Robôs processando humanos!
O mercado recebeu sem nenhum entusiasmo a vitória de Macron
como Presidente da França. Tanto a bolsa francesa como o euro recuaram nesta
segunda-feira. A famosa frase se aplica novamente “sobe no boato e cai no
fato”. Li também alguns analistas comentando que mesmo com uma vitória folgada
de 2/3 dos eleitores a França ficará dividida, isso dificultaria as mudanças
que pretende realizar, abrindo espaço para Marie Le Pen ganhar a presidência em
2022.
Nos dias de hoje, é possível fazer uma projeção acurada do
que vai acontecer nas eleições da França daqui há 5 anos? Acho que é Wishful thinking! Vou considerar um exemplo
mais concreto, se voltarmos 5 anos no tempo, o aplicativo Uber nem existia, era um startup vendendo o sonho de otimizar a frota de automóveis que
fica ociosa durante o dia. O CEO dessa companhia, numa entrevista recente,
apontou os automóveis autodirigidos como a maior ameaça a seu negócio, pois caso
essa nova tecnologia prospere, a Uber teria que investir em carros para
transportar os passageiros, inviabilizando sua estrutura atual.
Mas não seria somente a Uber, as Companhias de seguro também
serão afetadas por essa nova tecnologia. É provável que o número de acidentes caia vertiginosamente, afinal não haverá erros. Mesmo assim, aconteceriam acidentes, pois humanos deverão trafegar pelas ruas. Imagine como ficaria na frente de um
Juiz, o robô e o motorista que bebeu umas e outras. Ou pior, dois robôs
discutindo quem tinha razão num acidente entre ambos. Precisaria instituir-se o
“bytetometro” para verificar quem se excedeu bebendo uns bytes a mais! Hahaha
...
Nos últimos 6-8 meses, o governo Chinês implantou mediadas
para garantir a sua estabilidade financeira. Isso se deu através de 3 medidas:
apertou as condições monetárias induzindo alta das taxas de juros
interbancárias além de medidas macro prudenciais; restringindo a compra de
propriedades; e diminuindo os gastos do governo. Esses passos elevaram os temores
que a China entraria num novo episódio de desaceleração de seu crescimento.
Embora as economias dos países desenvolvidos esteão de
forma sincronizada, apresentando melhoras em seu crescimento, talvez o temor
exposto acima possa ser compensado com essa demanda externa adicional.
As reservas da China, uma informação seguida com muita
atenção pelo mercado, cresceu pelo terceiro mês consecutivo. Em abril o total
se encontra em US$ 3,0 trilhões. Suas exportações cresceram 8 % em relação ao
ano anterior, enquanto as importações se expandiram em 11,9%. Mesmo assim, o
país gerou um superávit de US$ 38 bilhões. É de se notar que, na contramão do
desejo de Trump, o superávit com os EUA cresceu para US$ 21 bilhões. Mas agora
que o Presidente americano virou “amiguinho” do Chinês não deve falar nada. Ele
mais parece um tigre de papel!
Várias mudanças já estão em curso na economia chinesa com o
objetivo de elevar seu consumo interno. Uma das estratégias que levou a China
ao lugar que ocupa atualmente foi sua política de investimentos fortemente
centrada em sua infraestrutura. Na área internacional seguia os mesmos passo,
porém ultimamente migrou do setor de manufatura para o setor de serviços.
Essa mudança interna não deve acontecer com a mesma
intensidade que a externa dado o nível de desenvolvimento que se encontra sua
economia. Só para vocês terem uma ideia, o mercado de automóveis interno ainda
está em plena expansão e o total produzido em 1 ano já é o maior do mundo. Para
atender uma população de 1,3 trilhões de pessoas será necessário muito tempo.
O PMI Chinês parece ter alcançado um nível próximo a um pico,
estando num processo de retração em função das mediadas tomadas pelo governo
mencionadas acima.
A bolsa de valores vem retraindo desde março, após
acompanhar as bolsas internacionais no início do ano em função pelo efeito
Trump.
O que acontece na China é sempre muito importante para o
mundo. Com uma economia que cresce a níveis invejados por todos, uma
desaceleração por lá tem efeitos danosos nos outros países. Os analistas tentam
de forma obcecada calcular como anda a 2ª economia mundial. Com acesso limitado
as informações, buscam de forma imaginativa esses dados usando informações
correlatas. Porém esses resultados estão sempre sujeitos a erros. Mas é dessa
forma que os investidores se acostumaram a conviver, e até o momento não se
pode questionar a gestão do governo Chinês. Espero que não estejam jogando por debaixo
do tapete seus podres!
No post sniper, fiz os seguintes comentários sobre o
dólar: ...” como
indiquei no gráfico acima, o intervalo entre R$ 3,22 – R$ 3,27 será de grande
interesse. Caso o movimento de baixa do dólar volte a prevalecer, é nessa área
que poderia ocorrer essa mudança” ... O
quadro se modificou pouco desde essa última postagem, apenas o dólar encontra-se
mais próximo das máximas alcançadas ultimamente a R$ 3,20.
Um grande candidato para essa reversão é o nível de R$ 3,225
por conter uma convergência de parâmetros técnicos. No momento não me sinto
confortável em alocar um trade sem que haja algum sinal de reversão.
Nessas situações existem duas formas de atuar: primeiro
projeta-se um nível de preço, que se atingido, o trade é executado; o outro
aguarda sinais de reversão para implementar o trade, naturalmente inferior (no
caso de uma venda) ao primeiro caso.
Qual é melhor? Poderia ficar elaborando vários cenários
apontando as vantagens de um contra o outro, mas na verdade não existe uma
forma única que seja a melhor. Tudo isso faz parte de algo muito importante, a
administração do seu risco, ou em outras palavras, quanto está disposto a
arriscar. No caso específico do dólar, como a distância entre os preços atuais
R$ 3,20 e o nível que considero uma mudança de direção a R$ 3,50 é de
aproximadamente 10%. Não estou disposto a ficar amargando prejuízos desta magnitude,
caso isso aconteça. Desta forma vou ficar com a última opção.
Eu já tinha adiantado que usaria essa tática no post citado
acima: ...” A
situação atual não sugere nenhuma posição, e caso decida voltar será com
evidencias maiores de reversão não se importando em qual nível” .... É
isso aí!
O SP500 fechou a 2.399, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,1970, com alta de 0,65%; o EURUSD a 1,0922, com queda de 0,65%; e o ouro a US$ 1.225, com queda de 0,16%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário