Século XXI: quebra de paradigmas #eurusd

 

Nós temos o privilégio de viver nesse século de transformações misturadas com situações primitivas, como a guerra da Rússia que volta aos tempos longínquos da conquista de terras. A pandemia também foi uma situação inédita para toda a população, que originou avanços na aera de ciências mas ocasionou a morte de mais de 6 milhões de pessoas. Uma crise financeira na década passada que se assemelhou às anteriores, porém com ações inéditas dos bancos centrais que levaram a um estoque substancial de títulos com juros negativos.

Mas hoje não quero comentar sobre o lado negativo e sim sobre os avanços tecnológicos que estamos vivendo, a Revolução Digital — termo criado pelo Mosca. A empresa Facebook, renomeada recentemente como Meta, investiu muitos recursos no Metaverso, o mundo virtual onde ela acredita que todos os habitantes, ou sua grande maioria, ficará flutuando entre esse mundo e o real. Tenho muitas dúvidas sobre essa ideia, mas pouco importa o que eu acho — afinal, eu apenas acho, e tem muita gente acreditando.

Essa empresa não poderia deixar de inovar no mundo real e para tanto decidiu enveredar no escritório à distância. O seu controverso CEO Mark Zuckerberg quase não vai a seu escritório e uma falha nos “metmates” de trabalho remoto pode ameaçar sua empresa, como relata Laura Forman em artigo no Wall Street Journal.

‎O Wall Street Journal informou na semana passada que a empresa anteriormente chamada Facebook está ‎‎levando o trabalho remoto "ao extremo"‎‎ entre suas fileiras seniores, com vários líderes planejando se mudar pelo mundo afora e outros, incluindo o diretor executivo ‎‎Mark Zuckerberg‎‎, planejando trabalhar por períodos significativos longe da sede da empresa no Vale do Silício.‎

‎A empresa disse em junho que daria à maioria de seus funcionários a opção de pedir ‎‎permissão para trabalhar fora do escritório.‎‎ A Meta diz que seu objetivo é ser "a empresa mais inclinada para o trabalho remoto" em sua escala e acredita que poderia ter dezenas de milhares de pessoas trabalhando remotamente no futuro.‎

‎A gigante imobiliária online Zillow Group foi excepcionalmente adiantada na adoção de uma opção permanente de trabalho fora de casa, anunciando em julho de 2020 — apenas alguns meses após a pandemia — que 90% de seus funcionários teriam a opção de continuar trabalhando em casa pelo menos indefinidamente. Sob seu novo "modelo de força de trabalho distribuída", a Zillow diz que agora tem funcionários espalhados por 49 estados americanos.‎

‎A Zillow é uma empresa muito menor do que a Meta, com uma força de trabalho doméstica em vez de global, mas suas primeiras lições sobre o trabalho remoto podem ser úteis para os investidores da Meta. Em uma entrevista, o diretor de pessoal Dan Spaulding disse que a decisão da Zillow de mudar para um modelo de força de trabalho mais flexível teve a ver com a atração e a retenção dos melhores talentos. Mesmo antes da pandemia, disse ele, pedir aos candidatos que desenraizassem suas famílias e se mudassem para Seattle, onde a Zillow está sediada, "estava se tornando uma proposta muito difícil", acrescentando que ele "não pode imaginar" ter de persuadir as pessoas a mudar de emprego e se mudar no mercado de trabalho atual.‎

‎A Zillow diz que teve um aumento superior a 58% nos candidatos no primeiro semestre de 2021 em comparação com o primeiro semestre de 2019, com a diversidade entre os candidatos aumentando também. Em pesquisas de 2021, a empresa diz que quase metade de seus novos contratados disseram que escolheram a Zillow por causa de sua "liberdade e flexibilidade".‎

Meta poderia usar um pouco desse impulso, especialmente no topo. Executivos seniores, incluindo o ‎‎chefe de comunicações,‎‎ o ‎‎chefe global de publicidade,‎‎ o ‎‎chefe de seu aplicativo no Facebook,‎‎ o co-criador de sua moeda digital, o vice-presidente de realidade virtual, o vice-presidente de conteúdo de realidade aumentada e virtual, e seu diretor de criação, entre outros, deixaram a empresa nos últimos 15 meses. As ações da Meta — um elemento-chave do pagamento dos executivos — parecem muito menos atraentes nos dias de hoje, com uma queda de 40% esse ano, apagando cerca de US$ 300 bilhões em valor de mercado.‎

‎Mas o Sr. Spaulding chamou o ritmo mais rápido permitido pelo trabalho remoto tanto uma vantagem como uma desvantagem. Ele disse que isso permitiu que a Zillow se movesse rapidamente na redução de seu negócio de iBuying. Seu rápido procrsso de saída no ano passado levou a centenas de milhões em reduções de estoque em um único trimestre. O Sr. Spaulding disse que não sabia, porém, se ‎‎o fim do iBuying‎‎ poderia ter sido evitado com uma força de trabalho mais centralizada.‎

‎A Meta diz que ainda é muito cedo para compartilhar dados sobre quantos de seus funcionários optaram por seguir o trabalho remoto como opção, mas disse que 2022 será "um ano de aprendizado". Uma empresa há muito conhecida por seu mantra, "mova-se rápido e quebre coisas", agora está ‎‎sob pressão‎‎ para fazer progressos rápidos enquanto trabalha para expandir suas raízes nas mídias sociais no chamado "metaverso", um ‎‎espaço altamente competitivo‎‎ que conta ‎‎com a Microsoft‎‎ e ‎‎a Nvidia‎‎ como ‎‎concorrentes.‎

