Torcendo pelo desemprego #nasdaq100
Depois da reunião do Fomc comentada no post de ontem só-mais-um-pouquinho, ficou claro ser necessário que dois indicadores econômicos apresentem o seguinte desfecho: inflação rumando para o nível desejado de 2%; e a taxa de desemprego subindo evitando aumento de salários. Ambos demoram um tempo até que possam indicar que caminham nesse sentido.
No caso dos salários, acho que vai ser muito difícil que não
ocorram as reposições da inflação do último ano — já se nota vários sindicatos se
organizando para proteger suas categorias. Sendo assim, a falta de mão de obra dificulta
o não repasse nos rendimentos, o que pode criar um círculo vicioso indesejável
para a autoridade monetária.
Hoje foram publicados os dados de emprego; é importante
levar em consideração que esse indicador é atrasado, pois os CEO das empresas
só tomam a decisão de diminuir sua força de trabalho quando notam uma retração
mais duradoura dos seus produtos, já que é muito caro recontratar. Neste
momento, existe ainda mais um complicador: o fato de o mercado de trabalho
estar sem muita oferta, o que tende a desincentivar ainda mais essa decisão.
Os dados de outubro não foram muito bons nesse sentido, como
David Harrison relata no Wall Street Journal.
Os empregadores dos EUA adicionaram
261.000 empregos em outubro, um sinal de
contínua resiliência no mercado de trabalho, e a taxa de desemprego subiu para
3,7%.
Os setores de saúde, serviços profissionais e técnicos e
manufatura lideraram os ganhos.
O ganho médio por hora subiu 0,4% em outubro em relação ao mês anterior, ante 0,3% em setembro. Eles cresceram 4,7% em relação ao ano anterior, um ritmo de crescimento mais lento do que em setembro.
O relatório aponta para um mercado de trabalho que permanece forte, apesar de alguns sinais recentes de arrefecimento após o ritmo agressivo de aumento das taxas de juros do Federal Reserve.
A taxa de participação da força de trabalho, ou a parcela de
adultos que trabalham ou procuram trabalho, diminuiu ligeiramente para 62,2% em
outubro, de 62,3% em setembro.
Menos trabalhadores aderindo à força de trabalho poderiam
conter o crescimento do emprego nos próximos meses.
As autoridades do Fed têm elevado as taxas de juros agressivamente
para desacelerar a economia e reduzir a inflação do que tem sido uma alta de 40
anos. Para alcançar esse objetivo, eles esperam esfriar o mercado de trabalho e
aliviar os aumentos salariais, o que poderia tirar alguma pressão dos preços ao
consumidor.
"O mercado de trabalho está indo de 160 km/h para 140",
disse Rob Dent, economista sênior dos EUA na Nomura. "O Fed quer chegar
aos 65, e ainda não estamos muito perto disso."
Outros dados divulgados recentemente mostram um mercado de
trabalho que permanece forte, apesar de algumas evidências iniciais de
resfriamento.
A remuneração total dos trabalhadores civis aumentou 5% no terceiro trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, um ritmo ligeiramente mais lento do que no segundo trimestre, disse o Departamento do Trabalho em um relatório na semana passada.
O número de vagas de emprego subiu para um ajuste sazonal de 10,7 milhões em setembro, contra 10,3 milhões em agosto, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira. Isso ficou abaixo do pico de 11,9 milhões em março. O alto número de vagas é um sinal de que os empregadores têm um monte de vagas para preencher, mas ainda estão lutando para encontrar trabalhadores disponíveis, pressionando os salários.O relatório também mostrou um declínio constante no número
de trabalhadores contratados e no número de trabalhadores que haviam deixado
voluntariamente seus empregos. Isso pode ser um sinal de que empregadores e
empregados estão começando a se preocupar com o futuro.
"As empresas estão se tornando mais cautelosas com as
perspectivas", disse Dent. "E trabalhadores também."
Várias empresas de tecnologia anunciaram demissões ou
congelamentos de contratações esta semana como resultado do ambiente econômico.
Existe um complicador adicional de mais longo prazo que tem a ver com a tendência do Participation rate – percentagem da população disponível para trabalhar, que vem declinando como mostra o gráfico a seguir. O motivo de tal tendência pode ser a geração denominada de baby boomers que entra na fase de aposentadoria. A implicação é que haverá menos trabalhadores proporcionalmente no futuro. Outro fator que vai no mesmo sentido é a queda da imigração oriunda de política iniciada no governo Trump.
Elon Musk nem bem assumiu o comando do Twitter e já começa a
se lamentar. Comentou que o Twitter Inc. sofreu "uma queda maciça na
receita", já que os anunciantes reduziram o uso da plataforma de mídia
social e a empresa também quer demitir milhares de funcionários.
Musk, em um tweet na sexta-feira, culpou “grupos ativistas
que pressionam os anunciantes” pelo corte na publicidade. Ele disse que a
empresa não mudou a moderação do conteúdo e tentou abordar as preocupações dos
ativistas. “Extremamente bagunçado!” ele disse, classificando a medida como um
ataque à liberdade de expressão.
Ele esqueceu que uma empresa de comunicações que depende de
publicidade enfrenta situações muito distintas de uma indústria. Primeiro que
agora nenhuma montadora vai anunciar nesse canal por potencial conflito de
interesses — essas ele já perdeu —. E mais: com seu desejo de permitir qualquer
tipo de conteúdo, vai gerar reações e protestos que levarão anunciantes a interromper
seus anúncios.
O Twitter não tem uma posição financeira confortável. A
última coisa que desejaria é perder anunciantes.
No post prova-real fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Não vou apresentar os possíveis cenários para o futuro pois seriam um pouco de achismo, por enquanto os preços formaram duas vezes 5 ondas para cima seguida de 3 ondas de correção, e o livro texto aponta alta” ...
Eu mudaria um pouco sua frase para: o mercado não sabe o que
quer razão das oscilações rápidas de direção. Agora raciocine comigo: o mercado
já teve uma queda significativa desde o começo do ano provocada pela venda
maciça por parte dos investidores profissionais e muito pouco dos de varejo.
Muito estudos são apresentados mostrando estatísticas de queda no passado onde
a atual faz parte das maiores, ou entras palavras, o potencial de queda não é
muito grande (mais 10% a 15%). A economia está bem, nem perto de uma recessão,
o emprego está ótimo.
Outros analistas dizem que a recessão não é para agora e sim
para o próximo ano, o Fed vai continuar subindo os juros e a inflação no
passado sempre demorou para cair o que implica em aumento de desemprego e
diminuição do lucro das empresas.
Como pode ver existem argumentos para os dois lados.
O fator emocional conta muito nesse momento todo mundo quer
comprar na mínima para poder contar aos amigos, é do ser humano querer ser o
“bom”. Todo pessoal que vendeu é comprador em algum momento, tenho insistido
nisso. Se a bolsa começa a subir e não tiver reposto vai sair como perdedor.
Conclusão: Existem forças para os dois lados, um que já
vendeu e outro que está aguentando firme, essa a razão dos movimentos bruscos.
Não tenho a menor pretensão de saber quem vai ganhar daqui
em diante, mas tenho a intenção de entrar num barco ou no outro quando as
condições favorecerem. Depois que comecei a usar análise técnica minha opinião
pode ajudar ou atrapalhar, busco não a deixar me influenciar.
Quanto a comprar no preço mais baixo não pretendo mesmo. Como sei que isso só acontece por sorte, se acontecer, não tenho do que me vangloriar. O compromisso é com o bolso!
O SP500 fechou a 3.770, com alta de 1,36%; o USDBRL a R$ 5,0557, com queda 1,13%; o EURUSD a € 0,9960, com alta de 2,14%; e o ouro a U$ 1.680, com alta de 3,14%.
Fique ligado!
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