Procura-se #bitcoin #criptomoedas #SP500

 


O texto de hoje foi sugerido e elaborado pelo meu partner Aberto Dwek. Eu o conheço de longa data e sei da sua capacidade intelectual, mas esse texto merece a leitura pela facilidade de entendimento bem como da profundidade. Suas recomendações para não entrar nessas frias são precisas e irão te ajudar quando ocorrer uma situação semelhante. 

Neste artigo não vou reproduzir matérias publicadas em algum site ou rede de notícias. São tantos vídeos no YouTube e no Instagram, tantos tuítes e posts no Facebook ou espalhados em grupos de WhatsApp, que todos já devem ter entendido o tamanho do golpe desferido por Sam Bankman-Fried, vulgo SBF, no já combalido universo das criptomoedas. O ex-queridinho da mídia “especializada”, de astros e supermodelos e, sim, de vários congressistas e organizações sociais, está hoje em lugar incerto e não sabido. Espera-se que apareça amanhã em um evento nos Estados Unidos patrocinado pelo New York Times, para dividir o palco com Mark Zuckerberg e o presidente Zelensky. (Como se dizia antigamente, prometo comer meu chapéu se o SBF der as caras nesse evento.)

Vamos deixar uma coisa clara de imediato. Não se trata de ser ou não fã de criptomoedas, nem de entrar nessa briga ideológica entre “bitcoin lovers” e “bitcoin haters”, “geração Z” contra “boomers” ou qualquer outra maneira simplista de politizar ou ideologizar diferenças de opinião ou de conceito. Warren Buffet e Charlie Munger, provavelmente os mais bem sucedidos investidores da História, não entraram em criptomoedas porque declaradamente não as entendem ou as acham uma ilusão. Não é porque as idades de ambos somam 190 anos que os críticos do Bitcoin são todos dinossauros, mas não se trata disso.

Temos que separar as coisas. A tecnologia de blockchain é uma das maiores descobertas recentes para a evolução das transações e suas aplicações potenciais são imensas. A ideia de moedas fora dos sistemas de governo hoje dominantes é também um importante desenvolvimento para futuros modelos geoeconômicos e até geopolíticos. Nada disso se discute.

Agora pensem em duas maravilhosas invenções do passado: o papel e a caneta. Alguém em sã consciência poderia falar mal delas? Obviamente, não. Mas quem assina um cheque sem fundos é um estelionatário.

Não dá para comprar a historinha de SBF, supostamente um “visionário” preocupado com “altruísmo” e “salvador do mercado cripto”. O dono da FTX simplesmente roubou dinheiro de seus clientes e investidores para cobrir prejuízos com operações absurdamente arriscadas, cujo único propósito era inflar os preços de forma artificial e assim atrair mais clientes. Nem há dúvida a respeito: em várias declarações passadas, SBF deixava claro que operava para valorizar as criptomoedas através da injeção contínua de dinheiro. Simples assim.

Nesse ponto, SBF junta-se à hoje condenada Elizabeth Holmes, que prometia mudar o mundo com suas fraudes médicas, ao falecido Bernie Madoff, que prometia retornos eternos com risco zero, e a inúmeros outros golpistas que desde tempos imemoriais têm roubado dinheiro de pessoas incautas e crédulas. A mídia, os participantes do mercado, os representantes da Justiça e o público em geral nunca deixam de expressar de forma contundente sua revolta e seu desprezo por esses criminosos, sempre pedindo penas de prisão exemplares e a ruína de todos que colaboraram nos golpes revelados. E com razão.

Mas há um ponto que é sempre minimizado, e é ironicamente o único ponto verdadeiramente comum a todos os golpes desse tipo: a participação das vítimas. Afinal, sem os recursos de clientes e investidores, sem a participação de fundos e bancos e — para ir mais longe — sem o endosso de pessoas de bom nome, nenhum desses criminosos iria muito longe. E, em todos os casos, quando as vítimas dão suas declarações após a descoberta do roubo, há um sentimento geral de simpatia e compaixão que impede uma visão mais racional do ocorrido. Fomos enganados, dizem, não tínhamos como escapar. Será mesmo?

