Excesso de neve ou alta dos juros?


O mercado imobiliário é uma das peças importantes na expectativa de melhora da economia americana, antes da crise de 2008, representava uma parcela importante do PIB americano, além de gerar muitos empregos. Os helicópteros ajudaram bastante sua recuperação, depois daquela data, e a partir de 2011 os preços dos imóveis inciaram um período de recuperação alimentando novas construções. Porém, a partir de meados de 2013, houve uma nítida desaceleração, que pode ser vista no gráfico abaixo.


Uma notícia que passou desapercebida foi uma entrevista de um membro do FOMC, a uma rede de TV, John Williams, que declarou ... É extremamente difícil alterar o ritmo definido pelo FED na diminuição dos recursos injetados... Mas se os dados econômicos não melhorarem rápido, nos teremos que rever está ação.... Ele viu algo de preocupante que o mercado não viu.

Como comentei ontem, o mercado está tranquilo colocando toda a culpa nas temperaturas baixas: as vendas caíram, culpa da neve; a criação de empregos foi baixa, culpa da neve; o número de lançamentos imobiliários caiu, culpa da neve. No mês de janeiro o lançamento de novas unidades despencou 16% em relação ao mês anterior, que já tinham caído 4,8%, e o mês que vem não deve ser muito melhor. Será que foi só por causa da neve? A razão talvez seja um pouco diferente, pois desde que o FED ameaçou diminuir os helicópteros em maio, as taxas de juros para financiamento se elevaram em 1% a.a. Quando o prazo é muito longo, 30 anos, faz muita diferença no valor das prestações, elas sobem em média 13%,

Esta situação pode ser o sinal de uma nova crise? Pouco provável,  pois embora os juros tivessem subido, seu nível ainda é baixo, e uma boa parte dos imóveis que tinham gerado a crise já foram equacionados, estes estoques estão no níveis mais baixos dos últimos 6 anos.

O FED parece comprometido em diminuir os helicópteros, é isso que pode-se extrair das minutas publicadas na última quarta-feira, mas acredito que a data limite é a primavera do hemisfério norte, para estes dados reverterem.

O índice de inflação de janeiro, o CPI não apresentou nenhuma mudança em relação aos anteriores, baixa e ainda distante do objetivo traçado de 2% a.a. Observem também que o índice seguido pelo FED, PCE é o mais baixo de todos.


Agora imaginem se por uma medida de precaução, na próxima reunião do FED em março, eles resolverem dar uma pausa nas retiradas dos estímulos, para retornar depois dos dados mostrarem recuperação.  Não sei o que aconteceria com o SP500, pois de um lado é bom, mais dinheiro, de outro coloca dúvidas sobre a recuperação, agora os títulos de 10 anos irão subir muito (queda da taxa), pois não vi quase nenhuma recomendação de compra, o mercado está "vendidasso", será que a Yellen vai bater o p#u na mesa? Hahahah....

Será que Mark Zuckerberg ficou embriagado pelo sucesso? Esta é a primeira reação a oferta feita pelo Facebook, ao pagar US$ 19,0 bilhões pelo WhatsApp uma companhia com 50 funcionários e que obteve seu crescimento sem nenhuma publicação de anúncios. Os números são impressionantes, hoje possuem 450 milhões de usuários que cresce 1 milhão por dia! E funciona muito bem, como vocês devem saber. Ao invés de uma postura inicial crítica que estão estampadas em todos os jornais, vamos ver como as ações das principais companhias: Apple, Google e Facebook, performaram nos últimos 15 meses.


Sobre a Apple já sabemos, está buscando o que vai ser depois de Steve Jobs, e o mercado parece estar dando este tempo, está no zero a zero, enquanto o SP500 subiu > 40%, já a Google, um "reloginho" turbinado e o Facebook, depois de derrapar quando do seu IPO, teve um alta expressiva desde de julho de 2013. Conclusão: O mercado está gostando da gestão de Zuckerberg, que com 29 anos já faz parte do grupo de bilionários.

Só o tempo dirá se foi uma boa compra ou não, em todo caso vamos fazer alguns cálculos:  O custo por usuário é de US$ 42,00 e a cada ano agrega mais 360 milhões de novos usuários, ou seja quase dobra. Se o Facebook cobrar, ou gerar anúncios equivalente a  US$ 0,99/mês/usuário, sua receita no primeiro ano será de US$ 8,0 bilhões e no segundo U$ 12,0 bilhões. Bingo, paga todo o investimento em 2 anos, um gênio, o preço foi de graça! Hahahahah....

Um dos posts desta semana viciado-em-juros causou bastante polêmica em meus leitores, alguns não entenderam. Por considerar este conceito fundamental para seus investimentos, estou atualizando o gráfico com algumas modificações.

Suponha que algum leitor não tenha seguido a recomendação do mosca, e resolveu ficar comprado em dólares contra o real, afinal dizem que quem dorme com a posição em dólares, dorme tranquilo, doce engano. Então ao final desta sexta-feira, já um pouco desiludido, ligou para o seu banco, e pediu para liquidar sua posição a R$ 2,3450. Sem considerar os custos de entrada e saída, que qualquer banco vai cobrar, vejamos se teve lucro ou prejuízo.

Inicialmente, eu transformei a evolução das cotações num ponto diário e uni este pontos, a linha em vermelho é o que eu chamei de divisor de águas, ou seja qualquer negocio fechado acima desta linha realizou uma perda e abaixo um ganho, para os mais criteriosos, está linha na verdade é uma curva, mas simplifiquei.


Se a origem da operação se deu no período em verde, este leitor deve ter realizado um lucro, onde o câmbio fechado ao redor do dia 17/10 foi o máximo, da ordem de 5%, se foi no período em amarelo considero que empatou e no período em roxo houve uma perda de aproximadamente 7%, quando bateu R$ 2,455 em 21/08, há exatamente 6 meses.

Ultimamente venho frisando que o dólar estava perdendo força e que não descartava uma correção, somente acima de R$ 2,455 mudaria de opinião, chegou perto! Aguardem novas análises em breve, mas a lição que fica aqui são duas: Primeiro que quando todo mundo acha a mesma coisa, tenha cuidado;  e segundo leve em consideração se o que você está comprando tem taxímetro com bandeira 2, e o real tem! Hahahah...

O SP500 fechou a 1.836, com queda de 0,19%; o real a R$ 2,3453, com queda de 1,05%; o EURUSD a 1,3738, com alta de 0,15%; e o ouro a US$ 1.322, sem variação.
Fique ligado!

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