Tempos Modernos I


Como seria o filme Tempos Modernos se Charles Chaplin vivesse nos dias de hoje? O brilhante ator refere-se a uma crítica ao modernismo e ao capitalismo representado através da industrialização, onde o operário robotiza-se a uma rotina baseada na incansável linha de montagem de uma indústria.

As grandes empresas dos países desenvolvidos, já há algum tempo, terceirizaram suas indústrias. Hoje suas economias, em sua maioria, estão no setor de serviços. Assim Tempos Modernos I, deveria ter um funcionário monitorando uma série de telas de controle e ao mesmo tempo grudado em seu Blackberry, respondendo emails até altas horas da noite. Em sua família cada um por si, a mulher no trabalho também sob tensão, os filhos na busca do prazer infinito e imediato, se perdem no mundo das drogas e bebidas. Seria assim? Não parece nada recompensador a busca incessante por riqueza!

Depois desta divagação, quero chamar a atenção para algo que não deve ser novidade, mas a sua quantificação implica em mudanças importantes nos padrões de consumo atuais. O Wall Srteet Journal publicou um artigo onde mostra como as despesas com celulares estão comprometendo o orçamento familiar americano, e porque não, o nosso também. Vejam a seguir os ajustes que vem se realizando nos vários setores.


Os gastos com serviços telefônicos vêm crescendo sistematicamente á uma taxa de 10% a.a., nos últimos 4 anos, em detrimento da compra de automóveis, roupas, diversão e restaurantes. Ultimamente, quando vou a um restaurante, observo que a grande maioria dos jovens ficam de cabeça abaixada, digitando freneticamente em seu smart fone, não é legal!

Está mudança de atitude tem um impacto social mais prejudicial. No meu ponto de vista, os jovens estão cada vez mais sozinhos, pois quando trocam mensagens entre si, evitam o contato pessoal, e quando estão em grupo bebem descabidamente, é claro que existem exceções, mas são exceções.

Já li vários artigos defendendo esta geração pregando que estes jovens são mais rápidos e tratam mais assuntos ao mesmo tempo do que a velha guarda. Mas eu não me convenço, pois ser só generalista não é bom, uma vez que a capacidade de julgamento fica muito comprometida. 
Minha terapeuta é mais otimista, diz que na nossa época também tinha movimentos que indicavam uma geração "perdida", como os hippies. Ela acredita que, quando estes adolescentes crescerem, vão tomar rumo de suas vidas, espero que ela esteja certa.

É verdade, até eu fui contaminado, ler um artigo com mais de 1 página, precisa ser muito bom, se não nem perco tempo. Será que nosso “software” consegue processar com qualidade este volume de informações? 

Para terminar, vocês já perceberam a dependência que temos destes aparelhos? Basta acabar a luz do escritório que ninguém sabe o que fazer, sente-se um profundo vazio. Como toda mudança estrutural, as pessoas sabem como começa mas ninguém sabe como termina, e neste processo muitas empresas somem, como Kodak, e outras surgem ou ressurgem, como a Apple.


Nos últimos 7 anos enquanto a bolsa americana, depois de muita turbulência, valorizou 28%, as ações da Apple subiram incríveis 1.400%. Será que não tem alguma coisa errada ai? Não porque empresas não possam ter performance desta magnitude, mas sim, porque esta empresa hoje é a maior do planeta! 
Eu acredito que o boom desta companhia já passou, e hoje é uma boa empresa, só isso.O lançamento do iphone5 propiciou o all time high a US$700, á partir daí vem caindo. Será que estourou a bolha da Apple? Ainda não dá para afirmar, vamos acompanhar.

O SP500 fechou a 1.451, com alta de 0,36%; o real a R$ 2,0219, com baixa de 0,27%; o euro a 1,2907, com baixa de 0,10% e o ouro a US$ 1.778, com alta de 0,27%.
Fique ligado! 

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