Os fora da curva #usdbrl
Elon Musk, o homem mais rico do planeta – segundo os dados
disponíveis, pensa e age muito diferente de pessoas normais. É difícil julgar
suas atitudes, e a pesquisa feita com sete mil proprietários de carros Tesla
por Tom Randall e outros na Bloomberg mostra essa dicotomia. Um critério que
acredito ser o mais realista é o de suas criações, ou seja, se é um empresário
bem-sucedido ou não — caso contrário seria classificado como cientista.
A Tesla se juntou às fileiras de montadoras adultas há cinco
anos, aumentando a produção de seu carro elétrico Model 3 para mais de 5.000
carros por semana. Foi um avanço para a Tesla e o início de uma nova fase para
a indústria automobilística. "Acho que acabamos de nos tornar uma
verdadeira empresa de carros", escreveu o CEO Elon Musk a seus
funcionários na época.
Logo depois, a Bloomberg se propôs a determinar se esses
primeiros EVs produzidos em massa faziam jus à euforia. Mais de 7.000
proprietários verificados do Model 3 completaram nossa pesquisa
abrangente do veículo e da experiência de possuir um. Uma conclusão fundamental
foi inequívoca: a Tesla havia criado um matador dos carros a combustão interna. Os proprietários
creditaram Musk por ter conseguido o impossível.
De lá para cá, muita coisa mudou. A Tesla é agora de longe a
montadora mais valiosa do mundo, e Musk seu habitante mais rico e provocador. A
Bloomberg se reconectou com milhares dos respondentes da pesquisa original -
que juntos colocaram 100 milhões de milhas em seus Teslas - para ver como a
primeira classe de EVs de alto volume se sustenta.
Mais uma vez, um único resultado da pesquisa se destacou.
Desta vez, teve a ver com o homem e não com o automóvel.
Musk levou o maior golpe
De modo significativo, os primeiros compradores mais
fervorosos da Tesla estão de mal com o patrão. De dezenas de perguntas
repetidas textualmente de nossa pesquisa de 2019, a mudança de opinião mais
acentuada foi a queda na aprovação de Musk. No total, a pesquisa de
acompanhamento fez mais de 130 perguntas; as pontuações mais baixas foram para
a aquisição do Twitter por Musk em 2022 - que ele rebatizou de X
- e para os tuítes divisivos que se seguiram.
Os comentários da pesquisa foram intensos e muitos pareciam
conflitantes. A maioria esmagadora dos proprietários do Model 3 ainda amavam
seus carros e tinham muito a dizer sobre a tecnologia da Tesla, que cobrimos
extensivamente nesta apresentação em três partes dos resultados. A maioria dos
proprietários planejava ficar com a marca. Mas eles também relataram sentir um
sentimento de traição quando Musk escolheu brigas
políticas online, minimizou as
potenciais consequências das mudanças climáticas e apoiou figuras
e ideias controversas.
Eu amo os veículos, mas não
quero apoiar alguém que é tão ácido e tem uma opinião tão baixa sobre as mesmas
pessoas que fizeram da Tesla um sucesso.
Para colocar isso em termos com os quais muitos
proprietários da Tesla se relacionarão, os entrevistados classificaram Musk abaixo
da linha telefônica de atendimento ao cliente da Tesla, notoriamente indisponível.
Agora, a Tesla é uma força na fabricação global de alto
volume. O Model 3 passou por inúmeras melhorias, e os
preparativos estão em andamento para uma atualização significativa. Mas os
primeiros usuários ainda adoram o original. Quando solicitados a comparar seus
veículos hoje com os anteriores que possuíram ou dirigiram, o nível de
satisfação relatado deixa pouco espaço para melhorias.
O carro elétrico que mudou o mundo
Os primeiros usuários do Model 3 comparam sua experiência
com os carros anteriores que possuíam
Os elogios quase universais ao Model 3 tornam as críticas dos proprietários a Musk ainda mais duras. Grande parte do azedume tem a ver com a aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões, o serviço de mídia social que Musk usa obsessivamente. No período que antecedeu o avanço da produção da Tesla em 2018, Musk às vezes podia ser encontrado sentado no chão de seu escritório entre reuniões, revendo tuítes com previsões de seu fracasso num momento em que pareciam precariamente próximos da realidade, de acordo com entrevistas com seus colegas da época.
