Nem pensar #nasdaq100


Hoje será anunciado o resultado da primeira reunião do FOMC – Federal Open Market Committee do ano. Ninguém espera mudança na taxa de juros, mas não é só isso. Outro fator importante é saber se o Presidente Biden pretende manter Jay Powell no comando do Fed, embora seu mandato termine no início do próximo ano.

Um artigo de Steve Matthews na Bloomberg aborda os principais pontos esperados.

Espera-se que o presidente do Federal Reserve Jerome Powell mantenha o apoio agressivo do banco central à economia dos EUA, apesar de ter vislumbrado uma “luz no fim do túnel” em relação à pandemia do Covid-19.

Os resultados iniciais da vacinação nos EUA mostram sinais encorajadores. Embora o número de pessoas vacinadas ainda seja pequeno, o gráfico a seguir apontando o número de casos novos, bem como os hospitalizados, indica uma forte desaceleração. O mundo está na torcida!

Ao final de sua reunião de política monetária de dois dias nesta quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto manterá com toda certeza as taxas de juros próximas a zero e repetirá a promessa de continuar comprando títulos no atual ritmo mensal de US $ 120 bilhões. O painel divulgará uma declaração às 14h, e Powell dará uma coletiva de imprensa. Nenhuma previsão trimestral está programada para ser publicada após este encontro.

“Eles serão muito, muito pacientes”, disse Julia Coronado, presidente da MacroPolicy Perspectives. “A economia de curto prazo está pior do que eles esperavam e o vírus é terrível. Eles vão segurar as pontas até que as vacinas e a política fiscal possam dar um jeito de melhorar as coisas”.


Um dado que chamou minha atenção é a posição dos investidores no mercado futuro de juros. Lembro que um tempo atrás o volume de pessoas apostando na alta de juros era recorde. Esse número retrocedeu, situando-se já no campo positivo, indicando que esses investidores não esperam mais altas nos juros de 10 anos.



Embora o otimismo em relação a um reforço na recuperação dos EUA no final deste ano tenha crescido em meio a notícias positivas sobre vacinas e esperanças de novo apoio fiscal, o país enfrenta um inverno difícil depois de um aumento nas infecções durante os feriados e uma lenta implementação até agora nas vacinas.

Isso atingiu o mercado de trabalho, incluindo a perda de 140.000 empregos em dezembro, reforçando os riscos de uma retração mais prolongada. Embora os membros do comitê possam ver as vacinas e mais ajuda fiscal como um reforço nas perspectivas até o final do ano, eles provavelmente enfatizarão a necessidade de apoio monetário contínuo.

Compra de ativos

O FOMC deve reiterar sua orientação de dezembro de que o comitê continuará com as compras mensais de US $ 80 bilhões em títulos do Tesouro e US $ 40 bilhões em títulos lastreados em hipotecas até que haja "progresso substancial" no emprego e na inflação. Alcançar essa meta até 2022 parece improvável, de acordo com uma recente pesquisa com economistas feita pela Bloomberg .

Embora o presidente do Fed tenha dito que há motivos para ter esperança em um final para a crise, ele também enfatizou que “agora não é o momento” para discutir um final para os estímulos.

Aquelas observações de 14 de janeiro , pouco antes de o Fed entrar em seu período de blecaute antes desta reunião, foram um sinal claro de que quer evitar uma repetição do ataque de nervos de 2013, quando o Fed divulgou uma possível redução nas compras de títulos, pegando os investidores desprevenidos e provocando uma disparada nos juros.

Os rendimentos do Tesouro subiram em meio a rumores de redução na oferta do Fed e de previsões econômicas mais otimistas.

“Powell deve estar menos preocupado com o estímulo fiscal do que o mercado agora e, ao contrário, ficará um pouco mais preocupado com as novas cepas de vírus e o risco que elas representam”, disse Thomas Costerg, economista sênior dos EUA da Pictet Wealth Management .

Declaração FOMC

A declaração provavelmente reconhecerá uma desaceleração na atividade econômica — incluindo um mercado de trabalho preocupante — mas não fará alterações em suas orientações sobre a política futura.

“Não há muitos argumentos para grandes mudanças na declaração”, disse Jim O'Sullivan, estrategista macro-chefe da TD Securities nos EUA. “Você poderia ter um pouco de otimismo a médio prazo com vacinas e mais gastos fiscais, mas aqui e agora estamos tendo problemas e as vacinações estão indo mais devagar do que o esperado.”


Conferência de imprensa

Powell provavelmente será questionado sobre como trabalhar com a nova administração do presidente Joe Biden, incluindo seu relacionamento com sua antecessora no Fed, a secretária do Tesouro Janet Yellen, e a necessidade de apoio fiscal adicional.

