O pseudo socialista #EURUSD
Muitos empresários destinam parte de suas fortunas a causas
diversas. O montante destinado e o momento variam de acordo com o desejo
individual. Essas filantropias buscam equilibrar distorções do sistema
capitalista, uma vez que, os governos não administram bem os recursos coletados
da população através de impostos, na grande maioria destinam esses recursos de
acordo com seus interesses eleitorais ou pior desviam para si.
O montante destinado pelos empresários são parcela modesta de
seu patrimônio, porém, Yvon Chouinard, empresário que pratica o surfe, anda de
caiaque e faz outros esportes, além de ser dono da cadeia de lojas Patagonia. O
que ele tem de especial? Doou 100% de seu patrimônio em vida. Eu nunca soube de
algo parecido ocorrer, principalmente em vida. Joseph De Avila e outro
publicaram um artigo seu no Wall Street Journal.
O fundador da Patagônia, Yvon Chouinard, está doando o
negócio multibilionário de vestuário ao ar livre que fundou há quase 50 anos,
com o objetivo de ajudar a combater as mudanças climáticas.
O Sr. Chouinard e sua família transferiram sua propriedade
da Patagônia para um fundo e uma organização sem fins lucrativos em vez de
levar a empresa privada para se tornar pública ou vendê-la, disse o
fundador de 83 anos em uma carta na quarta-feira, intitulada "A Terra
agora é nosso único acionista".
"Já se passaram quase 50 anos desde que iniciamos nossa
experiência em negócios responsáveis, e estamos apenas começando", disse
Chouinard, um alpinista de classe mundial que começou a importar camisas de
rúgbi e outros vestuários na década de 1970 para seus amigos usarem. "Se
tivermos alguma esperança de um planeta próspero — muito menos um negócio
próspero — daqui a 50 anos, levará todos nós a fazer o que pudermos com os
recursos que temos. Esta é outra maneira que encontramos para fazer a nossa
parte.
A empresa fez fama vendendo jaquetas de lã, shorts de
prancha e camisas xadrez. Os coletes de lã, em particular, desenvolveram um culto
seguidor de pessoas que trabalham com finanças, enquanto as práticas ambientais e sociais da empresa ganharam
compradores dedicados em outras esferas de consumo. A Patagônia teve receita
anual de US$ 1 bilhão de 2017 a 2020.
A Patagônia continuará sendo um negócio com fins lucrativos
sob o novo acordo e continuará a ser dirigida pelo executivo-chefe Ryan
Gellert, disse Chouinard. A empresa também continuará doando 1% de suas vendas
para grupos ambientais sem fins lucrativos, disse ele.
O fundo, chamado de Patagônia Purpose Trust, possui 2% da
empresa e todas as ações com direito a voto. Ele será encarregado de proteger
os valores e a independência existentes da Patagônia, disse Chouinard. A
organização sem fins lucrativos, chamada Holdfast Collective, possui 98% da
empresa e todas as ações não votante, o que não lhe dá autoridade de tomada de
decisão. Ela será encarregada de pegar os lucros gerados pela Patagônia e usar
esses fundos para enfrentar as mudanças climáticas.
A Patagônia disse em um comunicado que espera pagar cerca de
US$ 100 milhões por ano ao Holdfast Collective, dependendo da saúde do negócio.
Stacy Palmer, que é editora do Chronicle of Philanthropy
desde sua fundação em 1988, comentou que foi a primeira vez que ouviu falar de
um acordo como este.
"Até onde eu sei, isso é extraordinariamente diferente
do que os outros fizeram por causa do tamanho e rentabilidade da
Patagônia", disse Palmer.
Ela observou que o Holdfast Collective é uma organização sem
fins lucrativos 501(c)(4), que lhe permite usar o dinheiro para defender causas
e candidatos políticos, não apenas para doar a instituições de caridade.
"Isso significa que o dinheiro pretende moldar a
política, mais do que, digamos, apoiar uma instituição de caridade que faz a
limpeza dos rios", disse Palmer. "Isso é muito dinheiro entrando na
advocacia e pode ser muito poderoso."
O Sr. Chouinard disse que ele se aproxima de liderar sua
empresa como uma espécie de roteiro para aspirantes a empresários.
"Eu nunca quis nem estar no negócio", disse ele em
uma entrevista ao The Wall Street Journal em 2012.
"Mas eu me agarro à Patagônia porque é meu recurso para fazer algo bom. É
uma maneira de demonstrar que as corporações podem levar vidas
examinadas."
A família Chouinard supervisionará a liderança do Patagônia
Purpose Trust e liderará o trabalho filantrópico do Coletivo Holdfast. A
família também permanecerá membro do conselho de administração da Patagônia.
Surpreendente para dizer pouco. Embora ele e sua família
levam uma vida sem luxo circulando com carros antigos e morando em casas
modestas, ao tomar essa decisão sacramentou a viver do salário pago pela
companhia, além de que, de agora em diante tem uma nova tarefa de investir esses
recursos de acordo com seu desejo. Essa área de preservar a natureza requer
níveis elevadíssimos de recursos, por exemplo, para reduzir o aquecimento
global é necessário U$ 131 trilhões!
Nós não temos direito de julgar a destinação desses
recursos, afinal, eles criaram essa riqueza é podem usar onde quiser, mas não
se pode deixar de indagar se não seria mais útil aplicar nas centenas de
milhões de pessoas que morrem de fome. De que adiantaria tem um Universo
saudável sem pessoas – lógico que esse raciocínio é no limite sendo verdadeiro
somente na margem.
Mas essa estrutura me fez pensar em algo inovador que num
país sério poderia funcionar. Se uma parte dos impostos fossem destinados a
fundos com caráter filantrópicos, porém ao invés de serem administradas pelo
governo fosse administrado pelo setor privado, sem nenhuma ingerência política.
Em vez do Auxílio Brasil servir como um complemento familiar tivesse um uso
mais abrangente formando essa pessoas carentes a gerar renda e não só consumir,
isso poderia ser feito através de um fundo gerido pela iniciativa privada, como
metas de avaliação etc.
Esquece, não dá votos!
Yvon Chouinard é um homem diferente, muito diferente, mas
com objetivos socialistas pois renunciou a seu patrimônio em benefício da
sociedade como um todo. Poderia chamá-lo de socialista? Acho que não, é um
pseudo socialista, sua benevolência não ataca problemas mais profundos. Mas
longe de mim não achar essa atitude louvável.
O Fed irá se reunir na próxima semana para definir a nova taxa de juros. Depois do susto da última terça feira com os dados de inflação, o mercado projeta uma alta de 0,75% com 80% de probabilidade ficando uma aposta marginal num movimento de 1%. O mercado de trabalho é uma das preocupações também, pois sabem que quando a inflação é generalizada, é muito provável que os salários irão subir formando um círculo vicioso. O gráfico a seguir não deixa dúvida que a queda da inflação ainda está distante, pois quase 80% dos itens sobem mais de 6%.
Curiosidade: Gostaria que alguém me explicasse como é possível a China ter uma inflação tão baixa. Veja a seguir uma comparação com diversos países. Detalhe, não vale dizer que os indicies são manipulados, isso a gente já desconfia, mas será que ninguém mede a inflação fora do governo? Acho que a única explicação plausível é que o governo está bancando a diferença com muitooooo subsídio.
Fique ligado!
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