Trump era uma criança chata
Ontem deve ter sido mais um dia de gloria para Donald Trump.
Ao anunciar o rompimento dos EUA no acordo para diminuição na emissão de gases,
assinado por seu antecessor em Paris. Foi notícia em todo mundo. Os governos de
inúmeros países incluindo o Japão que, raramente se posiciona nessas ocasiões,
entidades religiosas como o Papa Francisco e diversos governadores de estados
americanos, repudiaram sua ação.
Como costumeiramente tem se posicionado desde que assumiu,
suas razões se voltam a defender os interesses dos EUA e cidadãos americanos,
além de taxar o acordo assinado como péssimo. Parece que ninguém no Universo
é melhor que ele para negociar,
Não sei porque, mas ultimamente penso como teria sido Trump
na sua infância. A imagem que fico, é do menino que arrumava encrenca com tudo.
Aquele que numa partida de futebol, por não saber jogar, entrava no campo e
atrapalhava o jogo. Devia ter poucos amigos, se é que tinha algum. Desse modo
que aprendeu a viver, chamando a atenção sempre pelo lado negativo.
Os EUA são responsáveis por 14% da emissão global de dióxido
de carbono ficando atrás da China que representa quase 30%.
A Bloomberg aponta 5 motivos para que não ficar aflito:
1.
Trump não pode parar a descarbonizarão da
economia em andamento.
2.
Já foi feito muito progresso nessa área.
3.
A tecnologia e não o Trump, vão direcionar as
decisões corporativas.
4.
Revolução do carro elétrico em substituição ao
carro a combustão.
5.
Os acionistas das empresas estão demando dos CEO
de Companhias de petróleo, que se posicionem sobre problemas ambientais.
Além disso, os especialistas dizem, que mesmo o abandono o
acordo de Paris, seus efeitos só serão percebidos em 2020, ano que um novo
Presidente assumira a Casa Branca e poderá voltar atrás nessa decisão.
À primeira vista parece que, ao romper o acordo, Trump se
indispõe com quase a totalidade do globo, mas ao mesmo tempo inviabiliza a sua continuidade.
Um acordo de meio ambiente, cujo país da dimensão dos EUA não aceita, como os
outros poderão “compensar” essa falta?
Parece que o paralelo que tracei do menino atrapalhando o
jogo de futebol se aplica, ele não ganha e ninguém ganha. Vamos ter que
conviver com um Presidente da maior economia do mundo, querendo chamar a
atenção de forma negativa.
E agora José, como interpretar os dados de emprego
americano? Vou colocar os números para que entendam minha dúvida. Foram
criados 138 mil novos postos de trabalho resultado muito inferior ao esperado
de 185 mil. Pior, as revisões dos meses de março e abril foram reduzidas em 66
mil.
Os ganhos por hora ficaram em 0,2% no mês, em bases anuais
se reduziram a 2,5%. Esse resultado coloca os rendimentos ao menor nível desde
março de 2016 conforme apontado no gráfico abaixo.
O Labor Participation
Rate sofreu uma queda depois de ter se recuperado nos últimos tempos,
voltando a 62,7%. Lembrem que esse indicador mede a percentagem da população
ativa em relação a população total.
Até esse ponto, esses dados seriam apontados no mínimo como
desapontadores. Acontece que a taxa de desemprego caiu para 4,3%, colocando no
menor nível desde 2001! Tudo isso implica que menos americanos estão no mercado
de trabalho. Será que todos estes milhões de americanos estão no Central Park com
seus Iphones fazendo algum bico?
No post exuberância-irracional, fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ...” o mercado está consolidando para atingir o objetivo
traçado. Entretanto uma correção de curto prazo pode acontecer conforme
ilustrado a seguir. Por esta razão resolvi liquidar a posição e aguardar os
próximos dias” ... ...” Quero deixar claro que estou “arriscando” essa correção
para entrar novamente na posição. Mas posso me enganar, e o mercado continuar
caindo sem que dê essa oportunidade. Vocês já sabem, correções são
imprevisíveis” ...
O mencionado no 2º parágrafo acabou acontecendo, e deixamos de ganhar
alguns pontos. Depois que uma situação dessas acontece, e natural que se fique com raiva:
“Porque eu fui mexer”! Ex-post tudo
fica mais fácil, e sem risco. Mas isso passa logo. Se estivesse com a
posição, ficaria preparado para liquidar ao redor de 2,15%, existem muitas
confluências ao redor desse nível.
- David, agora que
perdeu o barco da queda, vai entrar a 2,15% apostando na alta?
Desde o caso Joseley notei que você ficou mais “tímido”, é
por algum motivo ou só ficou decepcionado perdendo seu sendo de humor? Hahaha ....
Respondendo a sua pergunta, não vou entrar não, se você recordar, disse que
caso o intervalo de 2,10% - 2,15% não seja respeitado, os juros iriam para casa
dos 2%.
Então meu plano é o seguinte, acompanhar atentamente para
ver o que acontece no primeiro patamar e talvez entrar na venda de
juros. Se os juros romperem esse nível e flertem no segundo patamar,
aí sim entraremos com mais disposição. O recado está dado, não recomendo mais
apostas na queda dos juros a partir de agora.
Para terminar, queria atualizar o gráfico de previsão do
PIB feita pelo FED de Atlanta. Continua firme e forte na casa dos 4% e acima
das expectativas dos economistas.
Com seu bom track
record passado e considerando que esse dado será publicado no final de
julho, certamente um resultado desses faria a taxa de juros se moverem na
direção de alta. Parece que esse ativo vai oferecer uma boa oportunidade a frente.
O SP500 fechou a 2.438, com alta de 0,36%; o USDBRL a R$ 3,2521, sem alteração; o EURUSD a 1,1282, com alta de 0,64%; e o ouro a US$ 1.277, com alta de 0,98%.
Fique ligado!
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