Powell e seus colegas foram defensores ativos de mais gastos fiscais no ano passado, com os legisladores entregando outros US $ 900 bilhões em ajuda no final de dezembro. Biden propôs um estímulo adicional de US $ 1,9 trilhão, mas os republicanos — e até mesmo alguns de seus próprios democratas no Senado — questionaram se isso é realmente necessário com a economia que deve se recuperar no segundo semestre de 2021.

Powell pode ser questionado sobre seu desejo de um segundo mandato como presidente do Fed quando seu atual mandato expirar em fevereiro de 2022. Quase três quartos dos economistas entrevistados pela Bloomberg acreditam que Biden lhe oferecerá essa oportunidade. 

Estabilidade financeira

Powell também pode esperar perguntas sobre preocupações com a estabilidade financeira e excessos especulativos em meio a níveis recordes para as ações dos EUA, depois que os investidores entraram em uma farra de compras neste mundo de retornos reduzidos.

Os rendimentos caíram até mesmo nas dívidas mais arriscadas, as ações baratas e Bitcoins subiram, e o dinheiro fluindo para empresas de aquisição de propósito específico, ou SPACs, é outro sinal de "excesso insustentável", de acordo com estrategistas do Goldman Sachs Group Inc.

Os bancos centrais dos EUA até agora minimizaram as preocupações de uma bolha, observando que, embora as avaliações sejam altas em alguns lugares, o quadro mais amplo é variado.

Powell disse a repórteres em 16 de dezembro que não havia muitas “bandeiras vermelhas” visíveis, embora o Fed esteja mantendo a estabilidade financeira sob vigilância constante. A recessão de 2007-2009 foi deflagrada por excessos no setor imobiliário, e a recessão de 2001 se seguiu ao colapso da bolha das ações de tecnologia — gatilhos que Powell apontou no passado.

Dada a fragilidade atual dos mercados e considerando que o mercado de trabalho vai demorar muito tempo para atingir os níveis que prevaleciam antes da pandemia, não é bom nem pensar que o Fed proponha alguma mudança no rumo que vem tomando. Acredito ser tão delicado que qualquer palavra mal colocada ou alguma preocupação revelada pode colocar água no fogo. Melhor seria ficar quieto, o que pode não ser o caso.

No post rapido-e-sempre fiz os seguintes comentários sobre o Nasdaq100: ...” Como poderão notar no gráfico a seguir os objetivos foram alterados, ao invés de 13.479, agora se pode trabalhar com o target inicial entre 13.850/13.980, que se ultrapassado, rumaria a 14.350” ... 



Estou ficando mais preocupado com os movimentos que a bolsa vem apresentando nos últimos dias. Por exemplo, hoje pela manhã antes do mercado abrir, do nada os futuros caíram 1% depois de estarem subindo por toda madrugada em função de bons resultados publicados no dia anterior. Procurei os motivos e não encontrei nada. Do ponto de vista técnico, esses são sinais de exaustão.



Pode ser que eu esteja muito cauteloso, mas estou subindo o stop loss do Nasdaq100 para 13.100 e do SP500 para 3.750. Esse tipo de atitude vai “forçando” uma liquidação das posições pelo mercado. 

Os leitores assíduos do Mosca vêm notando que mudei de atitude recentemente em função da possibilidade de uma correção mais expressiva — ou de um cenário alternativo mais tênue se aproximando.

O aperto do stop loss vai findar com a liquidação da posição em algum momento. Se continuar subindo sem atingir esses níveis, continuamos surfando, caso contrário vamos liquidar as posições. Essa é a estratégia que estou adotando por enquanto.

- David, você está deixando a gente assustado. O que pode acontecer?

A análise técnica permite navegar sobre os mercados de forma distinta em função do momento em que se encontram. Este é um dos momentos que requerem cautela, então agimos de acordo.

Para colocar em questão os cenários, veja a seguir os níveis que poderão ser atingidos:

Cenário básico: O Nasdaq 100 poderia recuar até 10.600 (20%) – 9.700 (27%)

Cenário alternativo: O mesmo índice recuaria até 12.800 (4%) – 12.400 (7%)

Como podem notar, no segundo caso não seria grande problemas ficar com a posição.

- Como saberemos qual dos dois irá prevalecer?

Só observando como a correção ganha pulso. De antemão, tenho que adotar a postura mais conservadora.

Um outro dado que chamou minha atenção foi a correlação das ações do SP500 com o próprio índice, que caiu a um nível extremamente baixo — o que no passado indicou queda da bolsa. O significado é que poucas ações têm correlação com o índice.



Amanhã, por motivos de viagem, não haverá publicação, retornando à normalidade na sexta-feira.

O SP500 fechou a 3.750, com queda de 2,57%; o USDBRL a R$ 5,4158, com alta de 1,11%; o EURUSD a 1,2102, com queda de 0,46%; e o ouro a U$ 1.840, com queda de 0,51%.

Fique ligado!

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