"Eu fiz a suposição equivocada", disse ele em uma entrevista à Bloomberg Businessweek em 2018, "de
pensar que porque alguém está no Twitter e está me atacando, abriu atemporada de
caça. Esse é o meu erro. Vou corrigir."
Musk acabou não cumprindo essa promessa. Na época, ele
chamou a plataforma de "zona de guerra dos memes". Agora, ele é o dono do campo de
batalha.
O problema de Musk no Twitter
Donos da Tesla não gostam da persona do CEO
Musk tem um grau incomum de influência sobre os clientes da Tesla. Parte da razão para isso, de acordo com alguns respondentes da pesquisa, foi um senso de missão compartilhada – ou seja, a disseminação de energia limpa e carros movidos a bateria que priorizam a segurança e o desempenho. Em nossa pesquisa de 2019, mais da metade dos compradores do Model 3 disseram que sua opinião sobre Musk influenciou sua compra. Eles ficaram com ele em escândalos anteriores e arriscaram com os carros dele quando eles ainda não tinham sido comprovados.
Uma coisa que não mudou muito desde 2019 é a convicção dos proprietários do Model 3 de nunca mais querer outro carro movido a gasolina. Entre os proprietários que planejavam comprar um veículo novo para sua casa nos próximos anos, 96% das opções consideradas eram elétricas.
As opiniões sobre a empresa Tesla caíram dos níveis extremos
de apoio em 2019, mas permanecem altas. O senso de comunidade entre os proprietários
também caiu, o que pode ser inevitável à medida que a montadora cresce. Na
época da pesquisa anterior, alguns proprietários relatavam que sempre faziam um
aceno amigável quando viam outro Tesla na estrada, e conversas com estranhos nos
postos Supercharger eram comuns.
As opiniões sobre Musk são piores entre as pessoas que acompanham suas declarações públicas de perto, e piores ainda entre os democratas. Para os americanos que votaram em Donald Trump nas eleições de 2020, as opiniões de Musk se inverteram, com um índice de favorabilidade de 4,44, contra 2,59 dos eleitores de Biden. Mesmo os eleitores de Trump, no entanto, não ficaram entusiasmados com a tomada do Twitter (3,66).
A maioria dos proprietários do Model 3 disse que as
declarações públicas de Musk prejudicavam a marca e dificultavam a missão da
Tesla. Seus apoiadores, outrora fervorosos, estavam divididos sobre se ele
continua sendo um modelo positivo para outros líderes empresariais.
“Sinto que meu interesse original na Tesla foi parcialmente
construído sobre minha confiança e interesse nele, e agora meu interesse
contínuo na Tesla sobrevive apesar dele.”
No meu ponto de vista, se ele não tivesse se envolvido com o Twitter —X agora! —sua imagem seria imbatível, pois é impressionante como os proprietários do Tesla amam seu carro. Não se pode esquecer que eles praticamente serviram como cobaias. Mas se não fosse o Twitter, que outro “brinquedinho” ele teria escolhido?
Para quem é empreendedor. como é seu caso. seu interesse
pela Tesla deve ser baixo — já virou uma companhia com muita burocracia para
seu gosto. Notem que ultimamente ele quase não comenta sobre a empresa, com
exceção de um artigo do Wall Street Journal elaborado por Tim Higgins, onde
alerta para a falta de energia ocasionada pelo aumento exponencial dos carros
elétricos.
Nos últimos dias, ele reiterou essas preocupações, prevendo
que o consumo de eletricidade nos EUA, impulsionado em parte por veículos
movidos a bateria, triplicará por volta de 2045. Isso se seguiu à sua
declaração no início deste mês de que ele prevê uma escassez de eletricidade em
dois anos que poderia prejudicar o desenvolvimento faminto de energia da
inteligência artificial.
