Lei de Murphy é fichinha

Se Edward Murphy fosse vivo, teria a comprovação de sua lei com pompa. Bastaria acompanhar o que vem acontecendo com o governo brasileiro.

O teor de sua lei é muito claro: "Se algo pode dar errado, dará".

Só para listarmos alguns itens: Inúmeros processos de corrupção envolvendo o governo "passado"; descontrole sobre sua base política; economia em recessão; indústria em queda há muitos meses, ameaça de alta de juros no USA; possibilidade de falta de água em alguns estados; elevação do custo da energia em ritmo de bolha; juros na estratosfera e subindo, desvalorização cambial; alta da inflação. Será que precisa mais? Não é atoa que a Presidente Dilma resolveu fazer exercícios e perdeu 15 quilos, sem isso, provavelmente já estaria em depressão.

Ontem foi publicado o IPCA de maio e ficou acima das expectativas, apontando uma variação no mês de maio em 0,74%, e uma taxa anual de 8,47%. Ninguém lembra, ou não quer lembrar, que a meta é de 4,5%. O grande responsável são os preços administrados que atingiram a marca de 14% em 12 meses, consequência das barbeiragens feitas pela administração "passada". Ah, se arrependimento matasse!

Os vilões do mês foram os alimentos, que além de terem subido 1,37%, têm um peso elevado no índice. Já os transportes deram um refresco ao apresentarem queda, fato raro hoje em dia, de 0,29%. Um indicador a ser acompanhado, em função do risco de contaminação generalizado, é o índice de Difusão, que encontra-se ao redor de 70%, nível ainda elevado.
Agora o grande problema são os preços administrados que voltaram a subir para 1,22%, em resposta principalmente às novas tarifas de energia elétrica.

Eu venho dizendo que enquanto os preços livres estiverem, de certa forma estabilizados, ainda que num patamar elevado, existe chance de não caminharmos para uma estagflação, o que deixaria até Murphy perplexo, pois sua lei poderia ser reescrita como: "Se tudo pode dar errado, dará!" Hahaha...
Mas avise o Murphy que a moleza pode estar terminando, pois alguns fatores poderão ser revertidos. Primeiro o ajuste dos preços públicos, em bases anuais, devem cair em breve, os maiores já foram feitos, segundo os princípios básicos de economia funcionam e com a desaceleração que está em curso, em algum momento terá efeito na inflação, e por último o BC não está tendo dó, na dúvida sobe os juros, que estão a níveis muito superiores que o livro texto sugeriria. Além de todo esforço fiscal que o Ministro Levy vem buscando a duras penas.

No post acões-preço-de-banana, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...Estamos entrando praticamente no quarto mês que o metal não sabe o que fazer, se tenta buscar novas altas acima de US$ 1.300, ou novas quedas abaixo de US$ 1.130...Posteriormente, cancelei o trade de compra que eu havia proposto. O tempo continua passando, e nada do ouro se definir, veja o gráfico a seguir.
Agora que vocês já estão ficando especialistas em análise técnica, já identificaram um triângulo, onde as cotações do ouro encontram-se contidas. Também já sabem, que em algum momento ele será rompido, e que, o mais provável, é que seja na direção do movimento maior, que neste caso é de queda.

- David, então por que você quer apostar na alta?
Boa, gostei da pergunta. Para responder, vou usar um gráfico de mais longo prazo, para que você possa compreender.
Na área destacada em vermelho, existe uma coincidência de índices que neste caso seria um bom indicador para uma reversão. Notem que faz um bom tempo que está próximo desta área, muito diferente do que ocorreu de 2007 até 2012, que foi uma linha reta para cima. Além disso, alguns indicadores de momentum também apontam para uma possível reversão. Então estamos numa situação em que o curto prazo ainda indica quedas e o longo prazo uma possível reversão. Detalhe, pode acontecer os dois, o ouro cai, atinge novas mínimas, para depois subir. Quem sabe!

Só para completar o raciocínio, eu disse acima que a maior chance no curto prazo é de queda, pois em 2/3 dos casos isto acontece. Agora, com este cenário de longo prazo mais indefinido, e se por acaso acontecer os outros 1/3 de chance? Para quem vender seria 100% de erro! Assim, por enquanto vamos aguardar. 

O SP500 fechou a 2.108, com alta de 0,17%; o USDBRL a R$ 3,0968, com queda de 0,65%; o EURUSD a 1,1257, com baixa de 0,59%; e o ouro a US$ 1.181, com baixa de 0,38%.
Fique ligado!

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