Bitcoin de novo! #Ibovespa
Ontem,
na reunião da Rosenberg, fui questionado por que não efetuava um acompanhamento
técnico sobre a moeda digital. Eu me recuso, pois como não pretendo nem possuir
nem oferecer opiniões de trade aos leitores, prefiro ficar como espectador. Eu
acompanho um analista que segue as criptomoedas, e sua visão é de elevação de
preços maiores das que estamos observando.
Talvez
esteja sendo teimoso e mude de ideia no futuro, mas não acredito em seu valor nem
tampouco nos argumentos de escassez.
Desta
forma, procurei agregar alguns artigos e informações sobre o assunto transcrito
no post de hoje.
Um
artigo de Ye Xie publicado na Bloomberg traz a opinião de um grande gestor de
recursos, o Man Group, que sustenta o Bitcoin não estar numa bolha.
Enquanto
não se decide se o Bitcoin é uma bolha, uma coisa é certa: é diferente de
qualquer outra bolha que já vimos.
Episódios especulativos anteriores de inflação de ativos foram de uma tacada, como a mania das tulipas no século XVII, ou então, o ciclo da ascensão à decadência levou muitos anos, como o ouro. O Bitcoin, em comparação, sobreviveu a três quedas de mais de 80% em menos de 10 anos. A criptomoeda subiu além de US $ 40.000 na semana passada para definir o recorde de todos os tempos. Caiu mais de 15% desde então.
"Toda
vez que uma bolha de Bitcoin estoura, outra cresce de volta para
substituí-la", escreveram os analistas do Man Group em uma nota datada de
12 de janeiro. "Essa mesma frequência torna a narrativa do Bitcoin um
tanto atípica em relação às grandes bolhas do passado."
Aqui está uma tabela de algumas bolhas financeiras compiladas pelo Man Group.
Por
que o elevado retorno?
Enquanto os mercados financeiros globais entravam em convulsão durante a pandemia em 2020, houve uma série de fatos que sugeriam que o Bitcoin estava caminhando para se tornar respeitável no mercado. Em outubro, a gigante global de pagamentos PayPal Holdings Ltd. permitiu que os clientes o usassem para comprar bens e serviços, e alguns grandes players financeiros criaram fundos que facilitavam o uso de criptomoedas em suas carteiras. Ao mesmo tempo, a enxurrada de dinheiro bombeada para o sistema financeiro global pelos bancos centrais do mundo renovou um debate sobre a possibilidade de um ressurgimento da inflação — gerando mais interesse tanto no ouro quanto no Bitcoin, uma vez que ambos são ativos escassos.
Quem compra e usa Bitcoin?
Importantes
gestores de ativos como Mike Novogratz e Alan Howard investiram centenas de
milhões de dólares em Bitcoin e outras criptomoedas. Uma pesquisa da Fidelity Investments realizada
em 2020 constatou que 36% dos entrevistados institucionais possuíam
criptomoedas em suas carteiras. Mais de seis em 10 manifestaram interesse em
Bitcoin e outras criptomoedas, contra menos da metade em 2019. Claro, o Bitcoin
ainda é um mercado pouco negociado, onde as chamadas “baleias”, que controlam
grandes quantidades de moeda, têm enorme influência. Menos de 2% das contas
anônimas que podem ser rastreadas no livro digital da moeda controla 95% da oferta
disponível, de acordo com o pesquisador Flipside Crypto. A saída de uma “baleia”
— um evento mais provável agora que o Bitcoin é o domínio não apenas dos crédulos,
mas também de financiadores pragmáticos — pode espalhar ondas por todo o
ecossistema.
Qual
é o apelo para os investidores?
Em
suma, ganância e medo. Os fãs do Bitcoin argumentam que seu recente rali não é
comparável a outros momentos eufóricos, já que o ativo amadureceu com a entrada
de investidores institucionais. Os rendimentos zero e negativos em ativos
tradicionais, como títulos públicos, estão levando os fundos de hedge a buscar
alternativas, e há o medo de perder a festa com uma moeda que bate recordes
sucessivos. Embora os descrentes tenham dito há muito tempo que o Bitcoin
inevitavelmente entrará em colapso novamente, muitos tiveram que rever seu
pensamento recentemente — simplesmente porque um número suficiente de pessoas
parece acreditar no Bitcoin. Há também mais discussão sobre o Bitcoin como um
hedge legítimo contra o risco de inflação e qualquer fraqueza no dólar
americano.
Por
que o Bitcoin é comparado com o ouro?
Como
um recurso escasso, o ouro tem sido tradicionalmente um hedge contra a
inflação; subiu para um preço recorde em agosto de 2020. Os governos, diz a
teoria, podem acelerar a impressão de dinheiro e, assim, rebaixar suas moedas,
mas os mineiros não podem inundar os mercados com ouro. Parte do apelo do
Bitcoin reside no fato de que ele não é controlado por governos ou por suas
políticas monetárias, e que sua oferta é limitada ainda mais estritamente do
que a do ouro. Com os vastos gastos dos governos e bancos centrais em resposta
à pandemia, que aumentam os temores de inflação após a recuperação das
economias, mais atenção do que nunca está sendo dada ao Bitcoin como "ouro
digital", mesmo que a inflação permaneça controlada. Se o Bitcoin atrair a
mesma quantidade do dinheiro hoje investido em ouro, ele poderá subir para
um preço teórico de mais
de $146.000 no
longo prazo, de acordo com estrategistas do JPMorgan Chase & Co.
