse cenário se materializar podemos ficar tranquilos que a opção de alta de mais longo prazo está em andamento?
Gostaria muito de te dizer que sim, mas existe ainda a
possibilidade de que essa alta seja o que se denomina de Bear market rally,
ou seja uma alta temporária de um mercado de baixa. Não vamos no prender ao cenário
base, mas ficar abertos para as outras opções. Sem Champagne ainda — deixa na
geladeira.
O segundo gol do Richarlison foi uma pintura. Agora se
alguém acha que ele teve um insight na hora e deu tudo certo, não foi, treinou
muito essa jogada.
Observando a foto do momento em que chutou a bola, algo
curioso ocorreu, notem a foto a seguir.
O movimento está enquadrado dentro da Série de Fibonacci
O que isto tem de interessante? Bem, para não alongar o assunto, a Teoria de Elliot Wave é toda baseada na série de Fibonacci. Foi desenvolvida por R.N. Elliott na década de 1930 e popularizada por Robert Prechter na década de 1970. Afirma que o comportamento da multidão produz padrões e tendências que vemos nos mercados; O padrão de onda, como definido por Elliott, é a manifestação física da psicologia de massas em nosso mundo. Esses padrões não aparecem apenas nos mercados, mas em qualquer lugar em que os seres humanos tomem decisões em massa. Exemplos podem incluir preços de moradias, tendências de moda ou quantas pessoas escolhem andar de metrô todos os dias, e até as jogadas de futebol!
O SP500 fechou a 4.026, sem variação; o USDBRL a R$ 5,4089, com alta de 1,66%; o EURUSD a € 1,0408, sem variação; e o ouro a U$ 1.756, sem variação.
Fique ligado!
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