Insiders na contra mão
Eu raramente tive informações privilegiadas em minha vida
profissional, em alguns dos casos decidi não usá-las pois temia algum tipo de
represália. No passado era comum era comum essa prática no mercado brasileiro.
Certa vez, um alto executivo de um banco, detinha em mãos o
teor de uma medida a ser adotada pelo governo. Caso fosse implementada, teria
impacto sobre as taxas de juros vigentes. Com essa informação, resolveu se
posicionar considerando essa informação. Acontece que sua fonte devia ser um
dos membros do grupo que participaria dessa decisão.
Esse grupo acabou tomando medidas diferentes que levaram o
mercado em direção oposta. Ao receber um exemplar do documento original disse: “está
errada eu tenho uma cópia do original”. Acontece que a dele não era assinada e
o grupo tomou uma decisão diferente. Como se diz em linguagem coloquial o tiro
saiu pela culatra.
A Pesquisa Anual Global de CEOs da Price waterhouse Coopers
(PWC) revelou que o pessimismo entre mais da metade dos CEOs pesquisados em
todo o mundo é de baixa na economia global.
A PWC pesquisou 1.581 CEOs em 83 países e constatou que 53% projetavam um declínio na taxa de crescimento econômico global este ano. Apenas 27% dos CEOs estão "muito confiantes" de que 2020 será um ano próspero. O número de CEOs de baixa está no mais alto nível desde 2009.
A PWC disse que os resultados são "convincentes porque
a mudança na confiança das receitas dos CEOs provou ser um indicador confiável
da direção e do nível do crescimento do PIB global no próximo ano".
O estudo foi realizado de setembro a outubro de 2019,
publicado quando o Fórum Econômico Mundial começou em Davos, na Suíça, e o FMI
divulgou seu relatório cortando o crescimento do PIB global pela 6ª vez
consecutiva.
O pessimismo estava em escala global, em todas as regiões do
mundo, incluindo África, Ásia-Pacífico, Europa Central e Oriental, América
Latina, Oriente Médio, América do Norte e Europa Ocidental. Os CEOs foram os
mais pessimistas da América do Norte, com pelo menos 63% indicando que o
crescimento global diminuiria nos próximos 12 meses.
A confiança do CEO no crescimento da receita interna nos
próximos 12 meses, e 3 anos, juntamente com o crescimento do PIB global,
diminuiu nos últimos dois anos para níveis nunca vistos desde a crise
financeira. A perspectiva moderada sugere que a economia global está paralisada
em um período de baixo crescimento, onde os investimentos dos executivos estão
sendo reduzidos à medida que persistem os ventos macroeconômicos.
A PWC fez uma análise de regressão sobre a mudança na
confiança do CEO e descobriu que o crescimento global do PIB deverá diminuir
este ano.
Em um relatório separado, o presidente do WEF, Borge Brende,
alertou que o mundo está "confrontado com uma desaceleração sincronizada
da economia global. E também estamos diante de uma situação em que a munição de
que precisamos para combater uma possível recessão global é mais
limitada".
Outra pesquisa publicada na semana passada, constatou que
97% dos CFOs dos EUA pesquisados pela Deloitte acreditam que uma recessão pode
chegar até o final do ano.
O derretimento das ações está ocorrendo quando os executivos
estão vendendo ações no mais alto grau em quase duas décadas - ocorre no
momento em que os pilares de suporte mais importantes do mercado - recompras -
estão em declínio.
Os CEO’s das empresas são os maiores insiders de seu
negócio, afinal detém todas as informações relevantes. O mercado de ações
diverge desse temor, imprimindo altas diárias. Como essa pesquisa foi realizada
antes de alguns eventos importantes como o acordo entre China e EUA, seu
resultado poderia ser diferente se realizada hoje. Mas se esse não for o caso,
será que o mercado está como o executivo comentado no início desse post, com o “documento
sem assinatura”? Hahaha ...
No post 2020-um-ano-de-desafios, fiz os seguintes comentários
sobre o SP500: ... “O Mosca vai manter a posição
porem reajustar o stoploss. Sem entrar muito na tecnicidade, eu acredito que o
nível de 3.300 será fundamental para identificar se o “Triangulo Maldito”
ganhará tração. Caso o mercado ultrapasse essa barreira, na figura abaixo,
aponto os novos objetivos” ...
Nessa última semana o SP500 foi direto ao patamar de 3.300
onde se encontra atualmente. Como comentei acima, esse é um nível importante a
ser vencido. O cenário “Triangulo Maldito” tem seu momento final, ou acontece
agora ou a bolsa americana deve continuar a bater recorde após recorde. No
gráfico semanal a seguir está demarcado este ponto.
Por outro lado, o cenário “Bola para frente”, tem objetivos que
podem deixar os investidores mais felizes, lógico, os que estão comprados. De
imediato, um nível de curto prazo aponta para 3.370 – 3.390, aonde uma pequena
correção poderia acontecer. No médio prazo esperem patamares bem superiores.
Tudo indica que o cenário que prevalecerá é o “Bola para
frente”, mas é fundamental que o nível atual seja ultrapassado. Caso isso
ocorra, vai surpreender muita gente que ainda está receoso e provavelmente vão jogar
a toalha, e embarcar nas compras. Esse fluxo deverá impulsionar a bolsa num movimento
mais forte, pois estaria entrando na onda 3, a mais potente.
Mas antes de abrir a Champanhe, o nível atual tem que ser
ultrapassado, sendo assim, vamos saber em breve o que podemos esperar.
O SP500 fechou a 3.321, sem variação; o USDBRL a R$ 4,1826,
com queda de 0,71%; o EURUSD a € 1,1090, sem variação; e o ouro a U$
1.561, sem variação.
Fique ligado!
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