A recente alta da inflação preocupa?
A alta das proteínas no final de 2019 impactou a inflação
dos últimos dois meses, criando algum temor que uma elevação de preços em
níveis superiores aos objetivos traçados pelo governo, pudesse ocorrer. Em dezembro,
o IPCA subiu 1,15% terminado o ano em 4,31%, ligeiramente superior a meta de
4,25%.
Uma análise mais detalhada dos subitens desse relatório,
leva a crer que, não existe qualquer suspeita do retorno da inflação, ficando
restrito a elevação substantiva do preço da carne.
Hoje foi publicado o IPCA-15 do mês de janeiro em 0,71%,
muito próximo a expectativa do mercado em 0,71%. Em bases anuais manteve-se
próximo ao nível anterior de 4,34%. Destaque para desaceleração do grupo
Alimentação e Bebidas (2,59% para 1,83%), contando com o arrefecimento mais
célere do item carnes (17,71% para 4,83%).
Os preços livres (1,06% para 0,82%) contaram com a
desaceleração do subgrupo de alimentação no domicílio (3,62% para 2,30%) e dos
serviços (0,61% para 0,49%).
O indicador Difusão, seguido de perto pelo Mosca, não
apresentou grande variação quando medido em 12 meses, ficando ao redor de 55%. Porém,
em bases mensais, teve uma alta que vai merecer mais atenção nos próximos meses,
passando de 55% para 67%.
A Rosenberg projeta a inflação do IPCA em 3,5% para o ano –
com viés de baixa. Com expectativa de acomodação, o choque de preços do ano
passado não deve se repetir nesse ano; além disso, o desempenho moderado da
atividade econômica e o alto nível de ociosidade da econômica indicam alta mais
modesta dos demais preços livres (especialmente serviços).
Em termos de política monetária, esperam que o banco central
reduza a taxa SELIC na próxima reunião de janeiro com mais um corte de 0,25%. O
Mosca diverge nesse ponto, acreditando que o ciclo de corte de juros
terminou em dezembro. Let’s see!
Notem que, se a trajetória da inflação seguir a previsão da
Rosenberg, durante o ano a inflação anual deve beirar os 5% ao redor de
setembro, e se isso acontecer, tenho quase certeza que as manchetes de jornais
apontarão a volta da inflação, causando impacto nos títulos de renda fixa.
Sendo esse o caso, estejam preparados para volatilidade nesse segmento e um ano
ruim para essa categoria.
Como o efeito desta alta será puramente estatístico –
substituição de níveis de inflação muito baixas em 2019 por níveis normais em
2020, não deveria haver muita preocupação que a inflação voltou.
Por enquanto acredito que a taxa SELIC irá permanecer nesse
patamar de 4,25% por um bom tempo, e não concordo com as previsões implícitas
nos mercados futuros de elevação de 150 pontos em 2021.
No post trump-mira-num-novo-alvo, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: ... “ Em 2020 vem
experimentando pequenas quedas. Ainda acredito que se encontra numa mini
correção para buscar o objetivo traçado. No gráfico a seguir, destaco o intervalo
onde essa reversão pode acontecer – 114.00 a 112.500, ou até menos que isso, se
o caso for de um triangulo” ... Hoje a bolsa atingiu novo recorde
acima de 119 mil, o que pode justificar o término dessa correção.
Como comentado em diversos posts, a bolsa está próxima do
objetivo proposto de 120 mil, aonde deve apresentar resistência para
ultrapassar. Caso ultrapasse esse limite, o novo objetivo passa a ser de 135
mil a 140 mil.
Anotei no gráfico acima a congruência de 3 fatores de
resistência, normalmente nessas situações o mercado no mínimo para nessa
região. Caso isso não aconteça, indica que o movimento que vai se suceder será
“forte”.
Se minhas considerações em termos de Elliot Wave estiverem
corretas, em algum ponto haverá o encerramento de uma onda 3. Sendo assim, se
sucede uma onda 4 que tem um potencial de retração, que depende se o término
acontecerá agora (120 mil) ou no próximo patamar (135mil – 140 mil). Só a
título ilustrativo, se for no nível de 120 mil, pode se esperar uma correção
entre 105 mil – 97 mil, não é uma catástrofe, mas vai machucar.
Muita atenção nos próximos dias para observar o que vai
acontecer.
O SP500 fechou a 3.325, com alta de 0,11%; o USDBRL a R$
4,1703, com queda de 0,29%; o EURUSD a € 1,1055, com queda de 0,31%; e o ouro
a U$ 1.562, sem variação.
Fique ligado!
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