A emoção se sobrepõe a razão #Ibovespa

 

No último final de semana, participei da festa de noivado da minha enteada. Que festa! Nada poderia ter sido melhor: o local, o tempo, a comida e, principalmente, ter sua quase  totalidade de jovens. Pura energia! Como o desenrolar da festa e com o consumo de bebida non stop, num determinado momento observei o efeito do álcool. Ninguém passou mal, mas as declarações desses jovens (e nossas!) começaram a ultrapassar a realidade. Ouvi de tudo. Cheguei à seguinte conclusão: tudo que é dito, confirmado, ou concluído nessas horas não tem validade, no dia seguinte tudo volta ao normal.

O mesmo podemos dizer dos mercados— a única diferença é que, ao invés da bebida, o elemento que distorce o pensamento é a euforia ou o desalento. Ben Carlson postou, em seu blog A Wealth of Common Sense, alguns lembretes sobre o mercado de ações.

Ela se move rápido. ‎‎ Depois de atingir novas máximas históricas no primeiro dia de negociação de 2022, o S&P 500 passou a cair quase 13% durante o início de março. Essa correção de 8 semanas apagou mais da metade do retorno de 29% em 2021.‎

‎Apenas 3 semanas depois, o mercado saltou quase 11%. O S&P 500 agora caiu apenas 3% no ano.‎

‎O mercado de ações pode criar ou vaporizar ganhos com a maior rapidez.‎

‎O preço ‎‎sempre ‎‎muda a narrativa. ‎‎ Lembra-se do que todas as manchetes diziam há 3 semanas? Elas eram mais ou menos assim:‎

Bolsa cai com temores de que a guerra na Ucrânia tornará a inflação ainda pior do que já é

‎Agora as ‎‎manchetes‎‎ se parecem com isso:‎

Alta do mercado de ações ocorre porque os investidores percebem que ações são um hedge de inflação‎

‎O que mudou? O preço, é claro.‎

‎Quando os preços estavam caindo, era óbvio que a inflação era um grande risco e a guerra ia durar um longo período. Agora que os preços subiram, é óbvio que as ações podem fornecer um amortecedor contra a inflação, já que as corporações podem aumentar seus ganhos e a guerra pode terminar.‎

‎Se as ações caírem daqui, será óbvio em retrospectiva. Se voltarmos a novas máximas antes da Páscoa isso vai parecer óbvio também.‎

‎Os movimentos de preços têm um jeito engraçado de mudar as perspectivas dos investidores sobre os mercados.‎

‎O mercado nem sempre se importa com as manchetes. ‎‎ O mercado acionário antecipou o fim da guerra subindo 10% em três semanas? Espero que sim.‎

‎Mas mesmo que o mercado de ações tenha previsto nove das últimas cinco recessões e nem sempre acertasse tudo, ele também não se importa com as manchetes do dia.‎

‎No momento em que as notícias estão nas manchetes, o mercado de ações já as digeriu, seguiu em frente e está olhando à frente para o que vem a seguir.‎

‎Para o bem ou para o mal, o mercado de ações se esforça para antecipar o futuro.‎

‎Isso pode ser confuso para os investidores que estão tentando entender os movimentos do mercado com base nas notícias do dia.‎

‎É difícil ganhar do mercado. ‎‎ Presumi que 2021 seria um ano decente para os gestores ativos. Finalmente tivemos uma situação em que as ações de hiper crescimento supervalorizadas despencaram enquanto houve um renascimento para empresas de maior qualidade e menor valorização. O sonho de um selecionador de ações, certo?‎

‎Aparentemente, isso não importou.‎

‎De acordo com o último ‎‎relatório de benchmarking da SPIVA‎‎, 80% dos gestores de fundos ativos não conseguiram vencer o mercado em 2021. Os resultados a longo prazo são ainda piores:‎

‎Gestores profissionais de recursos recebem muito dinheiro para ganhar do mercado de ações. Nove em cada 10 não conseguem fazê-lo quando medidos ao longo de períodos de uma década.‎

‎É tentador tentar ser mais esperto que o mercado.‎

‎O que há de tão especial em um fundo de índice?‎

‎Não há nada de especial nos fundos de índice a não ser o fato de serem de baixo custo, eficientes em impostos e simplesmente corresponderem ao desempenho do mercado.‎

‎E superar o mercado de ações não é fácil.‎

‎Não é fácil escolher ações individuais. ‎‎ Sempre que compartilho números de desempenho para o mercado geral de ações no último ano, invariavelmente recebo feedback de investidores que me dizem que o mercado é muito pior sob a superfície.‎

