A estratégia do terno #nasdaq100
A China está vivendo alguns problemas no curto prazo – ou
talvez longo. Seu governo planejou o crescimento com um modelo que parece estar
se exaurindo; só exportar produtos não está mais funcionando por dois motivos: o
país se tornou uma ameaça para a segurança, segundo os países ocidentais, que
acabaram decidindo não deixar suas fábricas lá; a demanda interna que poderia
sustentar a economia chinesa nessa situação não dá mostras de ocorrer.
Ao comparar dados macroeconômicos entre a China e os
principais países ocidentais e mesmo do mundo, fica clara a tendencia por
investimentos em vez de consumo.
É visível que, sendo assim, está buscando novos caminhos com alianças principalmente na Ásia e um interesse marginal e oportunista na América Latina. Quem não perceber isso vai se frustrar. Mais recentemente, o presidente Lula foi à China acreditando que pudesse levar dólares (yuans?) para casa em grandes investimentos industriais, mas não foi bem isso que a China queria, como Sudhi Ranjan Sem e outros comentam na Bloomberg.
Índia e Brasil
estão rechaçando uma tentativa chinesa de expandir rapidamente o grupo de mercados emergentes Brics para
aumentar sua influência política e combater os EUA, disseram
autoridades com conhecimento do assunto.
Os países levantaram objeções em negociações preparatórias
para uma cúpula em Joanesburgo no próximo mês, onde Brasil, Rússia,
Índia, China
e África do Sul discutirão a potencial expansão do grupo para incluir Indonésia e Arábia
Saudita.
A China pressionou repetidamente pela expansão durante essas reuniões, disseram
as autoridades, que pediram para não serem identificadas, já que as discussões
são privadas.
Dezenas de outras nações também estão clamando para se
juntar à aliança, alimentando preocupações ocidentais de que o grupo esteja se
movendo para se tornar um contrapeso a Washington e à União
Europeia.
O Brasil quer evitar a expansão em parte por causa dessas
preocupações, enquanto a Índia quer regras rígidas sobre como e quando outras
nações poderiam se aproximar do grupo, sem expandi-lo formalmente. Qualquer
decisão exigirá consenso entre os membros que se reunirão de 22 a 24 de agosto.
Índia e Brasil querem usar a cúpula para discutir a
possibilidade de trazer mais países com status de observadores, disseram as
autoridades. A África do Sul apoia a discussão de diferentes opções de adesão
para acomodar isso, mas não necessariamente se opõe à expansão, disseram duas
das autoridades.
"A reunião de líderes do Brics no ano passado autorizou
a expansão do número de membros, adicionar mais membros ao Brics é o consenso
político dos cinco países do Brics", disse o Ministério das Relações
Exteriores da China em resposta à Bloomberg.
Leia mais: Como
os BRICS se tornaram um verdadeiro clube e por que os outros querem entrar:
QuickTake
O encontro tem como objetivo mostrar os alvos do bloco para
se estabelecer como uma força política e econômica séria. O grupo já discutiu o
potencial estabelecimento de uma moeda comum, embora não se espere um progresso
significativo em direção a esse objetivo.
A cúpula ocorre em um momento de aumento das tensões entre Washington e Pequim, e depois que a África do Sul se
preocupou com a presença do presidente russo, Vladimir Putin. Ele participará
virtualmente para que a África do Sul não precise executar um mandado de prisão
do Tribunal Penal Internacional para ele.
Os membros do Brics se recusaram a se juntar ao Grupo dos
Sete para culpar e sancionar a Rússia por sua invasão da Ucrânia, embora o
Novo Banco de Desenvolvimento iniciado pelos Brics tenha congelado projetos
russos e Moscou não tenha conseguido acessar dólares por meio do sistema de
moeda estrangeira compartilhada do bloco.
A Rússia não mantém uma posição firme sobre a expansão do
Brics, disse Fyodor Lukyanov, chefe do Conselho de Política Externa e de
Defesa, que assessora o Kremlin.
"Somos amplamente a favor da expansão dos Brics, mas
sem grande entusiasmo. Estamos seguindo o exemplo dos outros. Não vamos
bloquear nenhuma decisão."
Formado oficialmente entre 2009 e 2010, o bloco tem lutado
para ter o tipo de influência geopolítica que corresponda ao seu alcance
econômico coletivo. Os atuais membros do BRICS representam mais de 42% da
população mundial e respondem por 23% do produto interno bruto global e 18% do
comércio.
Economias de todas as regiões estão se alinhando para se
juntar aos BRICS
Estatuto de membro para economias distintas
O projeto de regras para admissão no grupo foi elaborado
após a oposição da Índia ao impulso da China para a expansão, disseram duas
autoridades indianas. As diretrizes devem ser discutidas e adotadas durante a
cúpula dos líderes no próximo mês, disseram as autoridades.
A Índia defendeu a ideia de que os países do Brics devem
olhar para economias emergentes, bem como democracias como Argentina e Nigéria, se quiserem expandir o grupo, em vez da
Arábia Saudita, com seu governo dinástico e autocrático, disse uma das
autoridades.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, discutiu
questões com a possível admissão da Arábia Saudita com o príncipe herdeiro do
reino, Mohammad bin Salman, no mês passado, disse a autoridade. O Ministério
das Relações Exteriores da Índia não comentou. O governo da Arábia Saudita não
respondeu a pedidos de comentários.
