Profeta ou manipulador? #ibovespa
Ontem
à noite Elon Musk, CEO da Tesla, publicou um Tweet, forma da qual gosta de se
comunicar, que não pretende mais aceitar Bitcoin na compra dos automóveis de
sua empresa. Vale lembrar que, durante a publicação de seus resultados em
janeiro, ele comentou que havia comprado a criptomoeda no montante de U$ 1,5
bilhão com o caixa da empresa, além de aceitá-la na compra de veículos.
A
razão dada para tamanha mudança seria o alto consumo de energia no
processamento das operações com Bitcoin, o que aumenta a emissão de carbono.
Um
artigo publicado de David Fickling na Bloomberg coloca seus argumentos em
xeque.
O
maior fabricante de carros elétricos do mundo não deveria saber como funciona
uma rede elétrica? É de se esperar que sim, mas a última incursão de Elon Musk
em comentários sobre criptomoedas nos deixa na dúvida.
Poucos
dias depois de promover o Dogecoin no Saturday Night
Live e
perguntando aos seus seguidores do Twitter se ele deveria aceitar
pagamentos no token digital baseado no Shiba Inu, o maior apoiador mundial do
Bitcoin detonou a moeda digital na mesma plataforma social, ajudando a provocar
uma queda de 15% para seu nível de preço mais baixo em três meses.
Musk escreveu em um Tweet que a Tesla "suspendeu as compras de veículos usando Bitcoin" devido ao rápido aumento do consumo de combustíveis fósseis, em particular o carvão, em suas operações de mineração eletrônica. A empresa não vai vender seus US $ 2,48 bilhões em Bitcoin, mas planeja usá-los" assim que a mineração passar para uma energia mais sustentável", escreveu.
A empresa pode ter que esperar bastante. Isso se dá por causa de algo que deveria ser óbvio para a maioria das pessoas, mas é em grande parte perdido nos debates raivosos sobre a pegada de carbono da criptomoeda. Moedas digitais baseadas em prova de trabalho, como o Bitcoin, não são movidas nem por energia renovável nem por energia de fósseis. Como todos os outros grandes usuários de eletricidade, eles estão comprando sua energia de uma rede que tem uma faixa de geradores ligados a ela. Se a Tesla está planejando manter seu Bitcoin até que a mineração "passe para uma energia mais sustentável", ela não venderá sua posição até que a rede elétrica da China seja descarbonizada em algum lugar perto de 2060.
Graças aos dados de endereço IP de computadores conectados aos principais pools de mineração de Bitcoin, sabemos bastante sobre a localização das mineradoras de cripto no mundo. Até agora, cerca de 69% dos cálculos aconteceram na China, com cerca de metade na região carvoeira de Xinjiang. A Mongólia Interior, outra região de carvão, também é proeminente, assim como Sichuan e Yunnan, movidos a energia hidrelétrica.
É muito simplista, no entanto, dizer que bitcoins minerados em Sichuan são mais limpos, porque a eletricidade é fungível. Se a hidroeletricidade gerada na Represa dos Três Desfiladeiros não for usada para produzir provas cripto, ela irá abastecer casas ou fábricas ou trens de alta velocidade, e assim reduzir o mercado de energia de carvão. Como resultado, a mineração de moeda digital não está deslocando outros consumidores de eletricidade — está apenas aumentando a demanda na rede, forçando os operadores a conectar mais geradores para evitar apagões.
Isso
é importante, porque uma das maiores fontes de emissões incrementais de carbono
no mundo hoje é a enorme frota de novas usinas a carvão em curso na China. A
partir de janeiro, houve cerca
de 88 gigawatts sendo
construídos, de acordo com o Global Energy Monitor, um grupo que pressiona pela
eliminação do carvão. É improvável que essas centrais de energia lucrem como
estão, mas suas perspectivas seriam ainda mais sombrias se não fosse pela
demanda adicional da criptomoeda.
O Bitcoin está a caminho de representar cerca de 5,4% da demanda de eletricidade da China, de acordo com um estudo na Nature Communications no mês passado, e consumirá até 350 terawatt-hora de eletricidade em 2024. O número é notavelmente próximo dos 385 TWh que as usinas de carvão em construção gerariam se operassem com uma capacidade localmente típica de 50%. Todo o Reino Unido, em contrapartida, consumiu apenas 284 TWh em 2020.
