2019: O ano da surpresa



Diferentemente de 2018, onde quase nenhum ativo obteve rendimento positivo, 2019 trouxe praticamente todos os investimentos com performance expressiva, para surpresa de grande parte do mercado. O grande vitorioso foi a bolsa americana que subiu mais de 30% quando medido pelo SP500. Para quem estava esperando uma recessão esse resultado surpreendeu e muito. Mas não foi somente as bolsas que ascenderam, os bonds também obtiveram um retorno de 7%. Quem acabou ficando para trás foi o dólar, que medido pelo DXY, ficou num mero zero a zero.


O resultado do trades propostos pelo Mosca apresentou, coincidentemente, algo muito semelhante ao obtido em 2018. Apontando para 32%, é o segundo ano consecutivo que fica acima de 30%. Quero alertar os leitores que isso não é uma tendência a se extrapolar, pois considero esses dois anos como excepcionais, não devendo se repetir no futuro.

Os maiores ganhos aconteceram nas bolsas de valores, tanto na brasileira como na americana, onde se capturou mais ou menos metade do ganho anual desses ativos. O leitor poderia se questionar que, uma estratégia alternativa de comprar no dia 01/01 e ir para a praia retornando somente no dia 31/12, obteria um resultado muito superior. Em outras palavras, a análise técnica subtraiu 15% do retorno em cada um deles, ou por não estar posicionado no mercado, ou parte pelos resultados negativos em alguns trades que subtraíram do total.

Mas o que ocorreu durante o ano? Vamos inicialmente analisar o SP500. Na figura abaixo nota-se dois momentos onde não se sugere posições. Em laranja, no final de 2018, um movimento de venda levou o SP500 até o nível de 2.350. Naquele momento, existiam analistas prevendo uma desgraça maior para esse ativo. Tecnicamente, não seria recomendável a compra naquela ocasião. Um outro período destacado que perdurou por alguns meses, destacado em azul no gráfico, também não seria recomendável exposição.

No caso do Ibovespa, não parece tão grande o período de indecisão, conforme apontado no gráfico a seguir. Esse período corresponde a uma variação de 12% entre a máxima e a mínima. O Mosca acabou aproveitando um trecho do ganho total, permanecendo fora, ou com operações tentativas que acabaram sendo estopadas, por conta de um limite curto estabelecido propositalmente.

O resultado nos outros ativos não merecem destaque, embora como mencionado no post quando-emocao-prevalece , o Mosca fez uma mea culpa em relação ao mercado de juros de 10 anos.

2020 começa muito animado, com sucessivas máximas diárias ocorrendo nas bolsas, levando o investidor a imaginar que é muito fácil e bom assumir risco. Como sempre digo, num mercado de alta, qualquer compra, mesmo que esse ativo caia de preço em seguida, no médio prazo se torna lucrativa.

Do ponto de vista técnico, muitas dúvidas perduram no ar. Observado de hoje, não compartilho o mesmo entusiasmo do mercado. Isso não significa que vou apostar contra, sem que exista evidencias concretas que a tendência mudou, mas sim, que se deve operar com cautela.

Neste momento, não saberia dizer como será o post no final do próximo ano: se mais um ano espetacular como 2019 - e existe chance de isso acontecer; ou uma frustração com retornos negativos.

Recentemente usei numa menção, o refrão da música do Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar”. A partir de agora, e com uma pequena adaptação, vou usar “deixa o mercado nós levar”, a versão brasileira do Let’s the Market speak.

Feliz 2020! Que, diga-se de passagem, não é o começo de uma nova década como se vem noticiando. O que só deverá ocorrer daqui há um ano.

Fique ligado!

Comentários

  1. David, como vc está vendo os fundos imobiliários? Com o aumento no preço das ações, não vai cair muito a rentabilidade dos papeis? que acha? abs e parabéns pelo Blog

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