Desinflação escondida #USDBRL

 


A taxa de inflação calculada em qualquer país é composta por uma série de itens que variam o seu peso com o tempo. O consumo médio é calculado segundo levantamento periódico. Os preços têm monitoramento mensal por todo país, e é feito sobre centena de milhares de itens. Em função desse levantamento, calcula-se o consumo regular da média da população. Com isso, o índice pessoal de inflação pode ser bem diferente entre famílias.

Porém existem outras peculiaridades, na maioria dos casos, relacionadas a evolução da economia, que acabam não sendo computadas.

Um artigo publicado por Bem Carlson foca sobre as interpretações da inflação na economia americana.

Toda vez que escrevo sobre a taxa de inflação atual ou a possibilidade de uma inflação mais alta no futuro, um punhado de pessoas invariavelmente comentará sobre a alta inflação que já está entre nós.

Você está falando sério?! Você tem ido ao supermercado ultimamente?! E o preço dos imóveis ou a inflação no preço dos ativos?

Em primeiro lugar, há uma correlação de 0,98 entre pessoas que usam a frase "inflação no preço dos ativos" e alguém que está errado sobre os mercados ou a política monetária. (destaque meu)

Inflação no preço dos ativos não existe. Os ativos de risco geralmente sobem no longo prazo. O mesmo acontece com a maioria dos imóveis. Na verdade, essa é uma das maiores razões para investir no longo prazo — para vencer a inflação e acompanhar ou melhorar seu padrão de vida.

Em segundo lugar, aumentos pontuais de preços não significam que as estatísticas governamentais estejam de alguma forma mascarando a verdadeira natureza da inflação.

Este é simplesmente um caso do viés de disponibilidade, onde as pessoas supõem que coisas que vêm à mente facilmente são mais representativas da verdade do que realmente são.

Aqui está a taxa de inflação oficial:


Você pode ter visto este anúncio da Radio Shack de 1991 compartilhado no passado em algum lugar na Internet


Ele mostra tudo o que você teria que comprar naquela época que agora pode ser feito com o seu iPhone:

  • Aparelho de som
  • Rádio relógio
  • Calculadora de bolso
  • Computador
  • Filmadora VHS
  • Celular
  • Leitor de CD portátil
  • Secretária eletrônica
  • Gravador de áudio

Ainda me lembro da primeira vez que vi um dos meus amigos com um iPod no início dos anos 2000, enquanto eu carregava por aí um leitor de CDs ridiculamente grande junto com meu estojo de discos. Eu fiquei enciumado na hora.

A gente costumava pagar $14.99 por um único CD que tinha no máximo 2 ou 3 músicas que a gente gostava de ouvir. Hoje a gente paga $14.99 por mês para ter literalmente todas as músicas da História.

A gente costumava ir ao shopping comprar um CD. Agora cada lançamento está no nosso iPhone no instante em que ele sai.

No último fim de semana, naveguei pelo acervo de vídeos da HBO Max. Pelo preço mensal de um único DVD, agora tenho acesso à biblioteca de milhares de filmes e séries de TV.

Poucas pessoas consideram como esses negócios são incríveis para os consumidores ou o quanto as coisas são melhores hoje do que eram no passado.

Ou pense em como a qualidade de certos bens melhorou ao longo do tempo, mesmo a preços mais altos. Lembra dos velhos filmes de terror onde uma pessoa estava fugindo de um serial killer mas não conseguia ligar o carro? Não há como isso acontecer hoje porque a qualidade dos automóveis melhorou de vez.

Veja a melhora na quilometragem ao longo do tempo:

Os carros duram mais tempo, consomem menos combustível e são melhores para o meio ambiente.

Claro, são observações pontuais como as das pessoas que citam os dados de preços do supermercado.

Que tal os preços de matérias primas?

O Índice Bloomberg de Commodities está abaixo de onde estava em 1991!



Não está apenas abaixo dos níveis de 1991, mas quase 70% abaixo dos níveis de 2007.

Estes são preços de commodities usadas para produzir bens na economia, não apenas preços isolados.

E se isso não é suficiente para você, a maneira mais simples de quebrar o mito da inflação é olhar os números para o crescimento econômico.

Infelizmente, a pandemia estragou permanentemente todos os gráficos econômicos existentes.

Mas se tirarmos os pontos de dados de 2020, o crescimento médio real do PIB anual de 2010-2019 foi de 2,3%. A taxa de inflação nesse período foi de cerca de 1,8% ao ano.

Agora, se você é desses crentes aos que acreditam numa inflação real de 5 a 6% ao ano, isso significaria que a economia tem se contraído entre 1 e 3% ao ano nos últimos 10 anos.

E se você é um desses alarmistas que supõe uma inflação real de 10 a 12% ao ano, é como dizer que estamos em uma depressão total e a economia perdeu 80% de seu valor.

Isso é absurdo e obviamente falso, mas essa é a afirmação que você está fazendo se você realmente acha que a inflação é tão alta.

