A falta de um visionário
Os leitores mais antigos sabem que meu smart phone
não é da Apple. Anos atrás, fiz algumas análises técnicas sobre essa companhia
que acabaram não acontecendo, é verdade também que parei de acompanhar suas
ações. Hoje saiu uma matéria no Wall Street Journal
que acredito ser de interesse dos leitores.
Na matéria econômica, nada está
acontecendo. Além do mais, está próximo o início do período de férias no
hemisfério Norte, onde existe uma desaceleração natural.
A grande “tacada” da Apple foi inventar o smart phone
através do lançamento do iPhone em 2007, revolucionando a maneira como as
pessoas trabalham e se socializam. Também transformou a companhia de tal forma
que nem seu fundador, Steve Jobs, poderia imaginar.
Depois de 10 anos, o iPhone é um dos produtos que mais
venderam na história, com um total de 1,2 bilhões de vendas, gerando uma
receita de aproximadamente US$ 740 bilhões. Isso levou a Apple para
estratosfera, abrindo novos mercados e gerando grandes negócios na área de
serviços, o que conduziu essa empresa a se tornar a mais valiosa companhia no
mundo.
Mas o sucesso do iPhone ofuscou seus outros produtos,
fazendo com que a companhia dependa 2/3 de suas vendas. Isso implica que
qualquer escorregão pode ser calamitoso.
O sucesso do iPhone pode ser bem refletido na China, onde
uma combinação de um bom timing e uma marca forte fez da Apple uma das
companhias americanas mais próspera no país mais populoso do mundo.
Em 2006, a região da Ásia – Pacífico, exceto o Japão –
computava 7% das receitas da Apple. No ano passado, somente a China
representava 23% das vendas, contabilizando um montante de US$ 48,5 bilhões, o
que supera o total das vendas da Coca-Cola no mundo!
Com o crescimento das vendas, a companhia contratou 100.000
funcionários num período de 10 anos. Construiu uma nova sede, num formato de
navio, no valor de US$ 5,0 bilhões.
O crescimento explosivo da Apple ficou nos ombros de Tim
Cook, que sucedeu a Steve Jobs, falecido em 2011. Sua gestão buscou preservar a
cultura única da Apple através de um enfoque mais inclusivo que seu antecessor,
ouvindo mais opiniões da equipe, e sempre afirmando o mantra de Jobs “o
principal objetivo é fazer grandes produtos”.
No meio tempo, a pressão se intensifica no intuito de fazer
cada novo iPhone melhor que o anterior. Mas em 2016 as receitas declinaram pela
primeira vez, e sua participação no mercado Chinês caiu. O Presidente da Apple disse
aos analistas que a única forma de recuperar essa perda é inovar como loucos.
A Apple possui a maior percentagem de fidelidade entre os
consumidores de smart phones, com um índice de 90% na troca para um
produto mais recente. Contudo, não sei se isso será suficiente para manter o
crescimento demandando pelos seus acionistas.
Qualquer gestor de uma companhia sabe que depender muito de
um só cliente, ou um só produto, é extremante arriscado. Talvez seja essa a
razão para a Apple estar estudando entrar no mercado automobilístico.
O smart phone, como qualquer produto inovador, atinge
um ponto de maturidade, onde a taxa marginal de consumo desacelera
dramaticamente, e parece que é onde esse mercado está adentrando. Lógico que
existem outros mercados a serem conquistados e expandidos, como a própria
China, Índia e África. Mas, diferente do início, o número de competidores é bem
superior.
As inovações hoje em dia são muito pequenas para justificar
trocas frequentes de aparelhos. Um produto bastante caro ainda incentiva a
entrada de novos concorrentes, que poderão abocanhar os clientes marginais.
Além disso, o sistema Android tem se mostrado superior ao
IOS e, ao contrário do que ocorria antes, a Samsung lança produtos e
aplicativos que são copiados pela Apple.
Mas o que falta para a Apple manter o rumo explosivo de
crescimento do passado? O seu gênio e visionário criador, Steve Jobs! Esse poderia dar novos
rumos para a Apple, pois foi dessa forma que essa companhia se destacou; não
brigando pelo market share de um produto existente que tende a
“comoditização”.
No post o-impacto-do-retorno, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ...” conforme anotado no gráfico, e para quem seguiu minhas
indicações, obteve oportunidades de compra na semana passada, com uma pequena
retração do dólar até o nível de R$ 3,2550. Eu imagino um target para o
movimento em curso ao redor de R$ 3,43 – R$ 3,47 –R$ 3,50” ...
Por enquanto, nada inspirador aconteceu; o dólar encontra-se
contido num intervalo de negociação restrito, nos últimos dias, entre R$ 3,25 –
R$ 3,30. Porém, com uma característica de alta - isso acontece de maneira que a
cada pequena queda se dá num nível acima da anterior, assim como cada alta - higher
low, higher high (pontos em verde)
Eu indiquei uma área compreendendo os níveis de R$ 3,20 – R$
3,40, onde tudo pode acontecer. O que eu quero dizer com isso é que o dólar
poderá continuar nesse ritmo de sobe mais do que cai, atingindo, por exemplo,
R$ 3,37. Nesse momento, seriamos levados a imaginar que agora vai, e, de
repente, cai novamente para o nível de R$ 3,20.
Resumindo, por enquanto a direção é de alta, mas é necessário
que rompa com o nível de R$ 3,41. Até lá, ficaremos a mercê dos xingamentos
recíprocos entre Temer e Joesley, ou alguma surpresa vinda do exterior.
O SP500 fechou a 2.437, com queda de 0,67%; o USDBRL a R$
3,3114, com alta de 1,47%; o EURUSD a 1,1125, com queda de 0,21%; e o ouro a U$
1.242, sem alteração.
Fique ligado!
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