Os detalhes importam #usdbrl
Com
exceção da discussão sobre inflação e, claro, das recentes quedas nas
criptomoedas, não tem muita coisa acontecendo na área de investimentos. Talvez
estivéssemos acostumados com o tweeters tresloucados do ex-presidente Trump, e a
falta deles esteja sendo percebida. Melhor assim!
Sobre a inflação, minha sensação é de que vamos conviver com essa ambiguidade por muito tempo, pois não parece haver recrudescimento à vista, e o Fed disposto a não piscar. Ficaremos com a sensação de que a autoridade monetária está ficando muito “behind the curve”, basta ver o que está espelhado no mercado: a expectativa do CPI para os próximos 5 anos, praticamente nada inferior a 2,5% a.a. (78% de probabilidade).
Por outro lado, as taxas de juros de curto prazo estão beirando 0% desde março, como se pode notar no gráfico a seguir, que contém as taxas de juros das Letras do Tesouro de 3 meses.
Como consequência desse cenário, de certa forma antagônico, onde se espera inflação mais elevada, porém juros muito baixos, os títulos indexados à inflação estão pagando juros reais negativos, e bota negativo nisso. Os de curto prazo está com taxas ao redor de -3% a.a., e esse quadro tende a piorar quanto maior for a expectativa de inflação por parte do mercado.
O ambiente estaria propicio à formação de bolhas por toda parte, principalmente nos ativos mais especulativos. Mas não é dessa forma que alguns tem performado, caso das criptomoedas citado acima.
Não
vou comentar sobre essas últimas, pois não sou especialista no assunto e só
externaria minha opinião, que já é de conhecimento dos leitores — prefiro fazer
comentários esporádicos contemplando a análise técnica.
Um
trabalho elaborado por Ben Carlson aponta como algumas ações podem ter caído de
forma expressiva, mesmo com os índices das bolsa próximos das máximas.
Do
fundo do poço no final de março do ano passado, a bolsa americana subiu quase
75%. Este foi o melhor retorno de 12 meses já registrado desde 1950.
Quase
96% das
ações do mercado acionário global dos EUA apresentaram retornos positivos nesse
período.
É altamente
provável que nós nunca mais vivamos um período igual de 12 meses de retornos em
nossa vida inteira. Para todos os efeitos, o período de um ano após as mínimas
da “Queda Corona” foi o ambiente mais fácil da história para ganhar dinheiro no
mercado de ações.
Se
acha que esse tipo de mercado é normal, você está muito enganado. Nem sempre
será tão fácil.
Na
verdade, o mercado de ações já deixou de ser tão fácil em 2021. Enquanto o
S&P 500 atingiu sua 26ª máxima histórica apenas este ano, uma série de
ações estão sendo esmagadas neste momento.
E
não são ações quaisquer; são muitas das ações que os investidores de varejo correram
para comprar após a queda no ano passado:
As queridinhas do investidores de varejo como Virgin Galactic (-67%), Peloton (-49%), Teladoc (-48%), Zoom (-47%), Snowflake (-46%), DoorDash (-42%), Penn National (-37%), Spotify (-34%) e Roku (-33%) estão todas sendo massacradas enquanto o mercado de ações está acelerando para novas altas.
Vale
a pena notar que muitas dessas ações ainda tem ganhos maciços, dependendo de
quando se entrou nelas. Este é um bom lembrete de que nenhuma ação sobe e caminha
em linha reta para sempre.
Também
é verdade que esses nomes populares não estão sozinhos quando se trata da
carnificina em certas ações individuais neste momento.
Usando dados da YCharts, eu aprofundei o Russell 3000 (uma boa aproximação para o mercado total de ações dos EUA) para ver quantas ações atualmente têm quedas de dois dígitos de suas máximas em 52 semanas. A lista foi maior do que eu esperava:
O mercado de ações está atingindo novas altas, subindo 13% em 2021, mas quase um terço de todas as ações estão em queda agora mesmo. Quase metade de todas as ações estão sofrendo correções, com quedas de 10% ou mais. E uma em 12 ações caiu 50% em relação às máximas de 52 semanas.
Mas
talvez eu não devesse estar tão surpreso com esses dados. Na verdade, essa é a
regra no mercado de ações.
Mesmo
quando o mercado de ações em geral sobe em um determinado ano, quase sempre há
muitas ações dentro do índice que estão em baixa.
O
ambiente atual é a regra.
Nada
funciona sempre e para sempre.
Uma tabela contendo as 25 ações de tecnologia que não são rentáveis, ponderadas pelo valor de mercado, faz parte das quedas apontadas acima. O que propiciou sua ascensão é conhecido, a pandemia que obrigou as pessoas e as empresas a adotarem novas atitudes. Mas o céu não — nunca é! —o limite. Como repetimos ad nauseam, dinheiro não é capim!
No post perguntas-que-não-querem-calar, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” A correção imaginada teria como objetivo a área anotada em amarelo entre R$ 5,33/R$ 5,44, sendo a primeira mais provável. O objetivo final se encontra mantido em algo ao redor de R$ 4,90 (elipse em azul)” ...
Na semana passada, o dólar chegou a atingir a cotação de R$ 5,3731 e hoje está retrocedendo. Se essa foi a máxima ocorrida nessa pequena correção, novamente a análise técnica foi de utilidade. Mas antes de qualquer comemoração, é necessário que o dólar continue caindo e negocie abaixo de R$ 5,20. Nada se altera em termos de objetivos, como se nota no gráfico a seguir.
A situação no Brasil não parece nada animadora, no front do vírus parece que vivemos literalmente uma tortura chinesa, com a possibilidade da 3ª onda cada vez mais próxima, e com a aplicação de vacinas, por falta da mesma, a conta gotas, ameaçam possíveis novos lockdowns. Em termos políticos, fiquei bastante decepcionado com o ex-presidente Fernando Henrique declarando seu voto a Lula por falta de opção. Realmente o PSDB não constrói nada de útil.
A
economia por sua vez é mais promissora, com a distribuição de cheques à
população mais carente querendo se tornar mais definitiva que temporária, o que
coloca em crescente risco, o nível de déficit público atingir a marca de 100%
do PIB — a dúvida agora é mais se e sim quando irá ocorrer.
Esses
efeitos afetam mais a bolsa que o dólar, pois esse último está surfando com
ondas gigantes a alta do preço das commodities, prenunciando recorde na balança
comercial.
O
SP500 fechou a 4.197, com alta de 0,99%; o USDBRL a R$ 5,3198, com queda de
0,80%; o EURUSD a € 1,2215, com alta de 0,30%; e o ouro
a U$ 1.882, com alta de 0,11%.
Fique
ligado!
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