A inflação errada
Ontem foi publicado o CPI, o
índice de inflação nos EUA. Como já mencionei, embora não seja a métrica usada
pelo FED para estabelecer sua política monetária, é o indicador que o mercado
usa para medir a evolução dos preços. O índice ficou em 1,5% a.a. e, como se
pode observar a seguir, está se aproximando da meta estabelecida pelo FED de 2%
a.a.
Ao se excluir os itens mais
voláteis, gasolina e alimentos, o nível demonstra certa estabilidade ao redor
de 2,2% a.a.
Porém, ao se estratificar a
inflação entre serviços e produtos, ambos sem considerar a energia, o resultado
não é muito animador. No gráfico a seguir nota-se claramente que a inflação vem
sendo comandada pelos serviços, principalmente alugueis e serviços médicos,
cuja ação da autoridade monetária tem efeito mínimo no controle desses preços.
Por outro lado, os produtos ainda se encontram em deflação.
Essas são as complicações do
mundo moderno, onde as economias desenvolvidas têm um grande peso na categoria
de serviços, e a política monetária não tem o mesmo efeito. Se os juros sobem
uma pessoa pode ser levada a postergar a compra de um carro, mas não deixa de
ir ao médico e nem de comprar remédios, esteja os juros onde estiverem. O tipo
de inflação que está subindo é a errada!
O Wall Street Journal publicou
uma matéria mostrando crescimento vertiginoso dos fundos passivos, conhecidos
como ETF. Diversas vezes fiz comentários sobre esse assunto, pois acredito
que o mesmo irá ocorrer aqui. O número de reportagens sobre esse assunto
cresceu significativamente, e está chamando a atenção dos investidores internacionais. O
gráfico abaixo mostra o fluxo de recursos nos últimos 25 anos e nota-se que, a
partir de 2003, uma reversão em favor dos ETFs.
O motivo não é só porque os
fundos passivos têm taxas de administração mais baixas, e sim porque a
performance dos fundos ativos é muito ruim no tempo.
Como o investimento em ações
aqui no Brasil é muito pequeno por parte das pessoas, a popularidade não é tão
evidente. Por outro lado, parece que já em 2017 vários fundos com essa característica
serão lançados na área de renda fixa, onde poderão atrair um público muito
maior. Se eu estiver correto, os bancos irão sofrer uma queda em suas receitas,
uma vez que, são os maiores administradores dos fundos de renda fixa. A
conferir!
E para terminar o assunto de
mercado de hoje, uma estatística chamou minha atenção, onde o nível de caixa
atualmente em todos os fundos internacionais, é maior que o da crise de 2008.
Essa ação foi motivada pelos vários temores atuais, dos quais destaco: Receio
da alta dos juros; eleições nos USA; risco de crédito.
Se por acaso não acontecer
nada de grave dos receios apontados, os ativos de risco poderão subir bastante,
caso esse pessoal resolva comprar ações e títulos para recompor a suas
carteiras. Em outras palavras, boa parte do mercado já está posicionado para um
cenário adverso.
No post –contando os dias ---
fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...”mantenho as mesmas recomendações acima. Aumentou
levemente a chance de comprar um pouco mais barato – US$ 1.250/US$ 1.200”
O primeiro nível apontado acima
foi atingido e respeitado. Depois de permanecer ao redor desse nível por 2
semanas, recuperou-se nos últimos dias.
-
David, por que você não comprou, já que o mercado te deu essa oportunidade?
Quero enfatizar o que eu disse
no post: ...”as
chances de compra nos níveis acima ficaram mais factíveis, e segundo que o
metal deverá ficar um bom tempo num movimento de correção”....
Acredito que o ouro ficará um tempo nesse intervalo, sem romper o nível de US$
1.375. No gráfico acima tracei o movimento que espero.
Se isso acontecer, o
acompanhamento do movimento nos próximos dias, irão dar ao Mosca a chance de venda, antes de comprar provavelmente próximo de
US$ 1.200. Todo esse raciocínio vai por terra abaixo se o metal ultrapassar US$
1.375. Esses são os meus motivos, o próximo trade deverá ser de venda.
Na próxima semana não haverá a
publicação do Mosca, porém vou estar
de olho, e qualquer mudança importante ou alteração de estratégia nos trades
que se encontram em curso, postarei.
O SP500 fechou a 2.144, com alta de 0,22%; o USDBRL a R$ 3,1682, com queda de 0,57%; o EURUSD a 1,0972, sem variação; e o ouro a US$ 1.268, com alta de 0,53%.
fqiue ligado!
fqiue ligado!
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