Procura-se um candidato a Presidente
Os resultados das eleições que
se encerraram ontem já foram amplamente noticiados, porém vou fazer alguns
comentários que considero importantes e que não foram suficientemente enfatizados.
Também vou me focar na eleição de São Paulo, onde pude acompanhar mais de
perto.
A derrocada do PT era algo
esperado, com os acontecimentos da lavajato não poderia ser diferente, ou
melhor, ainda bem que foi dessa forma. Porém existe um outro fator que atualmente é
de menor importância, mas que poderá ter mais peso em 2018 que é o afastamento
mundial de eleitores dos partidos de esquerda. Movimento neste sentido já pode
ser visto em vários países da Europa – Itália e França, bem como nas eleições
presidenciais dos EUA. Movimentos liberais e de direita ganham espaço, num mundo
que tende a se voltar mais às questões internas de cada país.
Mais especificamente a vitória
de João Dória como prefeito de São Paulo, um resultado histórico por ser no
primeiro turno, não deixam dúvidas que os paulistanos queriam mudanças. Ao se
conclamar como um candidato que não era político, mas sim um empresário
bem-sucedido, o levou a ganhar a prefeitura da cidade mais importante do
Brasil. O que passou despercebido foi a grande quantidade de votos brancos e
nulos que, se somados, conquistaria o segundo lugar com 16,94%. Se os ausentes
fossem também computados, essa soma seria maior que o total de votos do candidato
vencedor.
Esses dois fatores deixam um
recado bastante claro para mim: os eleitores querem mudança e ainda não estão
satisfeitos com os candidatos que lhe são apresentados.
Outro equívoco que notei e que
poderá custar muito caro ao PSDB, o grande vencedor dessas eleições em conjunto
com o PMDB, é acreditar que Alckmin seria um bom candidato para as eleições à
Presidente em 2018. Se minhas conclusões estiverem corretas, o atual governador
não se enquadra nessa nova demanda dos eleitores. Se os resultados conquistados
nessas eleições servirem de indicativos, sugiro que se contrate uma empresa de
Head Hunter para a busca de algum empresário disposto a concorrer ao cargo máximo,
o difícil será encontrar quem possui uma ficha limpa. O partido que enxergar
essa oportunidade, poderá eleger seu candidato como foi o caso de Collor em
1990. O melhor a fazer no momento, é colocar uma plaquinha na porta das
fábricas, residências, restaurantes: Procura-se um candidato a Presidente do
Brasil!
Mas como não queremos enganar ninguém,
é bom anexar o gráfico abaixo para que ele tenha bastante consciência do
desafio que terá que enfrentar. A trajetória do endividamento do governo, com
trajetória preocupantemente ascendente.
No post a-democracia-não-está-funcionando, fiz os seguintes comentário sobre o dólar:
...” em uma semana voltamos praticamente ao mesmo nível
que o da semana passada, sem ainda uma definição clara para onde o dólar
pretende caminhar. Marquei no gráfico as duas retas que podem fazer a diferença
quando rompidas, e como podem notar estão muito próximas. Esses níveis são R$
3,28 na parte superior e R$ 3,20 na inferior. Isso não significa que você
deveria se envolver numa operação de compra ou venda de dólar, respectivamente,
caso isso aconteça. Sugiro aguardar os níveis definidos acima, considerando na
parte superior R$ 3,37” ...
Poderia repetir exatamente as
mesmas palavras esta semana, o dólar coincidentemente encontra-se no mesmo
nível! Depois de ameaçar romper a reta apontada abaixo, retornou ao triângulo e
agora ameaça romper a parte inferior.
O gráfico não deixa dúvida,
brevemente o dólar terá que decidir se continua subindo, ou irá buscar novas
mínimas ao redor de R$ 2,90.
Os fatores psicológicos têm um
efeito importante em relação às expectativas futuras de um movimento. Por
exemplo, hoje o dólar está caindo mais de 1% e nos dias atuais, é um movimento
expressivo. Ao se observar o gráfico, existe uma tendência a se pensar: ... “ está
na cara que vai romper para baixo, vou vender rápido antes que não dê mais
tempo” ... É nesse momento que a disciplina se torna muito importante, para que
você não entre numa possível armadilha.
Vou exemplificar com números,
o dólar está neste momento a R$ 3,23 e vamos imaginar que a R$ 3,15 seja nosso
preço de venda técnico. Se você resolve se precipitar e vender agora, está
arriscando um potencial ganho adicional de 2,5 % (R$ 3,23 para R$ 3,15) para um
eventual prejuízo de 8,3% (R$ 3,23 para R$ 3,50). Se ao invés disso, aguardar o
rompimento dos R$ 3,15 sua recompensa será de 8,6% (R$ 3,15 para R$ 2,90).
É lógico que todos nós
queremos ganhar mais, e se tivesse “certeza” que o dólar está no movimento de queda,
é melhor ganhar mais 2,5%. Mas as decisões levadas por impulso tendem a ser
ruins, pois do mesmo jeito que o dólar está caindo hoje, poderá subir amanhã
por algum outro motivo – ex. a PEC 241 fica mais difícil de passar. Já nessa
nova situação podemos ser levados a uma ação contrária.
Os pontos tecnicamente
importantes, quando rompidos, permitem uma melhor atuação no mercado, sem que
isso signifique garantia de sucesso, apenas com melhores chances.
O SP500 fechou a 2.161, com queda de 0,33%; o USDBRL a R$ 3,2083, com queda de 1,55%; o EURUSD a 1,1209, com queda de 0,26%; e o ouro a US$ 1.312, com queda de 0,31%.
Fique ligado!
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