A difícil tarefa de escolher ações #ibovespa

 


Depois de adquirir um certo tempo de experiência, os investidores se veem compelidos a “dar uma porrada” na bolsa. Escutam e leem histórias de empresas que subiram como um rojão e acreditam que possam fazer a mesma coisa, ou através de alguma dica ou por “gostar” de uma empresa ou setor. Mas a realidade pode ser bem diferente, e essa aventura poderá resultar em prejuízos mesmo que a bolsa suba.

Um artigo de John Rekenthaler publicado pela Morningstar apresenta estatísticas elaboradas através de ações da bolsa americana durante a última década, que devem ser levadas a sério.

Em 2018, o Journal of Financial Economics publicou o artigo provocativamente intitulado "Do Stocks Outperform Treasury Bills?" [Ações rendem mais que títulos do Tesouro?] , por Hendrick Bessembinder, da Arizona State University. Sua resposta: "Sim e Não". É claro que, se um investidor comprasse um ETF, os índices da bolsa de valores dos EUA tinham mais ganhos que o dinheiro investido em títulos de renda fixa; qualquer detentor do ETF - Índice Vanguard 500 (VFINX) poderia dizer isso. Mas esses ganhos devem-se em grande parte a relativamente poucas ações vencedores.

Esse artigo recebeu atenção renovada no início deste ano, quando uma empresa escocesa citou a pesquisa de Bessembinder para justificar sua abordagem de investimento, e foi prontamente denunciada no Financial Times por ter cantado uma "canção para tolos". (Críticos pitorescos, esses britânicos.) A refutação do Financial Times também minimizou os resultados de Bessembinder, acusando o autor de ter exagerado sua argumentação para dramatizar os fatos.

Este artigo vai se ater a abordar os fatos, não o debate sobre carteiras. Será verdade, como eu acreditava na primeira vez que vi o trabalho de Bessembinder, que a maioria das ações deram menos retorno do que os títulos do Tesouro? Além disso, até que ponto as ações de maior desempenho do mercado impulsionam os resultados dos índices?

A maioria das ações é perdedora

Para responder a essas perguntas, atualizei as conclusões da Bessembinder avaliando os resultados das ações de capital aberto dos EUA na última década, começando em janeiro de 2011 e concluindo em dezembro de 2020. O gráfico abaixo mostra a porcentagem das 5.000 maiores ações dos EUA (em janeiro de 2011) que: 1) terminou os 10 anos com um ganho, 2) registrou uma perda, ou 3) desapareceu da existência.



Os números apoiam claramente o argumento de Bessembinder. Embora o Índice de Ações Morningstar tenha tido na década um ganho anualizado de 13,90%, apenas 42% das ações individuais terminaram no azul. Outros tantos (36%) registraram perdas nos 10 anos. Os últimos 22% desapareceram. Embora eu não tenha investigado o destino dos mortos, a pesquisa de Bessembinder sugere que metade das ações falecidas foram adquiridas, com resultados decentes, enquanto a outra metade foi eliminada dos índices, com consequências terríveis.

Mesmo durante uma década marcada por um mercado de alta quase ininterrupto, a média das ações não foi muito boa.

Separando o Peixe

Por outro lado, Amazon.com (AMZN),Microsoft (MSFT)e ExxonMobil (XOM) não são empresas médias. Embora ele não tenha insistido nesse ponto, o artigo de Bessembinder mostrou que as empresas maiores eram significativamente mais confiáveis do que seus rivais menores. As grandes empresas não só eram mais propensas a sobreviver, mas também mais propensas a lucrar quando persistiam. Para testar se esse padrão se manteve até a década de 2010, separei os dados das ações em dois grupos: 1) as maiores 1.000 ações, e 2) as próximas 4.000.



As grandes empresas foram muito mais confiáveis do que seus rivais menores. Enquanto 42% do universo global de ações persistiu durante toda a década e apresentou um retorno total positivo, 77% das 1.000 maiores empresas o fizeram. Por outro lado, uma vez que os peixes maiores foram removidos da lista, a taxa de sucesso das próximas 4.000 ações caiu para apenas 33%. Embora a década incluísse um mercado de alta prolongado, a maioria das ações menores registrou uma perda, não um ganho.

Outra maneira de medir a diferença de tamanho é calcular não quantas ações registraram ganhos, ou ganharam dos títulos do Tesouro (que renderam tão pouco que não retornaram quase nada), mas em vez disso quantos superaram indicadores significativos. Uma dessas referências é o Morningstar Government & Corporate Bond Index; outro é o anteriormente mencionado Morningstar U.S. Stock Index. Os resultados do teste aparecem abaixo.



Mais uma vez, a disparidade entre os tamanhos é aparente. Uma empresa escolhida aleatoriamente da maior lista dos 1.000 tinha mais do que o dobro de chances de sobreviver ao período e superar o índice de títulos do que uma ação escolhida entre as próximas 4.000. O preceito de que a maioria das ações decepcionam aplicou-se muito mais a ações secundárias do que a organizações maiores.

Dito isso, mesmo os maiores 1.000 resultados não foram brilhantes. Embora as ações tenham superado os títulos na década, pela enorme margem acumulada de 267% a 49%, apenas metade das 1.000 maiores ações superou o índice de títulos. Em relação ao índice de ações, o percentual de ganhos caiu para apenas 20%. Em outras palavras, quatro das cinco grandes ações dos EUA ficaram para trás de seu próprio benchmark de desempenho.

Encolher a lista dos maiores 1.000 para as cinquenta melhores não muda muito essa conclusão. É claro que avaliar apenas as empresas verdadeiramente grandes impulsiona o resultado contra os títulos, já que 76% das 50 maiores ações superaram posteriormente o índice de títulos, em oposição à maior pontuação de 1.000 com 47%. Mas o resultado em relação ao índice de ações permaneceu estável. Com as cinquenta melhores, como acontece com o grupo mais amplo, quatro em cada cinco empresas ficaram para trás do benchmark do mercado de ações.

Principais Contribuintes

A afirmação mais ousada de Bessembinder foi que 4% das empresas do mercado de ações dos EUA foram responsáveis por todos os seus ganhos. Tal matemática não se confirma durante os mercados de alta. (Se um índice subiu 1% no ano, uma única ação poderia muito bem ter produzido todos os seus ganhos. Se o índice subiu 30%, então muitas ações serão necessárias para a tarefa.) No entanto, como mostra a tabela a seguir, que mede as contribuições de desempenho das ações de maior desempenho, o princípio permanece intacto.


Para esclarecer o que os números significam: Os cálculos pressupõem uma carteira de peso igual e, em seguida, computam o retorno total gerado pelo determinado percentual de ações de maior desempenho. Assim, se alguém formasse uma carteira igualmente ponderada das maiores 1.000 ações em janeiro de 2011, e mantivesse esses títulos sem reequilíbrio, as 10 melhores ações (a coluna denominada "Top 1%") teriam gerado 2,76% do retorno total.

Se as 990 ações restantes não fizessem absolutamente nada — metaforicamente guardadas debaixo do colchão — o índice teria ganho 2,76% ao ano ao longo da década. Da mesma forma, a maior carteira de ações de 1.000 teria realizado um ganho anualizado de 7,48% de suas 100 melhores ações ("Top 10%").

É muito difícil encontrar ações que performam melhor na sua categoria. Argumentos como: caiu muito, conheço o dono, é dica de um guru do mercado e outras mais, na maioria das vezes irão te decepcionar.

O fluxo que define a performance de uma ação é comandado pelos grandes players, que só vão te falar depois que já compraram e jamais dizer quando irão vender. O uso da análise técnica pode ser muito melhor que qualquer um desse critérios.

Minha recomendação ao leitores é que ou comprem ETF do índice Ibovespa aqui no Brasil, ou invistam em fundo de ações. Quero lembrar que a grande maioria dos fundos não consegue bater o índice num prazo mais longo de 3 anos.

No post olhando-pelo-retrovisor, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Não há nada que eu possa acrescentar ao que foi dito anteriormente. Pode ser que o Ibovespa esteja buscando sair dessa confusão, para tanto, um fechamento acima de 121.500 seria um bom indicador, por outro lado, abaixo de 119.000 a correção poderia ter alguns lances em níveis inferiores” ...




A bolsa não conseguiu ainda se desvencilhar dos 119 mil, esse seria um lado decepcionante, mas observando com outra ótica, também não caiu para eliminarmos nosso call. No gráfico a seguir observo os principais níveis a serem observados.



Teria que refazer minha análise caso a bolsa retaria abaixo de 116.730, por outro lado, acima de 122 mil e principalmente 125.140 o horizonte fica mais claro para atingir o objetivo de 132 mil.

O que ocorre nos últimos dias denota nitidamente uma correção, o que é bom. As cartas estão na mesa. Let the Market speak!

Amanhã será publicado os dados de emprego dos EUA. A estimativa média é da ordem de 1,0 milhão de novos postos, porém existem alguns economistas que preveem até 1,3 milhão. Já a taxa de desemprego deve se situar em 5,8%. Sobre os salários se espera um zero a zero, embora tenha efeitos do calendário. Se saírem esses números, não será nada mal!

O SP500 fechou a 4.201, com alta de 0,81%; o USDBRL a R$ 5,2765, com queda de 1,43%; o EURUSD a 1,2062, com alta de 0,47%; e o ouro a U$ 1.814, com alta de 1,58%.

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