A Psicologia e o futuro

Todos nós gostaríamos de saber como será o mundo no futuro. Para os que atuam no mercado financeiro isso pode significar sua independência financeira. Eu costumava perguntar a meus sócios quando estava na Tendência, se tivessem que escolher somente um ativo, para saber qual o seu preço daqui a uma ano, qual seria sua opção. Era interessante a discussão, pois cada um buscava aquele, que desse maiores indicações de outros ativos - por exemplo, se a escolha fosse o SP500, poder-se-ia imaginar qual deveria ser a cotação do marco alemão (não existia o euro), os juros dos títulos de 10 anos e etc...

Na verdade aceitaríamos qualquer previsão, mesmo se fosse do preço da bolinha de gude, bastaria ter um mercado futuro para operar. Nessa divagação, depois de algum tempo chegamos à conclusão que isso de nada valeria, pois bastaria que vários investidores tivessem acesso a essa informação para que o preço futuro fosse igualzinho a previsão, gerando lucro zero para todos.

Mas esse assunto fascina e no fundo quando alguém se dispõe a arriscar palpites sobre como será o futuro, por um minuto, faz-se uma especulação do que isso pode significar em sua vida.

Hoje, foram publicadas diversas matérias comparando o que o diretor do filme produzido em 1985, Back to the Future II, imaginou seria o dia de hoje. Para quem assistiu ao filme deve lembrar-se que o painel do carro indicava essa data. Sem buscar elencar se o que foi previsto aconteceu ou não, o que é mais interessante é como esse fato tornou-se popular. Não sei quem colocou em sua agenda para lembrar-se, mas fiquei surpreso com a quantidade de noticiários que mencionou o assunto. Por exemplo, a BBC publicou uma matéria comparando o que deu certo e o que deu errado.

Confesso que fui tentado a arriscar como seria o mundo em 21/10/2045, mas como a probabilidade de eu poder verificar é decrescente no tempo, achei que não valia a pena, e também, o Mosca não está com essa bola toda! Hahaha... Por outro lado, fiz uma reflexão de como era o mundo em 1985 e como é hoje. Minha conclusão, eu confesso pode estar enviesada  pela passagem do tempo, pode ser resumida numa frase: Éramos mais felizes naqueles tempos. Sem tanto consumismo, nem pressão, vivia-se melhor a vida. Acho que vou procurar o Dr. Emmett Brown, para me levar de volta para 26/10/1985, assim poderia viver um pouco mais aquela época e evitar os erros que cometi.

Voltando a realidade, hoje foi publicada a inflação do mês de outubro que ficou em 0,66%, a taxa anual subiu para 9,8% a.a., centésimos distante dos dois dígitos. Os principais vilões foram os reajustes da gasolina, alimentação e habitação pelo aumento do gás de botijão. Com o reajuste dos preços administrados exercendo ainda grande pressão no índice, é importante o acompanhamento do índice de difusão, bem como a evolução dos preços livres. Como a tabela abaixo mostra, ambos ficaram estáveis, o primeiro ao redor de 67% e o segundo em 7,65%. Isso dá um certo alento que a inflação até o momento não parece estar em total descontrole, e sim elevada.
No gráfico a seguir fica mais clara a afirmação acima, os preços administrados ainda não terminaram sua rodada de reajustes, imputando forte influência no índice geral. Por outro lado, os preços livres encontram-se estáveis desde dezembro de 2012. A Rosenberg trabalha com uma projeção de 6% a.a. para o final de 2016, porém não se pode relevar que uma boa parte da desvalorização do real não foi repassada aos preços, consequência da recessão atual. Outro fator de distúrbio pode acontecer por eventuais problemas de uma desaceleração da China.

E o nosso amigo euro como vai? Não vai! No post o-fed-mostra-as-cartas, fiz os seguintes comentários: ...O euro está seguindo o que se chama em análise técnica, um movimento considerado positivo. O motivo é que os pontos mais altos são sempre superiores aos anteriores (vermelho) e os pontos de baixas acima dos anteriores (verde). Se alguém quiser fazer uma aposta, eu compraria próximo da linha cinza paralela inferior, e venderia na linha cinza superior. Acho um pouco enfadonho, prefiro voltar minhas baterias para outros mercados...
Na semana passada a moeda única ameaçou uma alta atingido 1,1495, mas em seguida, retornou aos mesmos níveis que se encontrava quando publiquei o post acima, veja o gráfico mais atualizado.
Parece não haver diferença entre eles (gráficos), mas não são iguais. A impressão é que o euro e o dólar vivem um mesma dúvida de curto prazo: Como ficará o diferencial de juros entre eles? Se o FED mudar de ideia e não subir os juros, restaria ao super Mário diminuir ainda mais os juros do euro, para que o dólar subisse. Mas quanto mais pode ele diminuir? Além disso, a Europa não está tão ruim assim. Resumindo, é uma batalha de quem fica menos pior. Não recomendo nada nesses preços.

O SP500 fechou a 2.108, com queda de 0,58%; o USDBRL a 3,9399, com alta de 0,87%; o EURUSD a 1,1337, sem variação; e o ouro a US$ 1.166, com queda de 0,77%.
Fique ligado!

Comentários