Mundo físico #ibovespa
Esse
ano não tem sido bom para as empresas de tecnologia, basta comparar a
performance do nasdaq100 com o SP500. Quando ficou claro que a vacina iria
funcionar, o mercado resolveu apostar firmemente nas companhias que tinham sido
colocadas de lado com a pandemia. Essa rotação ainda prevalece.
Um
artigo de Michael Batnick traz números que comparam as empresas que ele denomina
“do mundo físico” contra as empresas do “mundo digital”.
"O
que está acontecendo no mercado de ações?"
Normalmente
não é uma pergunta fácil de responder. Mas vivemos em tempos incomuns e neste
momento o mercado de ações está muito fácil de explicar.
Olhe
através de algumas dúzias de gráficos e você vai encontrar uma narrativa muito clara.
Os vencedores de hoje foram os perdedores do ano passado e os perdedores de
hoje foram os vencedores do ano passado. Dito de outra forma, as ações no mundo
físico estão superando as ações que vivem no mundo digital.
Veja, este gráfico que compara os dois grupos. No mundo físico, temos Macy's, Marriott, MGM, Royal Caribbean, Delta, Simon Property, Freeport-McMoran e Exon. No mundo digital, temos Docusign, Shopify, Peloton, Teladoc, Zoom, Spotify, Netflix e Unity.
Construtores de casas, materiais, industriais, transportes. Esses papeis estão bombando. Os papeis de SAAS [Software como Serviço], que têm feito furor nos últimos anos, viraram micos.
Neste
momento, os investidores estão focando na criptomoeda, o ativo
digital do século 21. Mas dentro do mercado de ações, só se fala do mundo
físico.
Nomes
tidos como coqueluche — Tesla, Peloton, Zoom, NVDIA e tantos outras — tiveram
queda de seu pico entre 40%/50% aproximadamente. A grande dúvida daqui em
diante é saber se essa tendência vai continuar ou vai haver uma volta às
empresas digitais.
Talvez
agora possam entender por que tenho gastado um certo tempo em pesquisar como as
pessoas e as empresas irão viver daqui em diante.
Vou
arriscar uma direção, acho que o digital ira retornar. Vejam meus argumentos:
1.
Está
em franca expansão o movimento a que temos assistido nos últimos anos, de
empresas de “dormitório” onde meia dúzia de jovens se reúnem para criar um
aplicativo que ameaça as grandes empresas. O que está ocorrendo agora é uma
ampliação dos campos de ação, com entrada em áreas novas. De uma forma genérica,
esse movimento normalmente atrapalha a vida de grandes empresas bem
estabelecidas.
2.
Inteligência
artificial – A cada dia observamos novos aplicativos que estão usando modelos
matemáticos para identificar o que melhor se adapta a cada pessoa. Na área
médica é impressionante a evolução. Por exemplo, vejo o smartphone substituindo
equipamentos caros em determinados exames médicos, ou mesmo a otimização de
profissionais que podem agora estar reunidos numa sala, ao invés de espalhados
pelo continente. Essa técnica já substitui o médico no diagnóstico de exames de
imagens com larga vantagem de acertos — meu cunhado está nessa área de imagens
e me relata a evolução nesse campo.
3.
Mudanças
no gosto do consumidor – A pandemia foi a maçã que caiu na cabeça e mostrou que
diversas atividades podem ser feitas com vantagem, normalmente substituindo a
presença física. Prestem atenção como aumentou de forma definitiva a compra de
produtos ou mesmo serviços. Hoje em dia, é impossível não consultar a internet
quando se pretende adquirir um bem, e é bem provável que se acabe comprando por
ela.
4.
Otimização
do tempo – O trabalho feito de casa se mostrou eficiente em inúmeros segmentos
da economia. Vocês já pensaram se preferem marcar uma reunião com seu assessor
de investimentos, ou fazer um Zoom? Esse canal permitiu que se tenha acesso a
reuniões em qualquer lugar, o que antes era restrito a um grupo seleto. De uma
forma geral, tudo isso aumenta a produtividade, já que o tempo ineficiente foi
trocado por outra atividade, inclusive maior tempo com a família.
5.
A
vez dos millenials – Essa nova geração está substituindo os chamados baby
boomers. Eles são muito diferentes de nós em diversos aspectos; eu diria
que não se apegam a nenhum bem e dão muito valor às experiências. A geração que
vem atrás, amplifica tudo isso. Vou dar um exemplo: minha enteada, que desponta
como uma grande arquiteta, resolveu “abrir” seu escritório. Com 0 funcionários,
em menos de 3 meses está com 8 projetos em andamento. Outro dia me disse que
gosta de trabalhar assistindo algum programa no Globo Play. Tente você fazer
isso!
No
curto prazo, existe uma demanda reprimida, de quem não foi dar uma volta no
shopping ou não foi a uma restaurante — imagine então, quando abrirem as portas
para viajarmos. Uma parte da vida vai retornar ao normal, mas outra parte mudou
de forma definitiva.
Não
sabemos as mudanças que vêm por aí, mas provavelmente serão mais no mundo
digital que no mundo físico, pela maneira mais ampla que trago aqui.
No post profeta-ou-manipulador, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” durante a última semana, a bolsa ultrapassou a primeira marca, mas não a segunda, e nesta semana reverteu boa parte do ganho. Ainda permaneço com as premissas de alta alterando levemente o primeiro objetivo para 128 mil” ...
Não houve muitos ganhos desde a última publicação, embora lentamente a bolsa está se aproximado da máxima histórica de 125 mil. As perspectivas melhoram conforme chega mais próximo.
Parece que a área destacada em azul no gráfico acima deverá atingir vários coelhos ao mesmo tempo. Primeiro e mais importante seria o rompimento da máxima citada acima, depois caminharia para diminuir a probabilidade de uma correção mais forte que substituiria o cenário que estou trabalhando. O objetivo estaria primeiramente entre 125.800/126.600, que se ultrapassado poderia levar a 129.300.
-
David, poderia dizer qual seria esse cenário mais negativo?
Vamos lá, o gráfico a seguir como red count apresenta os movimentos nesse cenário mais negativo. No curto prazo seriam iguais, buscando objetivos entre 124.700 ou ainda 130.000 – demarcado em azul. A partir daí se diferenciam, o cenário básico contempla novas altas, enquanto esse contemplaria novas baixas até atingir 108.000. Somente depois de atingir esse nível, a bolsa voltaria a subir.
- David, como vamos saber qual dos dois?
Essa
é a razão que uso a frase Let the Market speak. Se o mercado chegar
nesses níveis, e dependendo do shape do movimento, vamos ter pistas de qual do
dois poderá prevalecer.
Mas
não fique preocupado, pois nem podemos garantir que mesmo o cenário básico irá
prevalecer, ele simplesmente é mais provável visto de hoje.
A
vida de quem usa análise técnica é ficar observando se seu cenário prevalece,
se sim, vai em frente. Daí em diante, continua igual a vigilância, da mesma
forma fractal que a teoria.
O
SP500 fechou a 4.159, com alta de 1,06%; o USDBRL a R$ 5,2806, com queda de
0,50%; o EURUSD a € 1,2228, com alta de 0,45%; e o ouro
a U$ 1.875, com alta de 0,38%.
Fique
ligado!
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