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Em cartaz: Inflação a Revanche

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Por qualquer ângulo que se observe, é nítido que as economias globais estão numa fase expansionista. Embora vários modelos econômicos pudessem indicar o término de um ciclo de crescimento nos EUA, que deveria ser sucedido por um período de retração, não parece ser o caso. É bem verdade que esse conceito não estabelece um prazo fixo entre essas fases, os economistas tendem a correlacionar com os ciclos anteriores. Será o efeito Trump desafiando os ciclos econômicos?  Hahaha ... Amanhã será publicado os dados de emprego nos EUA e, como de costume, ontem foi publicado o ADP, que é um balizador desse número. O resultado surpreendeu positivamente, pois eram esperados 168 mil e o resultado foi de 246 mil, quase 80 mil a mais. Embora esse indicador mostre uma divergência com o dado oficial, e recentemente tem superestimado esse último, não deixa de ser animador. No resultado publicado pelo ISM da manufatura, referente ao emprego, também se pode observar uma melhora, mesmo n

Europa de vento em popa

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A reunião do FOMC não trouxe nenhuma alteração da política monetária, nem forneceu pistas sobre o futuro. A reação do mercado foi absolutamente neutra. Mas nada de diferente se poderia esperar, o FED deve ter as mesmas dúvidas que o mercado sobre o Trump. Alguns dados recentes merecem algum destaque, incialmente podemos perceber a desaceleração da disponibilidade de renda, aliás Trump sabe bem disso. Em contrapartida o crescimento do consumo manteve-se relativamente estável ao redor de 3% a.a. De algum lugar teve que sair os recursos para compensar o descasamento apontado acima. O gráfico a seguir mostra a poupança em termos de variação anual. Com exceção de uma distorção causada em 2013 na área de impostos, o americano não só não está poupando como passou a consumir poupança existente, pois se tornou negativa. Sobre o assunto rendimento do trabalho, o gráfico a seguir é impressionante, o topo dos salários – 10 % superiores – vem crescendo consistente acima

EUA X O "resto"

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Dou minha palavra que estou me policiando para não comentar sobre as atuações do Trump, mas não está dando. A cada minuto, um novo movimento é noticiado. Ontem foi a advogada geral da União, Sally Yates, que reviveu os tempos de Trump no programa Aprendiz e foi Fired , com F maiúsculo. Isso, porque ela desafiou a ordem do chefe de proibir a entrada de imigrantes dos países considerados de risco. Hoje pela manhã o espectro de ações cruzou o Atlântico, quando o assessor para assuntos de comércio, Peter Navarro, acusou a Alemanha de usar o euro “grosseiramente desvalorizado para explorar os EUA e seus parceiros da Europa”. Imediatamente após o anúncio, o euro subiu 0,5%. Mas, será que através das palavras o novo governo poderá influenciar um mercado tão grande quanto o de câmbio, que negocia diariamente US$ 5,0 trilhões? Não acredito, o que acabou acontecendo hoje tem outras explicações. Incialmente, eu gostaria de comentar os dados do PIB americano publicado na última sexta-

China: A hora da decisão

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Já dizia o grande estadista Francês, Charles De Gaulle, “O difícil não é escolher a melhor alternativa entre duas, e sim, entre duas opções péssimas”. Parece que a China está chegando rapidamente a um ponto onde terá que optar por entre dois caminhos. As duas opções são complexas e simples: continuar observando saídas de recursos, ou acompanhar as mais modernas economias e se transformar permitindo o fluxo sem restrições através da liberação da taxa de câmbio. Henry Fernandez, CEO da MSCI – uma companhia que publica o índice da maioria das bolsas internacionais, sugeriu que a China adotasse um câmbio livre. Esse país vem desejando que sua bolsa seja incluída no índice MSCI Emerging Markets. Está inclusão poderia canalizar trilhões de dólares em seu mercado acionário e provar que de fato a China é moderna e uma economia global. A China vem tentando mostrar ao mundo que sua economia é aberta, transparente e segura, mas a MSCI disse que está perto, mas ainda faltam alguns pas

Nunca dependa muito de um cliente

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Durante minha vida profissional, já presencie inúmeras guinadas no comércio exterior. Na verdade, antes do Governo Collor era praticamente impossível importar algum bem; as alíquotas eram extremamente elevadas além dos entraves burocráticos. Esse mesmo governo implementou a maior abertura comercial da história e, desde então, permanecemos com essa política. Agora, pergunte se os empresários brasileiros ficaram felizes? Tenho vários amigos do setor têxtil que lamentam constantemente a concorrência chinesa. Os EUA sempre foi, até então, um país que incentiva o aumento do comércio exterior; sua estratégia era a de importar produtos de pouco valor agregado e exportar principalmente serviços de alta tecnologia. E a China passou a ser seu maior parceiro comercial. Vários acordos entre grupos de países foram firmados, porém a estratégia era sempre nesse sentido. No caso mexicano, que é baseado sobre o acordo do NAFTA, a relação era mais vantajosa para esse país, pois, pela sua proxim

Dow Jones: 20k

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Donald Trump perdeu temporariamente parte dos holofotes. O seu concorrente foi o índice Dow Jones que rompeu o nível histórico de 20.000 pontos. Só o Wall Street Journal reserva 3 reportagens sobre o assunto. Da mesma forma que as pessoas organizam festas para comemorar aniversários decenais, o mercado financeiro faz o mesmo. Naturalmente é muito diferente essas duas situações. O índice Dow Jones é recalculado periodicamente, tanto o peso de cada ação como a sua composição se alteram. Outra grande diferença, é que o índice pode andar para trás. Do ponto de vista prático, tanto pela análise fundamentalista como na análise técnica, esse fato não tem a menor importância, é apenas um número redondo. Mas não é o Mosca que vai querer contrariar o comportamento das pessoas, e o impacto psicológico influencia sim os investidores. O Wall Street Journal, num de seus artigos, publicou uma análise apontando qual companhia colaborou mais para que o Dow Jones atingisse essa ma

A farra dos bancos centrais

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Os bancos centrais ao redor do mundo têm adotado políticas monetárias de juros baixos ou negativos e vêm alocando os recursos provenientes de sua intervenção em ativos de risco. Bancos centrais da Suíça, e até os da África do Sul, estão investindo uma parte importante de suas intervenções em ações, títulos de companhias e outros ativos mais arriscados. Abandonando sua prática tradicional de investir essencialmente em títulos super garantidos de governos como os do EUA. Mas, neste momento, que o crescimento global, os juros e retornos potenciais em muitos ativos é extremamente baixo, muitos dos bancos centrais estão cada vez mais focados em maximizar seus retornos. Para se ter uma ideia desse fluxo, em 2009 o SNB – Banco Central Suíço – detinha 9% de seus ativos em ações. Agora , esse percentual já se encontra em 20%, incluindo investimentos de US$1,7 bilhão na Apple, US$ 1,08 bilhão na Exxon e US$ 1,2 bilhão na Microsoft. Em uma pesquisa recente realizada pela Inves