Então
o Bitcoin agora é legítimo?
Investidores
intuitivos podem estar se sentindo mais confortáveis em mergulhar no Bitcoin em
parte por causa de melhores salvaguardas — mesmo com as incríveis histórias de
milionários frustrados por perder
sua senha
(*). Nos últimos anos, o Bitcoin também desenvolveu uma
infraestrutura financeira mais substancial. Existem serviços de custódia e
negociação, com licenças e credenciais adequadas, que atendem especificamente
aos grandes investidores regulamentados. O Departamento do Tesouro
americano, por exemplo, propõe exigir que bancos e outros intermediários
mantenham registros e enviem relatórios para verificar identidades de clientes em
determinadas transações de criptomoedas. Vários bancos centrais, incluindo o
Federal Reserve dos EUA e o Banco Central Europeu, são estudando como
digitalizar moedas soberanas,
uma validação do código blockchain que sustenta o Bitcoin. Ainda assim, o
Bitcoin e outras criptomoedas têm sido ligados a golpes, lavagem de dinheiro,
evasão fiscal, roubos cibernéticos e muito mais.
(*)
“um investidor perdeu o diário onde ele escreveu a senha para o seu IronKey,
que dá aos usuários 10 palpites antes que ele congele e criptografe seu
conteúdo para sempre. Desde então, ele tentou oito de suas formulações de senha
mais usadas — sem sucesso”.
Já
a Gavekal publicou um relatório elaborado por Will Dener que chega à seguinte
conclusão:
Para
concluir, as moedas fiduciárias têm a vantagem no quesito popularidade para ser
dinheiro. Várias moedas fiduciárias existem hoje porque os governos dividiram
artificialmente o mundo e impuseram sua moeda específica. É questionável que uma
moeda alternativa possa coexistir sem o suporte do governo. O ouro coexistiu
como reserva de valor, mas como outras commodities, terrenos e belas-artes, é
valorizado para outros usos que não como meio de troca. Se é para ter valor ao
ser armazenado, deve haver um argumento plausível para que o Bitcoin se torne
moeda. Ainda não estou convencido de que seja esse o caso.
Vocês sabem quantas cripto moedas existem? Milhares literalmente! A figura a seguir mostra como o valor do Bitcoin é maior que as outras 999 criptomoedas mais valorizadas. Isso é semelhante à concentração das 5 maiores empresas de tecnologia quando medidas em relação às 495 ações que compõem o SP500.
Porem essa semelhança é puramente teórica, pois enquanto as ações podem subir ou cair de preço em função de sua performance, o Bitcoin só perderia sua hegemonia por fatores qualitativos, uma vez que todas são iguais.
O gráfico apresentado a seguir mostra um quadro interessante, onde o Bitcoin tem uma correlação muito grande com o Nasdaq 100 — se é assim, prefiro as ações. Outra curiosidade é a elevada correlação com o petróleo e baixa com o ouro. Vai entender! A conclusão que tiro é que essas correlações não servem para nada!
Quando o mundo ficar mais normal e as taxas de juros voltarem a níveis mais decentes, por que alguém teria criptomoedas? Para se ter retorno com esse ativo, é obrigatório que os preços subam sempre, nunca esqueça disso!
Continuo
com o mesmo ponto de vista. Não gosto. Tudo que se tem que explicar muito não é
um bom sinal!
No Post ibovespa-o-show-do-milhao, fiz os seguintes comentários sobre a bolsa brasileira: ... “No gráfico a seguir, está em laranja a trajetória esperada para a bolsa, onde poderia ocorrer uma correção mais profunda no nível entre 128/130 mil. Nesse momento, prefiro não traçar essa trajetória, pois ainda teríamos tempo para observar com mais detalhes” ...
Passados praticamente 1 mês, o Ibovespa seguiu o caminho traçado pelo Mosca, como poderão observar a seguir. Da mesma forma que as bolsas internacionais, a bolsa brasileira se aproxima de uma região importante ao redor de 127 mil. Desta forma estou subindo o stop loss para 116 mil.
Vou aproveitar para apresentar como o mundo saiu fora dos parâmetros esperados.
Uma
curva denominada de Beveridge, ou curva UV, é uma representação gráfica da
relação entre o desemprego e de vagas de trabalho, o número de empregos não
preenchidos expresso como uma proporção da força de trabalho. Normalmente, as
vagas ficam no eixo vertical e o desemprego na horizontal.
A curva tem formato hiperbólico e declina, visto que normalmente ocorre maior taxa de desemprego com menor número de vagas. Se deslocar para fora ao longo do tempo, determinado nível de vagas estaria associado a níveis cada vez mais elevados de desemprego, o que implicaria em uma eficiência decrescente no mercado de trabalho. Mercados de trabalho ineficientes são causados por incompatibilidades entre os empregos disponíveis e os desempregados e uma força de trabalho imóvel.
Muito bem, mesmo se o leitor não entender direito o que isso significa, note que o gráfico a seguir tinha uma formatação lógica em vários ciclos econômicos. Observem o que ocorreu em 2020, bagunçaram com a curva criada por Wiiliam Beveridge, um economista britânico do século passado, considerado o papa no que diz respeito a empregos. Deve estar furioso no caixão! Hahaha ....
O
SP500 fechou a 3.795, com queda de 0,38%; o USDBRL a R$ 5,1967, com queda de 1.93%;
o EURUSD a € 1,2155, sem variação; e o ouro a U$ 1.846,
com alta de 0,16%.
Fique
ligado!
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