Por mares nunca dantes navegados
Na
hora da entrevista Ben Bernanke estava tenso, dava para perceber em seu
semblante. Muitas perguntas "saia justa" foram feitas, mas ele se
saiu bem. Sem entrar no mérito das medidas, vou externar os pontos que me
fizeram refletir.
Lendo o comunicado fica claro que a bola da vez é o emprego e
a inflação que se dane! Lógico que você nunca vai ouvir isso de um Presidente
de BC, mas basta ver suas ações, e para o Bernanke entre ter inflação ou
deflação, não tenham nenhuma dúvida. Outro ponto que todos sabemos, mas não consideramos, é
que estamos vivendo um experimento, palavras ditas pelo próprio, então qualquer
paralelo com outras situações, talvez seja de pouca valia. Querer ensinar macro
economia para o Bernanke, é no mínimo pretensioso, ele é PHd no assunto e principalmente em
deflação, logo ficar falando, " cuidado
com a inflação", "cuidado com o preço do ouro" e etc.. é
ridículo, no mi frega! Acredito que ele saiba melhor que todos dos riscos, isto não quer
dizer que não possa cometer erros, mas ensinar o padre-nosso para o
vigário? Come on! E por último, se
alguém tinha alguma dúvida que suas balas terminaram, ele disse: "Aqui
não faltam helicópteros". O que eu quero dizer com isso, é que ele fez a sua
escolha de como combater esta crise, e só vai abandonar morto, basta ler seus papers sobre o assunto.
Mas
porque os mercados subiram, se as medidas tomadas, que até hoje não deram
certo, são para melhorar a economia? Os investidores não deveriam ficar com
receio? A minha interpretação é que, primeiro ainda há confiança no FED e
segundo, os investidores se questionam: "Ganhar
zero de juros? Nem a pau, vou para o risco". Então é vender dólares e
comprar: ações, euro, ouro e commodities em geral. Bingo! Talvez um título longo, haja
visto que o Bernanke disse que só vai subir os juros a partir de 2015? Este é o único mercado que não reagiu de acordo, as taxas subiram!!!!
Em
investimentos é importante saber como os outros vão agir, de pouca valia, ou
quase nenhuma é como você pensa, principalmente quando o momento é movido a
emoção ao invés da razão. É lógico que a razão prevalece no longo prazo, caso contrário seria uma bolha atrás da outra. Nossa função como analistas é saber
se estamos caminhando sobre um muro de 1 metro ou 10 metros, não dá para vendar os
olhos e seja o que Deus quiser, mas bem protegidos e com cautela, podemos
caminhar em terrenos mais perigosos.
Eu sou engenheiro, e como tal como investir quando não estou convencido?
Você não é obrigado, pode decidir participar ou não da festa. Se decidir
participar, use a análise técnica, compre ativos líquidos, que possa liquidar a
qualquer hora, e principalmente use stoploss. A partir daí não tente entender muito,
siga os parâmetros. Eu não quero dizer que vou mudar de ponta ainda, mas se
mudar, será desta forma. Se em algum reverter, vamos devolver
um pedaço do ganho, se houver.
Nada melhor que a obra de Camões, "Por mares nunca dantes navegados" onde se acompanha os dramas pessoais e coletivos das pessoas embarcadas nos navios lusitanos, no tempo dos Descobrimentos e das Grandes Navegações. O Inferno podia se instalar durante tempestades, calmarias e naufrágios. Assim é retratada a luta pela sobrevivência entre os embarcados. E se a travessia marítima não era fácil, o desembarque, também podia reservar surpresas e situações perigosas.
Alguém sabe quando e como isso vai acabar? Ninguém! Assim se embarcamos nesta jornada preparem-se para as emoções.
- David, nem vou comentar, vou aguardar quieto.
Justo! Aguardem para este final de semana: O mosca no divã.
O SP500 fechou a 1.465 com alta de 0,40%; o real a R$ 2,0106 com baixa de 0,50% e próximo do "piso" ; o euro a 1,3121 com alta de 1,05% e rompeu o pivot traçado no post alerta-no-euro e o ouro a US$ 1.770 com alta de 0,12% e num ponto importante good-news.
Fique ligado!
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