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O final da história - parte I #S&P500

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  O post de hoje e amanhã foi escrito por meu associado, Alberto Dwek. Nós temos a mesma posição sobre as criptomoedas e o artigo versa sobre diversos aspectos da vida financeira de forma objetiva e pragmática. “Nasce um otário a cada minuto” P.T. Barnum, entre outros “É déjà vu tudo de novo.” Yogi Berra (Este artigo foi dividido em duas partes por motivos editoriais. A primeira trata do conceito de especulação e sua evolução. A segunda, a ser publicada amanhã, retoma a história das bolhas especulativas para analisar a das criptomoedas.)   Muitos anos atrás, tive a oportunidade de trabalhar junto a um banqueiro que tinha opiniões bem categóricas a respeito da Bolsa de Valores: “Tudo especulação”, dizia. E sempre repetia o velho adágio de que a hora de sair era quando entravam os pequenos especuladores — ou seja, eu não deveria nunca comprar ações, já que eu era justamente um desses pequenos e qualquer entrada minha na Bolsa seria o sinal de que ela despencaria. Só...

O único argumento #USDBRL

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Hoje, os mercados estão fechados por conta do feriado de Martin Luther King, que, coincidentemente, marca a data em que Donald Trump assume a presidência, o assunto mais comentado das últimas semanas. Ele afirma que tomará inúmeras medidas já hoje, com destaque para as ordens de deportação de imigrantes. Imagino que o governo mexicano esteja esperando ansiosamente pelos detalhes, pois, caso sejam executadas, é até difícil imaginar o que ocorrerá nesse país. Meu parceiro, Alberto Dwek, está preparando um artigo que será publicado no Mosca, olhando para as bolhas do passado para entender as de hoje. O Mosca vem enfatizando que existe um argumento válido para as criptomoedas: se o dólar se desvalorizar drasticamente. O argumento mais popular entre os entusiastas, no entanto, não me convence: a escassez. Trump aproveitou seus últimos dias antes de assumir a presidência e lançou sua própria criptomoeda, “Trump”. Sua esposa seguiu o exemplo e emitiu também a sua, “Melania”. Assim, quem q...

Dólar, dólar #nasdaq100 #NVDA

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  Tenho um amigo cujo pai tinha uma frase célebre: "Quem dorme com dólar dorme tranquilo." Essa afirmação era ainda mais verdadeira nos anos 90, quando a inflação no Brasil atingia níveis inimagináveis hoje. Lembro que a taxa equivalente ao CDI era de 2% — detalhe, ao dia! Para quem atuava no setor financeiro, era possível aproveitar esse cenário, mas, no longo prazo, essa dinâmica mergulharia o país na miséria. A discussão sobre a perda da hegemonia da moeda americana é um tema que, de tempos em tempos, reaparece na imprensa. Ontem, escutando o podcast At The Money com Barry Ritholtz, ouvi Matt Hougan, CIO da Bitwise Asset Management, ser questionado sobre os motivos para um investidor comprar bitcoin. Ele apontou dois: o primeiro, especulativo; o segundo, a elevada dívida do governo americano, que apresenta uma trajetória crescente. Sobre o primeiro ponto, apresento o gráfico a seguir, que mostra quem tem comprado a criptomoeda recentemente. Não preciso enfatizar que ...

Alívio (temporário?) #EURUSD

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  Sabe quando você está esperando o pior e, se o resultado for um pouquinho melhor, já considera uma grande vitória? É isso que ocorreu, no meu entender, ontem com a publicação dos dados de inflação que vieram um pouco melhores do que o esperado, trazendo alegria aos investidores com altas nas bolsas e quedas nos juros. Fiz um apanhado de vários artigos publicados sobre o assunto na Bloomberg. A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro de 2024 revelou sinais mistos, mas promissores, para a economia dos Estados Unidos, marcando um momento importante tanto no fim do mandato de Joe Biden quanto no início da administração de Donald Trump. A desaceleração nos preços consolida a percepção de que a inflação está sob controle, mas desafios estruturais e novos riscos políticos permanecem no horizonte. CPI e Componentes de Preço O CPI subiu 0,4% em dezembro, enquanto a versão "core" (que exclui os voláteis preços de alimentos e energia) avançou 0,2%, abaix...

Nem a IA consegue #IBOVESPA

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  Se existe uma certeza no mercado financeiro, é que um fundo – qualquer que seja – perde para o seu benchmark no longo prazo. Pode demorar mais ou menos tempo, mas perde. Como posso fazer uma afirmação que parece até leviana? A estatística é a prova dessa afirmação. A razão para isso se dá por dois motivos: taxas cobradas e eventuais erros cometidos no caminho. Sobre o primeiro motivo, e até mais importante, veja a tabela a seguir de quanto a mais esse fundo precisa performar para empatar com o índice, considerando que o fundo não cobre performance fee, o que tornaria isso ainda mais impossível. Por mais competente que seja o gestor e mesmo que cobre barato para a gestão do fundo, é muito difícil (impossível) ganhar de seu benchmark. Não é por acaso que os fundos de ETF estão cada dia mais dominando a preferência do investidor americano, representando hoje 56% do total dos fundos de ações. Sempre me questiono qual a razão de esses fundos indexados ainda não predominarem por ...

O disruptivo terminou #S&P500

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  Antes do tema principal de hoje, um breve comentário sobre a inflação a ser publicada amanhã. Passei os últimos dias enfatizando a frustração do mercado americano com a tão esperada queda de juros. Agora que os títulos de 10 anos se encontram em um patamar razoável, qualquer dado econômico que indique pressão poderá acender a possibilidade de alta dos juros, o que ninguém gostaria de ver. A inflação, que parecia controlada, voltou ao centro das atenções devido a fatores como o forte emprego nos EUA, aumento global nos rendimentos de títulos e valorização do dólar. A última leitura do índice de preços ao consumidor (CPI) de 2024, com núcleo ainda em 3,3%, frustra as esperanças de mais cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. A expectativa inflacionária, amplificada pelo aumento nas previsões de consumidores e mercados, sugere uma tendência de inflação persistente, gerando preocupações sobre suas implicações econômicas e políticas. Pesquisas como a da Universidade de...

Os mercados são maníacos #USDBRL

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  A vivência no mercado financeiro te ensina a não cair nas retóricas da moda. Também instrui que é preciso ter muito cuidado ao apostar contra, apenas porque os preços parecem errados. Para chegar a esse nível de discernimento, é necessária experiência — nada pode substitui-la. Passei muitos meses insistindo que a taxa de juros estava errada. Quando o Fed decidiu iniciar o ciclo de alta, as taxas curtas, de até dois anos, começaram a se ajustar, mas sempre mantiveram um viés de queda, ficando abaixo da taxa dos Fed Funds, na esperança de que a autoridade monetária reduziria os juros brevemente. E aconteceu: caíram 75 pontos-base. Já as taxas longas permaneceram erradas por muito tempo, com o diferencial entre os juros de 10 anos e os de 2 anos em terreno negativo. O grande responsável por essa distorção foi a crença generalizada de que a economia americana entraria em recessão. Poucos economistas discordavam dessa visão, como o Goldman Sachs e Ed Yardeni. A partir de setembr...