Guerra sem armas #usdbrl
Enquanto a guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua sem um
término aparente, a Rússia comprou uma briga com o resto do mundo que tem, e
terá, consequências muito elevadas para sua população. Diariamente, dezenas de
empresas anunciam o encerramento de seus negócios com aquele país. Como são
produtos e serviços dos mais variados, como irão substituir? Vão pagar em
rublos? Tenho quase certeza de que a China não quer essa batata quente no seu
colo.
Mas outra arma pode ser usada, onde a Rússia possui uma
certa tecnologia: os ciberataques, não tem resistência de seus adversários que
buscam somente se proteger – pelos menos é o que acontece até hoje. O Banco
Goldman Sachs elaborou um relatório contendo informações nesse campo.
- A invasão russa da Ucrânia levou as tensões com o
Ocidente a níveis extremos. Se o conflito se intensificar ainda mais,
ambos os lados poderiam recorrer à atividade cibernética maliciosa, que
tem o potencial de infligir custos econômicos e sociais significativos,
evitando o risco de conflitos militares diretos.
- Pesquisadores atribuem à Rússia quase dois terços dos ataques cibernéticos estatais nos últimos anos. Os ataques cibernéticos já fazem parte da atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e incluíram ataques da Rússia a instituições financeiras ucranianas e sites do governo.
- Os EUA são menos vulneráveis a ataques cibernéticos do
que a maioria dos países porque investe mais em cibersegurança e tem
requisitos regulatórios mais rigorosos, especialmente no setor financeiro.
De fato, uma medida das Nações Unidas de compromisso com a segurança
cibernética classifica os EUA em primeiro lugar. No entanto, o alto grau
de dependência dos EUA em tecnologia digital aumenta as oportunidades para
ataques cibernéticos disruptivos, e especialistas dizem que seria difícil
ou impossível se defender totalmente contra uma escalada extrema de
ataques cibernéticos.
- Ataques cibernéticos maliciosos fazem cerca de US$ 1
trilhão em danos globais por ano. Embora nenhum ataque cibernético
individual tenha tido um grande impacto macroeconômico nos EUA, os ataques
cibernéticos impuseram grandes custos a outros países. Estima-se que o
ataque individual mais destrutivo até o momento, o ataque NotPetya de 2017
dirigido à Ucrânia, tenha infligido mais de US $ 10 bilhões em danos -
pouco mais de 10% do PIB da Ucrânia na época.
- Duas
novas peças destrutivas de malware foram implantadas contra organizações
na Ucrânia desde pouco antes da invasão.
Esse malware ainda não foi ligado a nenhum invasor, mas os EUA
recentemente atribuíram alguns ataques de negação de serviço à comunidade
de inteligência russa, incluindo ataques que atingiram os sites do
Ministério da Defesa ucraniano e duas das maiores instituições financeiras
do país. A polícia cibernética ucraniana sugeriu que esses ataques
estavam ligados a mensagens de texto de spam em massa enviadas a cidadãos
ucranianos alegando que os caixas eletrônicos não estavam funcionando.
- De forma mais ampla, dados de alta frequência apontam para uma captação de ataques de negação de serviço na Rússia e na Ucrânia.
- Ataques cibernéticos anteriores realizados por atores estatais têm sido usados principalmente para coleta de informações, não para destruição de equipamentos ou dados. Isso dificulta a estimativa do impacto potencial de uma guerra cibernética entre os governos. Alguns estudos tentaram modelar os potenciais custos econômicos de ataques cibernéticos improváveis, mas tecnologicamente possíveis, na infraestrutura crítica dos EUA. Um estudo do Fed de NY estima que um ataque bem-sucedido a um dos maiores bancos dos EUA poderia interromper 5%-35% dos pagamentos diários, e um estudo do Lloyds estima que um ataque extremo à rede elétrica do Nordeste dos EUA poderia causar danos econômicos de US$ 250 bilhões a US$ 1 trilhão.
Como podem notar pelo relatório os cybers ataque podem ter duas finalidades nessa guerra: militares onde hackers objetivam empresas de serviços básicos tais como: luz, água, bancos com o intuito de desestabilizar a economia; ou financeiros cujo objetivo e obrigar empresas a fazerem depósitos milionários para que seu sistemas voltem a funcionar novamente.
Essa área não depende de exércitos
nem tampouco armas e logística para deslocamentos e principalmente não mata
ninguém, pelo mesmo não diretamente. É muito mais barato sua execução. A única
coisa necessária são pessoas especializadas nesse setor que mesmo sendo
“capturados” não são presos. Esse é um subproduto da tecnologia que irá gerar
bilhões de investimento contra esse tipo de ataque.
No post como-não-morrer-na-praia, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “ O dólar continua caindo sem que haja qualquer respiro nas cotações, deixando cada vez mais vulnerável o cenário que que trabalho. No gráfico a seguir, aponto os limites onde a queda deveria reverter. Esses níveis estão suficientemente próximos do patamar que denominei de stop loss” ... ... “ frisei diversas vezes que os dois cenários em que estou trabalhando tem conclusões distintas: o atual com alta para o dólar e o alternativo de queda” ...
O interessante que no quadro mundial atual ao invés do real se desvalorizar de forma expressiva como vem acontecendo com algumas moedas de países emergentes está se valorizando.
Sem dúvida essa alta terá impacto em nossa balança comercial e como contrapartida na balança de pagamentos. Pelo menos uma boa notícia dentro de tantas ruins!
O SP500 fechou a 4.201, com queda de 2,95%; o USDBRL a R$ 5,1072,
com alta de 0,87%; o EURUSD a € 1,861, com queda de 0,60%; e o ouro a
U$ 1.996, com alta de 1,44%.
Fique ligado!
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