‎"Sob a superfície" traduz-se vagamente como "as ações individuais que eu possuo estão sendo esmagadas."‎

‎E é verdade que há muitas ações que despencaram desde o início de 2021.‎

‎No último ano, a bolsa de valores dos EUA subiu mais de 13%. No entanto, nesse período, mais da metade de todas as ações da bolsa de valores dos EUA caíram 20% ou pior em relação às suas máximas de 52 semanas. Mais de um quarto de todas as ações caíram 40% ou pior em relação às máximas de 52 semanas.‎

‎Só este ano, 25% de todas as ações nos EUA caíram 20% ou pior e nem terminamos com o primeiro trimestre.‎

‎Uma maneira de olhar para esses números é reclamar das maiores ações que carregam o mercado nas costas.‎

‎Outra maneira de olhar para eles é perceber que escolher ações é muito difícil. Na maioria das vezes o mercado vai ser muito mais inteligente do que as ações que você escolheu.‎

‎Ninguém, e falo sério: ninguém consegue prever o que vai acontecer a curto prazo. ‎‎ O mercado de ações é impulsionado por alguma combinação de lucros corporativos, tendências, dados econômicos, fluxos de fundos, expectativas, ganância, medo, opiniões, análise, eventos geopolíticos e natureza humana.‎

‎Essas variáveis estão frequentemente em conflito entre si, especialmente no curto prazo.‎

‎Você poderia estimar todos os dados fundamentais e econômicos, mas mal perceber as expectativas incorporadas nesses dados. Ou você pode adivinhar a notícia em si, mas interpretar mal a reação a essa notícia. Ou acertar na mosca a posição do mercado, mas ver algo aparecer do nada que muda completamente o jogo.‎

‎Não conheço nenhum investidor que sobreviva nos mercados adivinhando o que vai acontecer a seguir.‎

‎Conheço muitos investidores que sobrevivem criando um processo baseado em regras que elimina a necessidade de adivinhar o que vai acontecer a seguir.‎

‎Sobrevivência é mais importante do que estar certo quando se trata de ganhar dinheiro a longo prazo.‎

Esse artigo não poderia estar em maior concordância com o Mosca. Ao usar análise técnica, o investidor deixa de buscar adivinhar o futuro e passa a agir de acordo com o mercado segundo as regras dessa técnica, e caso esteja errado, ou como sempre existe mais de um cenário, troca toda vez que os preços violam sua projeção.

Mesmo assim, a emoção sempre está presente, e às vezes (sempre!) tenta dar um bote na razão fazendo com que “o que você acha” seja mais importante “do que o você enxerga” no gráfico, ou até distorça sua análise. Muito cuidado com a emoção. Toda vez que você estiver muito otimista ou muito pessimista, recomendo que vá até o Shopping Center dar uma volta sem olhar para o celular.

No post o-bode-expiatorio, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” A boa notícia é que a bolsa brasileira completou 5 ondas, a má notícia é que uma retração é esperada em seguida. O Mosca vai aguardar essa retração e aí sim sugerir um trade de compra” ...


A bolsa brasileira ainda não atingiu o pico da onda 1 em verde. Nesse momento não temos o que fazer a não ser aguardar os próximos movimentos para configurar uma sugestão de trade. Entretanto, a situação atual é muito mais animadora da que vivemos desde junho do ano passado, quando não tínhamos nenhum argumento para nos posicionar.


O cenário internacional é muito favorável para o Brasil com a alta dos preços das commodities que devem prevalecer agora em outro patamar, permite uma visualização do Balanço de Pagamentos muito tranquilo. O maior obstáculo que vejo a frente seria a mudança de Presidente, ou talvez a continuação do Bolsonaro. Se for o Lula tem muita gente acreditando que vai voltar o “Lulinha paz e amor”, mas tenho minhas dúvidas. O caso Dallagnol, onde o ex-presidente entrou com uma ação no STF que originou uma multa de R$ 75 mil, demonstra que a raiva ainda impera. Não acredito que uma pessoa mude seu caráter. Pode ser que demore algum tempo, mas ela irá retornar as origens, embora não tenha nenhum sucessor.

Do ponto de vista técnico, a bolsa brasileira comporta qualquer cenário a frente, e com muitas incertezas em qual modelo ela se enquadra melhor, vamos agir de forma mais oportunística.

O SP500 fechou a 4.602, com queda de 0,63%; o USDBRL a R$ 4,7710, com alta de 0,33%; o EURUSD a 1,1558, com alta de 0,67%; e o ouro a U$ 1.933, com alta de 0,76%.

Fique ligado!

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