Agora vai? #nasdaq100
Hoje me deparei com um gráfico que tem despertado minha
atenção. Esse gráfico aponta para a evolução dos juros dos títulos americanos de
10 anos desde a década de 80, ou seja, nos últimos 40 anos. Não precisa ser um
grande entendido para perceber que, se tivesse comprado esses papéis com
alavancagem, provavelmente não estaria escrevendo esse post — contrataria meu
amigo que faz a revisão do Mosca diariamente. Por que ele? Pela confiança que deposito em
seu julgamento.
Esse pensamento relembrou um momento quando eu estava no
Banco Francês e Brasileiro. Certa vez, quando da visita de uma corretora a meu
escritório, estava muito curioso para saber por que motivo ela detinha um
volume elevadíssimo em títulos do tesouro equivalente a 30 vezes seu patrimônio
— o que era o limite máximo —financiado através da recém-criada Selic.
Nesta ocasião perguntei se não tinham receio de perder de
forma rápida todo seu patrimônio numa eventual alta dos juros. Respondeu que
estava tranquilo, uma vez que, o governo dependia dos intermediários para
financiar a dívida pública e, portanto, nunca deixaria isso ocorrer. Confesso
que fiquei perplexo com essa ousadia, mas também preocupado, já que não existia
essa suposta garantia. Pedi para a mesa de operações tomar todo cuidado com essa
corretora limitando o volume financiado, além de exigir garantia adicional em
títulos. A desgraça aconteceu mais à frente, quando as taxas subiram sem que o
Banco Central conseguisse controlá-las.
Isso remete ao momento atual, e especificamente ao gráfico abaixo. Como podem notar, existiram 15 ciclos demarcados durante os últimos 40 anos, sendo que cada um deles aponta para um ápice de juros e um movimento de queda na sequência.
Me recordo, quando do auge da pandemia em 2020, fiquei em dúvida se não iria ocorrer mais um título do governo, no caso o americano, com juro negativo, o que acabou não acontecendo. Desde então, as taxas foram subindo de forma lenta enquanto o discurso do Fed era de inflação temporária; e foi só nos últimos meses que, de forma abrupta, o mercado começou a precificar, novas altas dia a dia.
Quem é leitor antigo sabe que venho acompanhando esse
movimento atentamente, acreditando que essa sequência será rompida mais dia
menos dia. Parece que esse momento está se aproximando. Durante todos esses
anos não parecia haver cenário mais propício como o atual. Não quero criar
terrorismo aqui e fazer uma previsão de taxas de 5% ou 8% a.a.; se demorou 40
anos para cair, a alta deve ocorrer também num prazo longo.
Mas do mesmo jeito que fiquei incomodado com o argumento da
corretora carioca, tenho a mesma sensação agora. Por melhor que seja ter um
pouco mais de inflação e juros, tomem muito cuidado com títulos de longo prazo,
pois estes sofrerão na veia.
Existe um cenário em economia denominado de estagflação, que pode ser definido como uma economia com inflação em alta e atividade econômica em queda. À primeira vista, parece difícil de entender: se a economia está desacelerando, não deveriam estar os preços caindo? Este panorama ocorre normalmente quando existe um choque de oferta, como o que acontece agora. Muito bem, e quando é que o país ganha esse título?
A ilustração define a estagflação como um desvio negativo do crescimento em relação ao último trimestre, em comparação com a inflação core medida num intervalo de 3 meses de forma ajustada pela sazonalidade. Complicado? Vamos ao resultado: estamos em estagflação. Yes! Hahaha ...
No post a-teoria-e-pratica, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” Em tudo funcionando como o esperado, imagino que a bolsa deveria retroceder até algum nível anotado no retângulo 14.358/14092/13.832” ... ... “Desde a semana passada, o índice atingiu o primeiro nível apontado anteriormente sem que possamos fazer qualquer previsão tanto de final da correção” ...
Hoje esse indicador está sentindo a queda das ações da Netflix que, abriram com queda estonteante de 35%, isso porque perdeu 0,1% de seus assinantes. Só posso atribuir tamanha queda aos elevados múltiplos associados a seu preço.
Em relação ao gráfico, como destacado no retângulo, vamos
acompanhar se a correção da onda 2 em azul terminou ou ainda uma nova queda
poderá ocorrer.
- David, o que acompanhar?
Na parte inferior, dentro do retângulo, o nível mais abaixo
de 13.469 passa a ser de importância, pois se negociar nesse nível vou ficar
desconfiado que a correção maior está em andamento. Importante frisar que esse
cenário só será confirmado abaixo de 13.035. Na opção mais positiva, uma alta
acima de 14.720 e principalmente 15.250 aumenta as chance de alta. E por
último, acompanhe o Mosca! Hahaha ...
Não haverá publicação do Mosca nesta quinta-feira e
sexta-feira, voltando ao normal a partir da próxima segunda-feira. Bom feriado!
O SP500 fechou a 4.459, sem alteração; o USDBRL a R$ 4,6201,
com queda de 1,03%; o EURUSD a € 1,0855, com alta de 0,59%; e o ouro a
U$ 1.957, com alta de 0,38%.
Fique ligado!
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