De mal a pior

Eu desafio qualquer um a encontrar alguma notícia boa por aqui, e não é só na economia, que de certa forma já era esperado. Na política parece que a dupla do PMDB que comanda o Congresso e o Senado, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, já deixou claro para a Presidente, que não contem com eles. Não sei se é pressão em cima do governo, antevendo que seus nomes estarão na "lista de aprovados" do lava jato, ou um desentendimento entre os partidos. Saberemos em breve.

Depois da tão comentada matéria da revista Economist, onde colocou o Brasil num atoleiro, acrescido
do downgrade da Petrobras, fizeram os estrangeiros avaliar o que fazer com seus investimentos por aqui. Para terminar, o BC na última sexta-feira, informou o mercado que estaria rolando apenas 80% do que vence em 01 de Abril, e não era uma pegadinha costumeira desta data! Hahahah .... Diria que o momento não foi nada feliz, deu mais gasolina para a alta do dólar, que atingiu hoje a marca psicológica de R$ 3,00.

Com relação à ação da autoridade monetária, poderia elencar três motivos: 1) Quer realmente diminuir a exposição cambial a novo patamar. Assim essa medida, ocasionaria uma diminuição de US$ 24 bilhões em um ano; 2) Lançou para testar o impacto e dependendo das consequências, decidirá se mantém ou volta atrás; 3) Sem comentários ....

As perspectivas de crescimento este ano no BRIC's, sigla hoje que tem uma conotação muito diferente de alguns anos atrás, mostra um quadro distinto entre estes países, como pode-se ver na figura abaixo. Ficamos em penúltimo lugar, a frente somente da Rússia.

Outro gráfico interessante refere-se aos salários no setor público e privado. A revista Economist aponta que o crescimento do primeiro não é sustentável. O que esta revista esqueceu de contabilizar são os "bônus" por performance, que são divulgados diariamente na operação lava jato.

Com os resultados fiscais deteriorando rapidamente, o risco Brasil, medido pelo Credit_default_swap é o mais elevado.
Nem no campo do comércio exterior, onde a desvalorização do real, deveria estar ajudando a Balança Comercial, não vem acontecendo. Os dados de fevereiro foram muito ruins, as exportações caíram nada menos que 15,7%, na comparação interanual. Também com parceiros como a Argentina, o que se poderia esperar? Os importadores de commodities brasileiras, sabendo da alta expressiva do dólar, estão pressionando os preços para baixo, como pode-se verificar nos gráficos abaixo de laranja (a fruta é claro!) e açúcar.


Aécio Neves deve estar dando graças a Deus de não ter ganho as eleições. Imaginem que, com tudo o que vem acontecendo, faltariam ruas para tantas manifestações, uma vez que o PT, como oposição, usaria a retórica das eleições para culpar o PSDB. Acho que o país estaria pior do que está.

- David Chega, hoje está sendo uma tortura! Agora vou querer saber, por que você está querendo vender dólares.
Preço meu caro! Eu disse, no começo desse post, que não tinha nada de bom acontecendo no Brasil. O que você deve-se perguntar e se vai continuar piorando, manter como esta, ou melhorar no futuro próximo. Olhando de hoje, parece que vai continuar piorando, mas as coisas podem mudar rapidamente, além de todo mundo estar comprado no dólar.

No post lâmpada-do-Aladim, eu fiz os seguintes comentários: ...Do ponto de vista técnico estamos num ponto importante no curto prazo: ou prestes a entrar num movimento de correção, com duração de algumas semanas; ou o movimento de alta seguirá rumo aos R$ 3,05/3,10...vamos aguardar ele nos dar mais informações, não vamos arriscar nossos dinheiro como num jogo de roleta...E hoje rompeu acima dos R$ 2,92, caminhando agora para o intervalo de R$ 3,05/3,10.

Resolvi publicar um gráfico de mais longo prazo, afim de que vocês tenham uma visão melhor das minhas expectativas.


Como podem ver, o dólar encontra-se na região que denominei de PLANO BASE. O primeiro intervalo onde poderia acontecer uma reversão era ao redor de R$ 2,80, não aconteceu. O segundo é ao redor de  R$ 3,05, que é onde eu estou baseando minha previsão. 

- David, o que significa a ZONA DE ALERTA?
Todos sabem que análise técnica é baseada em probabilidade, assim se algum evento tem 80% de chance de acontecer, ele tem também, uma chance de 20% de não acontecer, por está razão o stoploss é tão importante! Muito bem, se o dólar resolver continuar subindo e ultrapassar o nível de R$ 3,10, as coisas começam a ficar mais complicadas, pois a partir daí existe uma chance, do movimento de correção que eu estou esperando não acontecer. Ressalto, que só poderá ser confirmado, acima de R$4,00

Se esse último cenário se materializar, terei algumas pistas para me basear. Eu acredito que seria muito difícil nossa moeda ultrapassar os R$ 3,10, sem que o 'dólar - dólar" rompa o nível de 96 que eu comentei no post privacidade-em-cheque, depois algo de muito sério deveria acontecer por aqui acarretando uma saída de dólares efetiva. Como não temos bola de cristal, eu provavelmente vou sugerir uma operação de venda de dólar mais a frente, com stop.



Queria lembrar que nesta sexta-feira é dia de publicação dos dados de emprego, e a expectativa é de criação de 230.000 com uma taxa de desemprego de 5,6%.

O euro negociou abaixo do nosso stop e assim considero encerrado este trade, com um prejuízo efetivo, considerando o erro de transcrição, de 1,80%, ou  0,90% ao considerar o que realmente eu tinha projetado. Se você quer entender melhor essa diferença, veja o post Cirque-du-BC's. O euro deverá continuar em sua rota de queda, sendo que, o próximo objetivo é ao redor de 1,05.

O SP500 fechou a 2.098, com baixa de 0,44%; o USDBRL a R$ 2,9755, com alta de 1,54%; o EURUSD a 1,1077, com queda de 0,87%; e o ouro a US$ 1.200, com queda de 0,25%.
Fique ligado!

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