A adesão aos Brics reforçaria as tentativas do príncipe
herdeiro Mohammed de diversificar a economia de seu país, um esforço que o
aproximou da Rússia e da China nos últimos anos. A China é o principal cliente
de petróleo do reino, enquanto depende das relações com a Rússia para a aliança
Opep+.
"Os sauditas estão tendo seu momento asiático
agora", disse o analista saudita Salman Al-Ansari, que disse que o
comércio bilateral deve crescer exponencialmente.
O Brasil está trabalhando discretamente para evitar o
confronto direto no bloco dos Brics e resistir à pressão da China para torná-lo
um órgão antagônico que desafia o G7, disse uma autoridade brasileira. A China
reiterou o pedido de expansão em todas as reuniões preparatórias, incluindo
duas na semana passada, que ocorreram virtualmente, disse o funcionário.
A proposta do Brasil é criar as categorias
"observador" e "país parceiro". Novas nações passariam
primeiro por essas categorias antes de serem consideradas para promoção a
membros, disse o funcionário, acrescentando que o Brasil apoiaria a Indonésia
no início do processo.
Vale a pena visitar como a ideia desse grupo foi criada:
BRIC é um acrônimo para Brasil, Rússia, Índia e China. A economia do BRIC era
vista como emergentes potencias. Foi Jim O´Neill, executivo da Goldman Sachs
que introduziu essa ideia em 2001 num documento “Building Better Global
Economic BRICs.
O artigo de O'Neill atraiu muita atenção de economistas e investidores.
O documento enfocou a crescente importância dessas economias de mercado
emergentes. Brasil, Rússia, Índia e China, observou ele, eram, em algumas
medidas, mais saudáveis do que as nações do G7 e era de se esperar que suas
economias crescessem mais rapidamente do que as do G7. Ele limitou suas
previsões aos anos de 2001 e 2002, mas concluiu que "um ambiente mais
saudável para os BRICS provavelmente permanecerá" ao longo da década.
Após a crise financeira de 2008-2009, as fortunas econômicas
e políticas das Quatro Grandes começaram a divergir, e apenas a Índia e a China
agora parecem ter atendido às expectativas.
Foi o “Sonho de uma noite de Verão” que não se desenrolou
como incialmente imaginado. Mas naquela época, esse documento foi um sucesso que
acabou gerando esse grupo em 2010 com a inclusão da África do Sul.
É notória a diferença entre esses países desde aquele
momento e que em nada se assemelha à ideia original de todos virarem potências e
não apenas dois. É esperado também que o líder seja a China pela própria
dimensão e importância em termos globais. Até mais recentemente, a China tinha
interesses no grupo apenas protocolares.
Com a eclosão da tendência dos países ocidentais em isolar a
China como comentado acima, calculo que ela quis aproveitar esse grupo para
expandir sua abrangência, mais ou menos como você pegar aquele terno caríssimo
e reformar para usar numa festa. Porque não usar para isso o Brics, que já
existe como ponto de partida?
Nada mais evidente do que a ilustração a seguir para saber
como a China está direcionando seus investimentos desde 2016. Não precisa
conhecer geopolítica para entender a razão da inclusão dos países da Ásia e
Oriente Médio, além de notar a pequena importância da América Latina.
As regras para elevar o número de participantes é por maioria, e dos cinco membros, pelo que traz esse artigo, já há dois membros contra: Brasil e Índia; sendo assim, é possível que sejam incluídos esses outros países. E se não conseguirem? Como no caso do terno, as vezes é melhor comprar um novo.
No post oportunista fiz os seguintes comentários
sobre a nasdaq100: ... “No gráfico abaixo
denotei com o retângulo a área esperada para a queda que está em curso. Vou
pretender entrar nos mercados quando terminar a onda 4” ...
Passado uma semana não podemos confirmar que a onda 4 (verde) está em andamento, ou como tinha comentado no SP500, a onda 3 (verde) vai terminar um pouco mais a frente como indicado com o símbolo verde.
Nós não estamos aqui para adivinhar o que vai acontecer, dessa forma marquei quais os níveis em que essa dúvida pode ser resolvida: Acima de 15.932 a onda 3 (verde) ainda estará em andamento e abaixo de 15.374 é bem provável que a onda 4 (verde) está em formação. Só nos resta esperar. A onda 3 no caso da extensão deveria terminar entre 16.450/16.580, uma alta de aproximadamente 5% do nível atual. Compensa o risco?
O SP500 fechou a 4.582, com alta de 0,99%; o USDBRL a R$ 4,7291, com queda de 0,28%; o EURUSD a € 1,1016, com alta de 0,39%; e o ouro a U$ 1.958, com alta de 0,70%.
Fique ligado!
Muito bom seus artigos. Vc me foi indicado por https://twitter.com/SMgestor - Abraço
ResponderExcluirSe você segue meu amigo "Sergão" está em ótimas mãos. Gosto muito de seu trabalho e da forma como administra seu fundo.
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