Os Estados Unidos de fato tiveram uma inflação descontrolada na década de 1970, quando a média foi perto de 7% ao ano. Mas o PIB nominal estava crescendo mais de 10% por causa disso. Os salários cresceram quase 150%. Isso é o que acontece quando há inflação.

Há áreas onde os preços subiram mais do que a média pela simples razão de que é assim que as médias funcionam.

Uma dessas áreas é a saúde. Esta é que mais desperta minha preocupação. Para certas famílias, o custo da saúde parece ter sofrido hiperinflação.

Outra é a mensalidade da faculdade. Mas vale lembrar que apenas 30% da população consegue ter um diploma universitário. Não é que todo o mundo esteja sendo forçado a pagar por essa mensalidade mais alta.

E as mensalidades subiram cerca de 180% de 1998 a 2019. É uma taxa anual de 4,8%, muito maior do que os números de inflação relatados, mas bem abaixo dos números dos crentes em conspirações.

A habitação é outro setor com preços observáveis.

Jake, da EconomPic, calculou a mudança na acessibilidade habitacional desde 1971. Ele descobriu que o pagamento mensal médio de hipotecas de uma nova casa, corrigido pela inflação, permaneceu basicamente o mesmo nos últimos 50 anos (apesar do fato de que a casa nova média é 70% mais alta do que a de 1971):


 E esses dados são do verão de 2019. Os preços das moradias subiram desde então, mas as taxas continuaram a cair.

Claro, há áreas do país onde os preços da habitação estão fora de controle. Mas é assim que as médias funcionam. Alguns pontos de dados estão acima da média, enquanto outros estão abaixo da média.

O mesmo acontece com a taxa de inflação.

Há certamente famílias que sentem o incômodo do aumento dos preços mais do que outras. E há famílias onde as pessoas não percebem o quanto seu padrão de vida melhorou com o tempo porque nos acostumamos com as forças deflacionárias da tecnologia.

O governo não está suprimindo o número de inflação "real". E se estivesse, também estaria suprimindo o crescimento econômico informado, o que é algo que nenhum político faria em sã consciência.

A inflação é um conceito complicado de entender, mas isso não significa que você deve ouvir os sabichões da inflação.

É difícil medir todas as melhorias conseguidas pelo mundo, principalmente na última década. Os exemplos citados acima são apenas uma amostra dessas melhorias. Quanto vale o tempo “economizado” na procura por algum bem no Google? E a opção pelo melhor preço? Poderia ficar aqui enumerando essas conquistas — que não aparecem nos índices de inflação.

É claro que tudo o que está descrito não é garantia de que a inflação não retornará a níveis superiores aos desejados pelas autoridades monetárias. Mas isso não parece ser um problema para 2021. Ou será?

No post cenas-grotescas, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Neste momento, algumas hipóteses se apresentam e deixam a posição do Mosca neutra, embora as chances estejam pendendo para novas altas para o dólar” ... ...” conforme apontei no gráfico acima, e caso se confirme a nova tendencia de alta, o objetivo para término desse movimento seria ao redor de R$ 6,68/R$ 6,82” ...



O dólar sofreu uma queda que anulou a opção de alta neste momento.

- Xiiiiiii, vão começar as desculpas!

Para que você não me acuse de forma injusta, eu destaquei os pontos acima: posição neutra, caso se confirme. Meu amigo, está precisando ler com mais atenção.

Um pouco de tecnicidade: sempre que um movimento se reverte, é necessário que se formem 5 ondas em seguida. Às vezes, pela desenvoltura do movimento, pode-se ficar desconfiando que será confirmada essa hipótese, mas a afirmação só será mais consistente depois de completado o movimento.

Foi exatamente o que aconteceu neste caso, desconfiei que a mudança poderia estar em curso. Mas o movimento não se confirmou, principalmente na quarta-feira, quando o dólar caiu 3%.

Voltamos a hipótese de que a correção ainda não tenha terminado. Sendo assim, uma das possibilidades é apresentada no gráfico a seguir.



 Como podem notar, o objetivo de queda para o dólar estaria compreendido entre R$ 4,88/R$4,81. Tudo isso depende de novas altas não ocorrerem acima de R$ 5,52.

Se quiser se envolver num trade com esse cenário, sugiro uma venda de dólar, caso atinja R$ 5,39 com stop loss a R$ 5,52 — mas não merece muito risco, eu faria um tamanho menor, tipo de 1/2 a 1/3 do tamanho padrão.

Um resultado interessante sobre a pandemia é a variação das reservas dos países emergentes, exceto a China. No gráfico a seguir, nota-se a baixa oscilação observada desta vez, que se contrapõe ao que ocorreu em outras crises. No caso do Brasil, as reservas sofreram uma pequena queda muito mais em função da situação interna.



Hoje é feriado nos EUA e as bolsas ficaram fechadas.

O dólar fechou a R$ 5,2966, sem variação; o EURUSD a 1,2076, sem variação; e ouro a U$ 1.836, com alta de 0,56%.

Fique ligado!

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