BCB trancado na defesa
Ontem o Banco Central reduziu a taxa SELIC em 100 pontos e
taxa SELIC ficou em 10,25% a.a. Até aí era o esperado pelo mercado, porém no
comunicado revelou uma surpresa inesperada. Disse em alto e bom tom que vai
diminuir o ritmo das quedas a partir da próxima reunião. Como havia comentado
ontem, não existe nenhum motivo econômico para tal redução.
...” Em função do
cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução
moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje
deve se mostrar adequada em sua próxima reunião. Naturalmente, o ritmo de
flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do
balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo
e das projeções e expectativas de inflação” ...
Efetuando-se uma análise mais detalhada de seus argumentos,
se pode concluir que a cautela demostrada é única e exclusivamente consequência
do risco político atual, e seu impacto na reforma da Previdência. Outra inferência
que se pode extrair é que a autoridade monetária tem uma expectativa muito
baixa de aprovação, ou que se aprovada, o será com muitos cortes em relação ao
projeto original. O juro real na margem, da ordem de 7% a.a., espelha a excessiva
cautela do BC!
Depois do COPOM, a Rosenberg refez suas projeções de cortes
para as próximas reuniões: em julho um corte de 75 pontos e depois mais dois de
50 pontos, chegando a taxa terminal de 8,5% a.a. Desta forma, não haveria
mudança no nível e sim na velocidade para atingir esse patamar.
O impacto na economia será marginalmente negativo, pois
embora os juros nominais sofreram uma queda significativa ao término do ciclo,
em termos de juros reais ainda continuam com níveis elevadíssimos. Para quem
faz investimentos é essa última taxa que conta.
O IMD – International Institue for Mangement Development –
publicou o ranking mundial de competitividade. Novamente o Brasil caiu na
classificação para 61º posição, notem que o total da amostra contém 63 países.
Ficou apenas na frente da Mongólia e Venezuela. Mas tem uma boa notícia, segundo
Carlos Arruda, professor da Fundação Cabral, responsável pela captação dos
dados brasileiros, afirmou que o Brasil não corre o risco de ir para lanterninha.
Isso porque esses dois países estão muito abaixo do Brasil em competitividade.
Ufa!
E ainda tem gente que apoia o governo do PT. A 7º economia
do planeta tem o pior nível de competitividade, afinal Mongólia e Venezuela nem
contam. Que vergonha!
Amanhã será divulgado os dados de emprego americano, e como
é praxe a ADP publicou os seus resultados. Segundo esse Instituto, foram
abertos 253 mil novos empregos superando as previsões mais otimistas de 195
mil. Outro dado interessante é que a maioria das contratações aconteceram nas
pequenas (83 mil) e médias (113 mil) empresas, ficando a menor parcela para as
grandes empresas (57 mil). Essa
distribuição é saudável, pois é um fator de maior estabilidade do emprego.
Para O FED o emprego e a inflação estão em sintonias
distintas, enquanto o primeiro se aproxima do pleno emprego, o segundo não
consegue atingir o objetivo traçado. Essa situação vai tornando o mercado de
trabalho mais apertado e alguns sintomas já são evidentes, como a dificuldade
de encontrar funcionários para as vagas, bem como a qualidade destes, como se
pode ver a seguir.
O Mundo está passando por uma revolução tecnológica
impressionante. Os robôs que há pouco tempo só apareciam em filmes de ficção
agora se tornaram realidade. A ilustração a seguir mostra quais os tipos de
trabalho e em que quantidade, os humanos serão substituídos pelos robôs, dentro
de uma a duas décadas. Em cada área de atuação, o que está em preto será
substituído por robôs, enquanto o que está em branco permanecerá sendo
executado por humanos.
No post a-vida-continua, fiz os seguintes comentários
sobre o Ibovespa: ...” agora voltamos as premissas que havia levantado alguns meses e que se
encontram marcadas no gráfico acima com os números 1,2,3. Cada uma delas tem um
grau de retração. O primeiro nível apontado é de 57.000, o segundo 53.500 e por
último 49.000” ...
Nada de importante aconteceu desde a data dessa última publicação,
assim, parti para uma análise de mais longo prazo. Desde 2008, quando a bolsa
atingiu o nível histórico de 73.900, em dois outros instantes se aproximou
dessa marca: o primeiro em novembro de 2010 – 73.100; e mais recentemente em
fevereiro de 2017 – 69.500. Notem que na primeira citação, o Ibovespa estava
muito próximo de romper a máxima, porém deu meia volta e passou mais de 5 anos
em queda atingindo a mínima de 37.000, em janeiro de 2016.
Várias razões me fizeram acreditar que o último movimento
desde do início de 2016 seria uma nova fase de alta. Lógico que não estou me
referindo a nenhum dado fundamentalista ou econômico, muito menos político, mas
sim técnico. Para os leitores antigos vim revelando esses argumentos no tempo.
No gráfico acima tracei dois cenários possíveis que foram
expostos no post no final do ano passado SP500-céu-azul. Enquanto o
Ibovespa não ultrapassar consistentemente o limite de 73.100, a opção de uma
correção mais forte existe, basta ver o que aconteceu em 2010, conforme
descrito acima.
Nas próximas semanas e meses saberemos melhor para onde
caminha nossa bolsa. Essa a razão de alocar stoploss curtos. Não estou disposto
a comprar e ficar torcendo. Se ainda estamos numa correção, surgirão
oportunidades de venda.
A indecisão sobre o cenário político de 2018 permite a
concretização de qualquer dos dois cenários, sem contar os riscos que existem
no exterior. Por essas e outras mantenho a disciplina de “escutar” o que o
mercado nos tem a dizer, e não achar que nós podemos dizer ao mercado como ele
deve se comportar.
O SP500 fechou a 2.430, recorde histórico e alta de 0,76%; o
USDBRL a R$ 3,2475, com alta de 0,66%; o EURUSD a 1,1212, com baixa de 0,26%; e
o ouro a U$ 1.265, com baixa de 0,2$%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário