Dreams! #EURUSD

 

Os leitores do Mosca já conhecem minha frase “ninguém é bom em tudo” e, quanto mais observo situações em que isso ocorre, mais convencido fico. O ser humano é levado por pensamentos sobre si mesmo, alguns têm uma elevada autoestima, outros não a têm. Acredito que esse sentimento foi formado em nossa infância e tem muito a ver com a maneira como fomos criados, são nossos pais que dão o ponta pé inicial, mas é a vida que deve dar os parâmetros.

Ter autoestima elevada é fundamental para o sucesso de um indivíduo; sem ela, o medo de falhar inibe o crescimento. Entretanto, não serve uma autoestima levada por sonhos, desassociada da realidade.

As pessoas geniais não são compreendidas em suas ideias, é necessário ter muita coragem e determinação para seguir com seus sonhos; esse dom é raro e sem dúvida Elon Musk o tem. Só imaginar enfrentar as maiores montadoras do mundo, é preciso se desassociar um pouco da realidade — eu, por exemplo, só de pensar já desisto. Ele colocou em pé a Tesla, maior empresa em valor de mercado. As vendas dos veículos elétricos dessa empresa são crescentes nos últimos anos, enquanto as outras montadoras sofrem com esse crescimento.

Mas isso já não bastava a esse empresário que, além de outras empresas que criou como a Space X, que fabrica e lança foguetes avançados além de naves espaciais, resolveu comprar a Twitter, cuja plataforma todos conhecem. Sua oferta foi de U$ 44 bilhões, financiados parte com caixa e parte em empréstimos com colateral das ações da Tesla.

Liam Denning da Bloomberg comenta que os planos de Elon Musk não encaixam no Twitter; seus objetivos para a plataforma são menos tangíveis e mensuráveis que vender mais e mais veículos elétricos. De uma maneira polida, esse artigo também acha que “ninguém é bom em tudo”

‎Elon Musk publicou um ‎‎manifesto não tão secreto‎‎ para a Tesla Inc. em 2006. Naquela época, ele descreveu seu papel na fabricante de veículos elétricos como um bico; seu trabalho diário era executar a desenvolvedora de foguetes Space Exploration Technologies Corp., ou SpaceX. Naquela época, ele não estava no Twitter, que havia sido lançado publicamente apenas algumas semanas antes. Seriam mais três anos antes que ele criasse o @elonmusk .

‎As coisas mudaram um pouco desde então. A Tesla tem uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão e cerca de 10 vezes a força de trabalho da SpaceX, então as prioridades de Musk mudaram. E agora, com 85 milhões de seguidores e uma oferta de aquisição de US$ 44 bilhões para a Twitter Inc., Musk é praticamente o senhor do destino do Twitter. O "praticamente" faz muita diferença aqui, já que o acordo precisa ser votado, e ainda não está claro onde ele vai conseguir cerca de metade do financiamento. Supondo que aconteça, porém, qual é o plano de Musk para sua última adição? A história da Tesla oferece pistas? ‎

‎Por um lado, no Twitter como na Tesla, Musk seria a força dominante — só que mais ainda. Embora pareça improvável que ele assumiria o papel de CEO, ele comandaria o show de qualquer maneira. Se um Twitter privado tivesse uma diretoria, seria, ‎ ‎como na Tesla‎‎, um mistério profundo. Em um grau importante, todas as empresas Musk são extensões dele mesmo. Isso traz riscos, mas, crucialmente, também uma aura que se traduziu em financiamento externo regular.  Assim como a fé em Musk permitiu que a Tesla levantasse várias rodadas de capital, apesar da empresa queimar bilhões em dinheiro, o envolvimento de Musk também torna um pouco factível essa compra altamente incomum do Twitter.‎

‎Da mesma forma, embora o preço de compra do Twitter seja menos de 1/20 do valor de mercado da Tesla, ele representa um risco maior para as finanças de Musk por causa do custo potencialmente grande de capital e do empréstimo de US$ 12,5 bilhões garantido contra algumas de suas ações da Tesla. Isso continua outro tema proeminente no Muskplex: o entrelaçamento financeiro das empresas que ele controla entre elas e consigo mesmo. Em 2016, Tesla fez a (mal)afamada compra da SolarCity Corp., resgatando uma empresa falida da qual Musk era um grande acionista e presidente, e que havia vendido títulos para ‎‎si mesmo, seus primos e a SpaceX‎‎.‎

‎Dado o papel que o Twitter, como Tesla, tem desempenhado na construção da reputação de Musk como gênio, salvador do planeta e encrenqueiro, ambas as empresas também estão ligadas inextricavelmente com seu ego. Então, se o acordo for adiante, Musk tem uma ampla razão para fazê-lo funcionar. Embora ele não tivesse um boletim diário como tem com o preço das ações da Tesla, o mercado de títulos ofereceria alguns comentários sobre um Twitter cheio de dívidas, ainda que mais silencioso. ‎

‎Adivinhar o que "fazer funcionar" se tornou o mais novo e maior jogo de salão online do mundo. Não há referências simples, como vender mais e mais veículos elétricos. A rentabilidade, de acordo com Musk, é apenas uma coisa boa de se ter. Para descrever suas maiores aspirações para a empresa, ele recorre, como muitas vezes é o caso, ao messiânico, alegando em uma recente ‎‎entrevista ted‎‎ que "o risco civilizacional é diminuído ... quanto mais possamos aumentar a confiança do Twitter como uma plataforma pública." Sim, claro.‎

‎Deixando de lado a grandiosidade, essa afirmação chega ao cerne da questão. Musk iguala a confiança no Twitter com a liberdade de expressão mais pura, um conceito que é consideravelmente mais indefinido do que, digamos, vender meio milhão de Modelos 3.‎

‎Outros objetivos que Musk revelou são mais tangíveis, incluindo tornar os algoritmos do Twitter de código aberto, verificar mais contas e combater o spam. Isso provavelmente melhoraria a experiência do usuário e, portanto, o negócio. Mas o imperativo da "liberdade de expressão" de Musk também significa levar o Twitter de volta a menos moderação de conteúdo. Embora isso possa ajudar a reduzir custos no curto prazo, as razões pelas quais os gigantes das mídias sociais tentaram policiar a desinformação, o spam e coisas piores não foram embora. O próprio Musk uma vez usou o Twitter para ‎‎fingir que tinha um acordo de compra‎‎ garantido para a Tesla. Isso não se encaixa nem mesmo em sua máxima relativamente frouxa de que os tweets devem "corresponder às leis" de um país. ‎

‎Além disso, Musk se mostra um duvidoso árbitro da liberdade. Ele cisca, por exemplo, quando as pessoas vendem a descoberto as ações da Tesla, acusando-as publicamente de por o planeta em risco ao invés de, você sabe, apenas fazer uma aposta financeira em um mercado livre (‎‎Bill Gates é o último exemplo‎‎). Em 2020, Musk caracterizou os bloqueios temporários do Covid-19 na Califórnia como "fascistas" — um rótulo que parece um pouco exagerado, especialmente quando o homem defendendo sua liberdade individual também dirige uma empresa de carros cuja sorte está cada vez mais ligada a essa utopia de expressão pessoal, a China.‎

‎Essa combinação de poder centralizado, relações simbióticas e uma missão mal definida sugere que um Twitter de propriedade de Musk, como a Tesla, será propenso a mudanças bruscas de estratégia. Provavelmente podemos esperar um botão de edição, depois modificações no botão de edição, talvez uma ou duas pesquisas sobre o botão de edição, e então, quem sabe, o botão de edição sendo editado. Isso não é necessariamente uma coisa ruim do ponto de vista operacional. A Tesla, afinal, se afastou da beira do abismo com tais manobras após o lançamento malfeito do Modelo 3. Mas provavelmente levará a mais rotatividade de pessoal, especialmente nos níveis superiores. Como o Twitter deve se tornar uma empresa privada, podemos aprender sobre tais mudanças apenas através da conta pessoal de Musk. Na verdade, isso não é ‎‎tão diferente‎‎ da Tesla hoje em dia.‎

