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Quanto mais pode cair?

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"Quanto mais pode cair?" Está é uma frase muito ouvida nos meios financeiros, quando algum ativo cai muito. Quem diz essa frase raciocina que, esta é uma grande oportunidade de compra, e não deve ser perdida. Uma análise mais cuidadosa do conteúdo e do apelo emocional, percebe-se que a única razão por traz é que esse ativo caiu mais do que se poderia imaginar. Minha resposta normalmente nestas situações, é que o máximo que se pode perder é todo o capital investido, algo também bastante improvável, mas que tem o objetivo de provocar uma reação contrária. A conclusão é que o fato de ter caído muito, não significa que não possa cair mais! Um ex-colega da época que trabalhei no Banco Tendência, me relatou uma operação que realizou no mercado de juros japonês. - David, os juros no Japão estão em 0,75% a.a., comprei calls de juros - aposta que vão subir - para daqui a um ano, pagando um prêmio baixo, afinal, quanto mais eles podem cair? Naquela época, ao redor d

FED roda em falso

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A reunião do FED ontem não teve muita graça, uma vez que, ninguém esperava por um aumento dos juros, nem tão pouco queda! Hahaha... Mas mesmo assim, a atenção voltou-se a minuta publicada, haja visto a grande volatilidade vivida pelos mercados nos últimos dias. Pode-se resumir o comunicado como: As mudanças no texto estão em linha com os últimos dados econômicos, queda no PIB por fatores específicos, sólido crescimento do emprego e aumento da incerteza  global. Assim, o FED acompanhará de perto os acontecimentos. Em outras palavras, o FED não está preocupado com a dinâmica interna da economia americana, mas sim, com um eventual contágio dos eventos internacionais. O FED está deixando abertas as opções para a reunião de março, mas se o ambiente atual de preços de petróleo baixos, condições financeiras apertadas e um dólar forte persistir no curto prazo, a autoridade monetária poderá mudar para um posicionamento mais neutro. E vocês reclamam que o Mosca fica no muro! O que di

Um oásis no deserto

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Como acontece mensalmente, hoje participei da reunião de macroeconomia na Rosenberg, com a casa cheia. O cenário internacional tomou boa parte das discussões, na tentativa de esclarecer a elevada correlação entre as bolsas de valores e o petróleo, que do ponto de vista acadêmico não faz sentido. Várias hipóteses foram levantadas sem que houvesse alguma conclusão. A maior polêmica surgiu com uma pergunta, cuja resposta vale alguns bilhões de dólares: "Alguém trabalha com a possibilidade dos USA entrar em recessão - o que se denomina de  double dip?  Parece que todos não acreditam nesta hipótese, porém sem muita convicção. O que sim foi convicto, é que caso ocorra, não seria nada bom. Quando o assunto foi a economia brasileira, apresentou-se mais do mesmo, uma continua deterioração, sem muitas perspectivas de uma virada. Alguns acreditam que no 2º semestre possa melhorar um pouco, mas é só isso. Porém existe um setor que está indo muito bem, o externo. Ontem publicou-se o dé

O gato continua no telhado

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Estamos vivendo um ciclo vicioso entre três ativos de grande visibilidade internacional: petróleo, China (bolsa/fluxo de reservas) e bolsa americana. Dificilmente pode-se estabelecer qual a sequência entre eles. Entretanto, parece que esse último vem na esteira do petróleo, basta verificar no gráfico a seguir, como a correlação entre eles mudou recentemente. Já no caso da bolsa chinesa e seu nível de reservas, não é claro quem comanda quem.  Os investidores continuam preocupados com o futuro da economia chinesa, por mais que os analistas não acreditem em grandes quedas por lá. Esta não parece ser a visão de quem tem recursos investidos. O índice de bolsa Shangai CSI 300 vem caindo de longa data, e hoje a queda foi de 6,02%,  nível mais baixo nos últimos 13 meses. Nota-se claramente, que depois da alta vertiginosa do 1º semestre de 2015, iniciou um período de baixa, perdendo aproximadamente 50% de seu valor, desde o pico atingido em junho daquele ano.  Quanto a situação c

Banco incentiva o descanso

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Ao observar o título de hoje do Mosca,  vocês podem ser levados a um raciocínio de que finalmente um banco, ramo de negócio tido como estressante, resolveu pensar em seus funcionários. Mas na verdade o anúncio do JP Morgan, maior banco do mundo, é um pouco diferente, eles lançaram um plano para incentivar os funcionários de seu braço de investimentos,  take the weekends off ! Com uma ressalva, desde que não haja um negócio a ser fechado no final de semana. Este programa que foi denominado "Pencils Down",  é incomum nas instituições de Wall Street, onde trabalhar 100 horas por semana é sinal de orgulho e criticado por outros que consideram um aspecto antiquado do trabalho, que leva ao esgotamento precoce. Alguns bancos de Wall Street lançaram ações semelhantes, e uma das razões citadas dá conta que os empregados de nível mais baixo estão sujeitos a condições de trabalho extremo. Isso deve-se, depois que um estagiário do Bank of America, faleceu em 2013. Um exame médico e

Risco de uma "Argenzuela"

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Se você ficou impressionado com as declarações do ex-Presidente Lula, eu não fiquei. Minha saudosa analista me disse certa vez: "80% das vezes que você fica irritado pelas ações ou declarações de uma pessoa, que em função de experiências passadas era o que se podia esperar dela, na verdade sua irritação é com você. Inconscientemente você esperava que desta vez fosse diferente e como não foi, se irrita". O caso do "cumpanheiro" enquadra-se 100% nesta situação. A entrevista com blogueiros simpáticos ao PT, tornou-se um palco excepcional para mandar seu recado a sociedade. É como jogar uma partida com um time da 10ª divisão - nem sei se existe! Hahaha... com os portões fechados, e torcida própria, o resultado só pode ser uma goleada. Eu não tenho muita dúvida que o Lula se encaixa num quadro de psicopatia, sintoma que se desenvolve de várias formas. A dele enquadra-se no seguinte caso: " Tendo em conta algumas das características de psicopatas, como a capa

"Worst case scenario"

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Há dois anos o petróleo estava a US$ 100 o barril, e naquele momento a maioria das análises projetavam uma continuidade destes níveis. Alguns mais otimistas apontavam para preços superiores a estes, dado a crescente demanda da China. Um ano depois, os preços se encontravam por volta dos US$ 50, uma queda nada desprezível de 50%. Naquele momento, o argumento voltava-se para a nova oferta de óleo ocasionada pelos projetos americanos de extração  oil shale . E agora as cotações estão em US$ 26,5, uma queda adicional de 50%. - David, matei a charada, no próximo ano o petróleo estará em US$ 13. Sou bom de matemática! Hahaha... Se projetar o preço futuro de mercados fosse tão simples assim, os leitores não precisariam do Mosca , bastava um pouco de lógica. No ramo de investimento, tanto em ativo real como financeiro, é de praxe calcular qual seria o prejuízo se algo der errado, o Worst case scenario".  A técnica de cálculo pode ser complexa dependendo do caso, mas o que importa é