‎Em uma entrevista para o podcast de Tim Ferriss, divulgada na semana passada, Zuckerberg chamou "a ascensão do trabalho distribuído" como talvez a tendência social mais significativa que ele está vendo agora. Ele também discutiu valores fundamentais para sua empresa ao longo dos anos, como usar as mesmas coisas que você está construindo para feedback rápido. Mover-se rápido, disse ele, é a chave para aprender; mas implícita nisso está a tolerância a "uma certa quantidade de pepinos".‎

‎Esses pepinos às vezes machucam.Para avaliar a promessa de trabalho remoto, Ben Waber, presidente e co-fundador da empresa de análise de local de trabalho Humanyze, analisou o desempenho global na pandemia das empresas de videogame de capital aberto — uma indústria que ele imaginou ser um "caso de teste ideal" para o sucesso em uma força de trabalho totalmente distribuída, dada sua popularidade pandêmica e sua produção de bens quase exclusivamente digitais, Como a Meta. No final, ele e Zanele Munyikwa, um estudante de doutorado na MIT Sloan School of Management, encontraram empresas públicas de videogames que se mudaram para o trabalho remoto durante a pandemia relataram 4,4 vezes mais atrasos do que antes da pandemia, enquanto aquelas que não mudaram para o trabalho remoto relataram cerca de metade dos atrasos em comparação com antes da pandemia.‎

‎"Agora, ninguém pode alegar que sabe o que está fazendo", disse ele sobre os arranjos de local de trabalho pós pandemia nesta fase. "Para a Meta, se eles estão sendo honestos, é uma hipótese."‎

‎É uma hipótese de importância particularmente elevada para uma empresa que agora está pedindo aos investidores que invistam na construção de um ambiente virtual onde espera que o mundo não só jogue e se comunique, mas também trabalhe. Nesse sentido, a aposta da Meta no trabalho remoto é uma prova de conceito crítica.‎

Eu tenho um ponto de vista que ainda precisa ser testado. Essa ideia é que muitos trabalhos serão executados remotamente com impacto no ecossistema das grandes metrópoles. A pandemia abriu essa possibilidade de forma impressionante, as empresas se adaptaram da noite para o dia a esse novo ambiente sem muito esforço.

Eu sei de todos os benefícios de um trabalho no escritório, e sem dúvida alguma a presença física é imprescindível, mas os benefícios de trabalhar de casa são inúmeros.

Me recordo que no início de minha carreira ficava impressionado como os profissionais americanos mudavam de residência por conta do trabalho. Esse movimento tem uma série de desvantagens para essa pessoa: tem que se afastar de sua família, cria um problema para sua esposa e filhos, há o custo de deslocamento e sua vida social fica comprometida. Hoje em dia, não vejo por que um executivo de elevada competência se sujeitaria a isso. Isso sem falar em mudanças de país.

A Meta está apostando que terá acesso a um mercado de trabalho que não tinha até agora, buscando profissionais em qualquer lugar do mundo sem ter os enormes custos citados acima além de uma política de pessoal muito mais flexível. Hoje em dia, o mercado americano está em pleno emprego, deve ser caro e difícil achar um profissiona; agora, olhando para o mundo essa empresa poderá contratar aqui no Brasi,l onde a taxa de desemprego é elevada, pagar em reais e diminuir seu imobilizado relativo aos escritórios.

Naturalmente, corre mais riscos, porém os resultados na época de pandemia lhe dão mais segurança nesse sentido. A grande verdade é que tudo isso só é possível por vivermos na Revolução Digital. Podem esperar muitas outras quebras de paradigma.

No post chuva-de-toalhas fiz os seguintes comentários sobre o euro: ... “Do ponto de vista técnico, não existe ainda nenhuma indicação que o movimento de queda tenha terminado, sendo assim ficam as seguintes observações:

- Alternativa de alta: não poderia violar o nível de € 1,0804 e precisaria subir e romper a linha branca e ultrapassar € 1,1278.

- Alternativa de baixa: Para que possa embarcar numa continuidade da tendência de baixa é imperativo que o nível de € 1,0635 seja rompido” ...

Desde a última publicação, 2 semanas atrás, o euro se encontra no mesmo nível não ocorrendo nenhuma violação dos parâmetros mencionados acima. A visão de mais longo prazo aponta para níveis ainda mais baixos, embora no curto prazo poderá haver alguma recuperação. A situação da Europa, desde a implantação da moeda única vem se complicando, onde os países tentam conviver com uma moeda que deveria ter cotações diferentes para cada um deles – Alemanha mais valorizada e Club Med mais desvalorizada. Acaba ficando num valor intermediário criando distorções. A guerra com a Rússia complica ainda mais a situação e se existe algo de positivo foi a maior união entre eles, mas muito pouco para resolver um problema tão estrutural.

O SP500 fechou a 4.530, com queda de 1,57%; o USDBRL a R$ 4,7390, com queda de 0,67%; o EURUSD a € 1,1067, com queda de 0,82%; e o ouro a U$ 1.937, com alta de 0,22%.

Fique ligado!

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