‎Novamente, porém, com o Twitter estamos falando de vozes, não de veículos. Um tema constante com a Tesla, de fato um argumento de venda para seus fãs, tem sido a disposição de Musk de pressionar contra os regulamentos e os reguladores encarregados de aplicá-los, especialmente quando se trata da vitória fugidia dos veículos autônomos. A Tesla pode ser a maior empresa de automóveis do mundo por capitalização de mercado, mas sua pequena participação de mercado e novas tecnologias permitem que ela mantenha a imagem do azarão. Os desbravadores são muitas vezes perdoados suas transgressões.‎

Elon Musk ficou burro? De jeito nenhum, a qualidade de sua inteligência vai permanecer até o final de sua vida. O problema maior é seu ego, pois para quem construiu uma fábrica de automóveis desafiando e colocando toda indústria a seus pés, como ele não “consertaria” qualquer outra? Não sou especialista nesse segmento de mídia social, mas basta ver o que ocorreu com o Facebook, e mais recentemente com a Netflix, para ver a complexidade desse segmento.

Da forma como comprou, com boa parcela em empréstimos, colocou em risco seu patrimônio construído nos últimos anos. Os acionistas da Tesla não gostaram nada, nada da ideia, nem precisaria apontar no gráfico quando foi anunciada a compra. Uma queda por enquanto de aproximadamente 20%.


No post disciplina-na-cozinha, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” Se existem correções complexas o euro é um ótimo exemplo” ... ...” Nessa nova conjectura, o euro estaria dentro de um triangulo desde 2015 onde faltaria ainda um movimento de alta para terminar a onda E em laranja, só depois disso entraria numa trajetória de queda que levaria até € 0,92/€ 0,89. É importante notar que a alternativa do triangulo fica inviabilizada com uma queda abaixo de € 1,0635” ...

Nem preciso nem dizer que o triângulo ficou inviabilizado.

Como notei acima, essa é uma correção complexa. Muito bem, mudei para um novo cenário, embora não tenha garantia de que irá prevalecer. Vou compartilhando um gráfico com janela mensal a fim de que o leitor tenha uma visão mais ampla.

Nesse novo cenário (e não é o único, basta usar a criatividade para traçar algum outro) que considero mais provável agora, a moeda única estar corrigindo desde o nível máximo de € 1,6018 atingido em julho de 2008, cujo movimento poderia se estender até 2031 conforme destacado na parte inferior do gráfico. Em termos de níveis, o retângulo destacado em verde contempla um intervalo entre € 0,98 e € 0,91. Pela quantidade de congruências, segundo diversos critérios de medida, passa a ser o mais provável. Caso atinja esse nível e continue a queda, o próximo destacado em vermelho seria no intervalo entre € 0,81 e € 0,78.

Numa janela menor de um dia, o movimento parece estar próximo do esgotamento, indicando que uma correção poderia estar por perto, só que neste caso seria para cima.

- David, correção para cá, correção para lá, está me parecendo que virou uma desculpa sua!

Entendo perfeitamente sua angústia, imagino que para quem não conhece Elliot Wave tudo parece um chute, mas posso garantir que não é. O que pode estar errado é meu cenário de mais longo prazo, mas no detalhe, o software utilizado vai verificando se não existe nenhuma inconsistência, cabendo ao analista verificar se o traçado tem “The best look”.

Enquanto eu escrevia esse texto, acabei encontrando mais uma possibilidade além das outras duas que já havia considerado. O que elas têm em comum é que está ficando muito perigoso ficar vendido no euro. Considero que em algum momento uma correção deve ocorrer, de magnitude incerta por enquanto. Sendo assim, vamos ficar afastados desse mercado por enquanto.

O SP500 fechou a 4.287, com alta de 2,47%; o USDBRL a R$ 4,9443, com queda de 0,42%; o EURUSD a € 1,0505, com queda de 0,47%; e o ouro a U$ 1.895, com alta de 0,50%.

Fique ligado!

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