A indústria de energia dos EUA nos últimos anos já teve
de lutar algumas vezes para acompanhar a demanda, recorrendo a ameaças de
apagões em meio a ondas de calor e outros picos de demanda. Essas tensões
abalaram uma indústria que passa por uma reviravolta à medida que usinas
antigas e poluentes estão sendo substituídas por energia renovável. As
concessionárias estão gastando muito para reequipar seus sistemas para serem
mais verdes e torná-los mais resilientes. A Deloitte estima que as maiores
empresas elétricas dos EUA juntas gastarão até US$ 1,8 trilhão até 2030 nesses
esforços.
O sucesso da Tesla ajudou os veículos elétricos a
representarem 21% dos emplacamentos de veículos novos no estado até o primeiro
semestre deste ano, um aumento de apenas 5,2% em todo o ano de 2019.
Nacionalmente, os EVs ainda não conquistaram
participação de mercado como na Califórnia, mas as vendas estão crescendo.
Musk prevê que metade de todos os novos veículos vendidos globalmente até 2030
serão elétricos.
Que os veículos elétricos tendem a dominar, parece que não
se tem mais dúvidas. Por todos os lados que se enxerga, vai ganhar a
preferência das pessoas, ainda mais dos jovens. A necessidade de energia é um
fato: se não houver investimentos suficientes nessa área, é possível imaginar
filas de carros parados por falta de energia — cena que foi vista no passado
por falta de combustível.
Um país que vem ganhando espaço nesse segmento é a China,
cuja poluição nas grandes cidades motivou a instalação de fábricas para
produção de carros elétricos – este final de semana estava exposto no shopping
center perto da minha casa uma marca que nem consigo pronunciar, muito menos me
lembrar, mas o carro impressiona. Enquanto os produtores de veículos estavam
titubeando na inclusão de carros elétricos, os chineses parecem estar assumindo
a dianteira — basta ver o seu volume de exportações.
Energia parece que é a bola da vez. Para um setor “sem graça”, sua demanda deverá subir em vários campos: criptomoedas (pode ser); inteligência artificial, aquecimento global, carros elétricos. Será que seremos submetidos a racionamento no futuro?
Mas o assunto principal: como classificar Elon Musk? Temos o
direito de opinar sobre seus movimentos ou ele enxerga coisas que nós, seres
comuns, não enxergamos? Em todo caso, como a pesquisa mostrou, a compra do X
não ajudou na sua imagem mais recente.
No post efeitos-retardados-das-drogas fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ... “ A fraqueza do
dólar continua, não foi suficiente para mudar o curso de baixa que continua de
forma letárgica. Hoje pela manhã ocorreu alguma negociação ao redor de R$ 4,69
razão do registro no gráfico, embora numa janela menor não apareça; desta
forma, o objetivo desse patamar parece ser o próximo ponto a ser atingindo” ...
Na semana passada, expus um cenário que vislumbra níveis bem mais baixos para o dólar, embora não seja meu panorama principal. Ainda trabalho com alta do dólar. Antes que meu amigo se manifeste, vou apontar mais adiante minhas razões. Mas não estou aqui para defender uma ideia, e sim o bolso dos leitores. No curto prazo, não posso ter muita esperança de que o movimento se alterou de baixa para alta, apenas um indicador técnico, o que é pouco (retas em vermelho). Preciso das 5 ondas, e por enquanto nada!
O que me leva acreditar na alta? Se estivéssemos num movimento de baixa de dólar, seria de se supor que um movimento direcional tivesse ocorrido na área destacada pela elipse. Eu teria que fazer algumas modificações na onda IV em verde, e pronto. Mas a única forma de classificar é como uma correção e, sendo assim, em algum momento a alta do dólar deveria ganhar força. Agora, que a onda (2) em azul está demorando de terminar é incontestável, o que deixa o cenário de alta questionável – poderia classificar de outra forma as ondas (1) e (2) em azul, mas mesmo assim uma alta, talvez de menor magnitude deveria ocorrer.
O SP500 fechou a 4.589, com alta de 0,15%; o USDBRL a R$ 4,7290, sem variação; o EURUSD a € 1,0993, com queda de 0,20%; e o ouro a U$ 1.965, com alta de 0,32%.
Fique ligado!
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