Houve problemas no passado com a redução da energia renovável chinesa devido à falta de capacidade da rede. Nesse quadro, é possível que o Bitcoin possa ter usado energia, que de outra forma teria sido desperdiçada — mas os bilhões gastos construindo a rede de transmissão de alta tensão significam que a redução ultimamente quase já não é um problema. Não há falta de transmissão de eletricidade para onde é necessário. A transmissão de eletricidade a longa distância aumentou cerca de 44% nos últimos três anos para 613 TWh em 2020 — cerca de oito vezes o que plataformas de Bitcoin consumiram em todo o mundo. Dentro das províncias, 1.536 TWh se moveram ao longo das mesmas linhas de energia.
Isso
deixa Musk, e a Tesla, com um problema. Apesar de sua promessa de não
transacionar em Bitcoin até que sua pegada de carbono melhore, detentores que
se aferram a sua criptomoeda são tão responsáveis pelas emissões da rede como
aqueles que compram e vendem na blockchain. Os cálculos de prova de trabalho
que impulsionam o uso de energia da criptomoeda não são realizados apenas para
registrar novas transações, mas para sustentar toda a rede e verificar a
propriedade de cada Bitcoin já minerado — incluindo o próprio pertencente a
Tesla.
A
State Grid Corp., que administra a principal rede elétrica da China, nem espera
que as emissões aumentem até 2025. Se a Tesla vai permanecer em sua situação
atual até que o blockchain funcione com poder de carbono mais baixo, terá que
esperar décadas no futuro.
Essa
matéria desmistifica o argumento dado por Musk, e seria ingenuidade acreditar
que ele não saiba dessas informações. Sendo assim, qual seria seu real motivo por
traz dessa medida?
Consigo
elencar dois: o mais banal seria que seu diretor financeiro ficou maluco ao ter
que liquidar os carros comprados com Bitcoin para fazer frente aos compromissos
de fornecedores e empregados em dólares; o outro, mais astuto, levaria a sua
intenção de comprar mais Bitcoins a preços inferiores.
Não
consigo entender de maneira racional porque o Bitcoin subiu 10% quando anunciou
que iria aceitar o Bitcoin, e caiu até 15% hoje. Com a cabeça de trader, o
movimento deveria ser exatamente o inverso, se é que deva existir algum, pois
no primeiro caso já comprou e daí para frente só se poderia esperar uma demanda
de venda, e no segundo o inverso, embora tenha dito que não vendeu os Bitcoins.
O Mosca
já tem um pé atras em relação a Musk, e cada vez mais acredito que está se
tornando um manipulador — pois não acredito que é um profeta. Se continuar se
metendo em mercados que não são seu “Métier” dentro em pouco vai perder sua
credibilidade e nem mais manipulador será. Como diz a frase popular, “o sucesso
subiu à cabeça”
No posta-difícil-tarefa-de-escolher-ações, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Teria que refazer minha análise caso a bolsa retaria abaixo de 116.730, por outro lado, acima de 122 mil e principalmente 125.140 o horizonte fica mais claro para atingir o objetivo de 132 mil” ...
Durante a última semana, a bolsa ultrapassou a primeira marca, mas não a segunda, e nesta semana reverteu boa parte do ganho. Ainda permaneço com as premissas de alta alterando levemente o primeiro objetivo para 128 mil.
Um dos motivos que me deixam mais esperançoso está frisado no gráfico acima dentro da elipse. Movimentos que ocorrem de forma semelhante em situações diferentes aumentam a confiabilidade da sua análise. Não é fator fundamental mais agrega. Desta forma, estou atualizando os stop loss de nossa posição para 117.000, de acordo com o apontado no gráfico. Daqui em diante, Let the Market speak!
O
SP500 fechou a 4.112, com alta de 1,22%; o USDBRL a R$ 5,3002, com queda de
0,11%; o EURUSD a € 1,2084, com alta de 0,12%; e o ouro
a U$ 1.826, com alta de 0,61%.
Fique
ligado!
Belos argumentos, Profeta! Valeu.
ResponderExcluirVamos ver onde toda essa MuskMalandragem irá parar, pois é o nome da Tesla e empresas afins que estão em jogo...