Tarde demais para poupar

David Rosenberg, economista-chefe da Gluskin Sheff, publicou um gráfico que pode explicar parte da letargia econômica americana. A demografia americana assinala que o primeiro baby boomers completou 70 anos.  Um grupo de 78 milhões de pessoas que presenciou tudo nas últimas seis décadas, dos mercados de capitais, para a economia e para a política.

Rosenberg compartilhou o gráfico abaixo, que mostra a participação dos baby boomers com mais de 70 anos continuando a crescer nos próximos 15 anos.


Aos 70 anos é crucial, porque é quando você realiza a mudança mais profunda do mix de ativos desde que você tinha 30 anos. Com essa idade, o foco para investir muda do ganho de capital para a preservação do capital.

No entanto, os rendimentos em títulos que oferecem um retorno seguro e estável, como os bonds americanos, estão perto de seus níveis mais baixos em vários anos. Na era pós-recessão, a chamada caçada ao rendimento levou os investidores a ativos onde os retornos e os riscos são mais elevados.

"Em um mundo em que o rendimento seguro se tornou extremamente escasso, os desafios de investimento para o envelhecimento, para os ainda não envelhecidos, vão ser assustadores, no mínimo", disse Rosenberg.

Outros analistas já soaram o alarme sobre uma crise da aposentadoria que confronta até aqueles que estão longe de seus 70 anos. Os americanos não estão economizando o suficiente; A participação de renda disponível economizada caiu em dezembro para a mínima de oito anos, ao nível de 4,5% de seu rendimento, de acordo com o Bureau of Economic Analysis.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Aposentadoria descobriu que apenas 23% do baby boomers achavam que suas economias durariam após a aposentadoria.

Outro fator que complica ainda mais essa falta de perspectiva e o aumento da expectativa de vida, que vem crescendo ano a ano, tornando o futuro dessa geração mais incerto.

Por tudo isso, é provável que essa parcela importante da população americana vem cortando seus gastos a fim de enfrentar essa nova realidade. Os modelos usados para calcular o volume de recursos necessários para o período de aposentadoria, feitos há trinta anos, indicariam um montante muito inferior ao que é necessário hoje. A título de exemplo, um americano que precisa de US$ 50 mil por ano para viver, necessitaria de uma poupança de U$ 835 mil, com uma taxa de juros de 6 % a.a. – como era há trinta anos. Agora para o mesmo gasto anual são necessários US$ 2,5 milhões.

Como não dá para fazer milagres, ou ficar torcendo para Yellen subir rápido os juros, só restam duas alternativas: ou cortar em 2/3 seus gastos; ou continuar trabalhando para complementar a renda. Mesmo essa última hipótese é limitada, pois no que poderia trabalhar um ancião, e quem vai contratar? Esse será um grande problema dos próximos anos, pois agora é tarde demais para poupar!

Eu sei que vocês já devem estar cansados sobre o assunto volatilidade, mas a cada dia que passa mais um recorde de baixa é atingido em algum mercado. O gráfico seguir mostra esse indicador como se fosse um índice geral onde estão compreendidos a maior parte dos ativos líquidos. O nível de 100% corresponde a média, e hoje estamos em 61%.


Na bolsa americana, o impacto do índice acima é ainda mais significativo. Veja a seguir como a correlação entre as ações diminuíram recentemente. Isso deveria ter feito com que a volatilidade da bolsa tivesse aumentado, pois hoje as ações não se movimentam da mesma forma como antes.


Vou comentar o SP500, mas antes queria apresentar um dos indicadores fundamentalistas mais acompanhado pelo mercado o P/L – preço divido pelo lucro. A ilustração a seguir mostra que atualmente a bolsa americana está com um P/L acima de 30, que é um dos mais elevados da sua história. Isso não significa que a bolsa vai cair amanhã, porém se pode dizer que está barata!


No post quando-qualquer-coisa-e-melhor, fiz os seguintes comentário sobre o SP500: ...” ainda acredito que o nível de 2.450 será atingido. Daí em diante mais cautela ainda. Para quem tem posição poderá adotar uma das seguintes decisões: a) vender tudo e observar; b) manter e subir o stop; c) qualquer situação intermediária, vendendo parte da posição e mantendo o restante” ... ...” não sei onde e como será a reversão do SP500, o que eu projeto é uma correção de onda 4, para quem segue Elliot Waves, e é uma 4 grande! Será um processo longo e extenso, uma queda de 20% a 25%” ...

Na segunda-feira a bolsa atingiu a máxima de 2.453, e quando tudo parecia que no dia seguinte continuaria a subir, caiu! Hoje terminou sem variação.

Ultimamente o mercado ficou contido entre as duas linhas verdes traçadas no gráfico acima. Pode ser que começou uma mini queda até a parte inferior, que corresponde a aproximadamente 2.380. A linha cinza enfatiza que o mercado está “cansado”.

- David, por que não dá uma arriscadinha na venda?
Quero deixar bem claro a meu amigo que o mercado não deu nenhum sinal concreto para atuar vendido, ao contrário, está firme como uma rocha! Se tem alguma coisa que eu aprendi nesses anos todos é não colocar a minha vontade na frente das evidencias do mercado. Além do mais, sempre dá para entrar com calma em preços bons, não precisa ser no bumbum da mosca, que por sinal, só acontece por sorte!

Tudo que escrevi acima, poderá não ter valor nenhum daqui alguns dias, basta a bolsa continuar subindo que tudo que coloquei acima passa a não ter importância. Por outro lado, não preciso estar comprado quando existem alguns sinais de perigo.


Vamos verificar o que esse mercado nos reserva nos próximos dias!

O SP500 fechou a 2.435, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,3345, com alta de 0,70%; o EURUSD a 1,1166, com alta de 0,37%; e o ouro a U$ 1.246, com alta de 0,32%.
Fique ligado!

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