É claro que não podemos minimizar a extrema habilidade desses verdadeiros gênios do Mal. Madoff chegou a ser presidente da Nasdaq, Holmes teve o apoio público de Bill Clinton, e SBF foi chamado a colaborar com o Congresso na regulamentação do mercado de criptomoedas. Influenciadores como Giselle Bündchen e Tom Brady, fundos como Sequoia e Blackrock, e vários investidores peso-pesado praticamente chamavam de tolos os que não investiam na FTX. Como resistir?

Só há uma resposta: temos que aprender as lições dos que não caíram no conto do vigário.

A primeira: saber não existe investimento que dê resultado positivo o tempo todo. Se alguém lhe apresentar um histórico desse tipo para convencer você a investir, pergunte-se qual o truque que estão usando. Madoff, por exemplo, fazia crer que tinha vantagens no registro de suas operações; SBF simplesmente reconhecia que manipulava preços. Golpistas apelam para aquele pequeno “Gérson” que todos têm dentro de si, e sabem que qualquer investidor adora levar uma vantagem. Não caia nessa. Negócios assim ou são mentiras ou são desonestos.

A segunda: saber que nos investimentos não existe caridade. Diante da profusão de gurus e influenciadores que lhe oferecem mil e uma maneiras de ficar rico rápido e recomendam investimentos infalíveis, pergunte-se por que precisam de seu dinheiro, se o negócio é tão bom? O argumento frequente é que querem “compartilhar” o sucesso deles com você. Dê risada e procure um profissional honesto, que lhe mostre resultados realistas e informe de que forma o serviço dele é remunerado.

A terceira: saber que um bom investimento tem que ser bem explicado. Golpistas sabem que um produto “mágico” atrai muito mais que um produto “sem graça”. O investimento vai aparecer como uma novidade irresistível, uma forma revolucionária e inédita de fazer você ganhar dinheiro. Quanto mais jargão, melhor. Quanto mais difícil de entender, mais fácil será convencer você de que só ele tem a caixa-preta milagrosa dos bilionários. De uma vez por todas, aprenda: não entre em negócio que você não entenda.

Todas as vítimas desses golpes, sem exceção, teriam evitado seus prejuízos com a aplicação dessas singelas regras. Isso inclui banqueiros famosos, investidores bilionários, estrelas internacionais e fundos especializados. Mas a cobiça, a vaidade, a ingenuidade e, quase sempre, a crença no oba-oba da mídia acabam sendo os melhores combustíveis para essas explosões financeiras. Parece cruel, mas tem de ser dito: sem as falhas das próprias vítimas, nada disso teria acontecido.

E não adianta clamar por regulamentação e controle das autoridades, ou processar algum auditor que dormiu no ponto. Os controles são falhos, os criminosos sabem enganar os burocratas e os vendedores de ilusão querem seu dinheiro. O comprador que se cuide.

No post sera-real fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” Vou delimitar a região que pode dar mais motivação para a alta, anotada como target ao redor de 4.080 se ultrapassado pode dar alento. Por outro lado, abaixo de 3.859 pode indicar que o cenário de baixa ganha tração” ...




Ontem foi liquidada a posição que detinha na nasdaq100. Quando da proposição enfatizei que era um trade oportunista e que não estava disposto a arriscar muito. Como atualizei o stop loss, esse trade acabou gerando um “troco”. Voltando ao SP500 não é muito diferente tenho para ambos os indicies 2 cenários opostos e tenho uma mínima preferência pela alta. Nessa opção, de alta, o SP500 poderia retrair até os níveis apontados no retângulo 3.911/3.865. Abaixo desse nível é possível que ainda se estenda no intervalo denominado de “terra de ninguém” onde poderia ainda se situar essa retração. Agora, abaixo de 3.763 e principalmente 3.698 o cenário de mais quedas ganha maior credibilidade.




O SP500 fechou a 3.957, com queda de 0,16%; o USDBRL a R$ 5,2764, estou alterando o stop loss para R$ 5,38 com queda de 1,68%; o EURUSD a € 1,0324, com queda de 0,13%; e o ouro a U$ 1.748, com alta de 0,47%.

Fique ligado!

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