Alíquota alta - imposto baixo


Uma das promessas de Donald Trump de diminuir os impostos, pode ter um resultado duvidoso, e menor que o imaginado. As alíquotas de impostos cobradas nos EUA são uma das mais elevadas dos países desenvolvidos, porém as receitas provenientes dessa cobrança são baixas, quando relacionadas ao PIB, como se pode notar no gráfico abaixo.


A razão é que as regras de tributação são incrivelmente complexas e tendem a favorecer as grandes companhias com significativa presença no exterior. Elas podem pagar consultoria de empresas especializadas, afim de, gerar alternativas fiscais mais eficientes. Já as pequenas e médias empresas acabam pagando o percentual maior dos impostos, como acaba acontecendo na maioria os países.

O JP Morgan calculou qual seria a taxa real paga por todas as empresas considerando vários tipos de deduções. Chegou à conclusão que, de uma alíquota de 35%, ao final se reduz à metade, aproximadamente 18%. Como comentado acima, essa média não se aplica de forma uniforme, as grandes devem ter uma alíquota muito inferior para compensar as pequenas e médias que pagam praticamente na alíquota máxima.


Ontem 3 membros do FED fizeram afirmações distintas sobre o que acreditam ser necessário em termos de juros para esse ano. Neel Kashkari advogou que não são necessários 3 aumentos de juros. A razão é que considera ainda especulativo o que o novo Presidente vai aprovar em termos de gastos com infraestrutura; Patrick Harker, acredita que 3 aumentos são bons, assumindo que as coisas se mantenham como estão; e John Williams, alerta que existe maior risco de instabilidade financeira quando as taxas de juros são baixas. Deve ser muito divertido assistir uma reunião do FOMC. Se esses membros espelham um pouco o ambiente dentro do FED, posso concluir que não existe um consenso, e, por conseguinte, eles não têm a menor ideia do que fazer!

As bolsas têm subido em todas as partes do mundo, o fluxo destinado a esses mercados ganharam um impulso depois do resultado das eleições nos EUA. O gráfico a seguir mostra a entrada de recursos para os países maduros e emergentes. A diferença é enorme entre eles, o que poderia ser uma boa notícia para o Brasil, caso esse movimento continue.


A empresa de Consultoria BMI construiu uma figura para identificar em que estágio cada pais emergente se encontra. Duas conclusões se podem tirar, primeiro que o Brasil está num ponto interessante do ciclo, portanto, deveria atrair muito capital para investimentos, enquanto a China já ultrapassou seu pico e está numa fase declinante.

 
Uma outra métrica seria qual o nível de endividamento em relação ao PIB e como andam o nível do CDS – Credit Default Swap, uma medida da qualidade desses créditos (quanto menor mais barato o país se financia). Supreendentemente, embora a dívida só tenha crescido, o CDS vem retorcendo, e hoje estão nos menores níveis.


No post snapchat-vale-ou-não-vale, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” A primeira hipótese se enquadra em meu cenário abaixo, onde teremos a oportunidade de fazer o trade no nível de 2,22% a.a. – azul, já a segunda o movimento de alta estaria em curso. Nesse caso, deveríamos modificar o ponto de entrada, que será superior, provavelmente a 2,60% a.a.” ... ...” ao acrescentar um rabisco ao gráfico. Eu simplesmente quis explicitar que em correções não dá para saber qual será o movimento, o que se tem que atentar são os níveis” ...

Ao observar mais alguns dias, notei que existe uma boa chance de estar se formando um triângulo. Do ponto de vista técnico, é uma das configurações esperada nessa situação. Sendo assim, sugiro entrar com ½ da posição nos níveis atuais de 2,41%, com um stop a 2,30% a.a.


Antes que meu amigo pergunte, esse trade não elimina o que está pendente: ... ” Ao redor de 2,22% a.a. os juros deveriam reverter a queda, para começar um novo ciclo de alta. Como stoploss vou fixar 1,95%” ... O trade proposto hoje é uma aposta no triângulo, essa é a razão de um stoploss tão “justo”. Só para efeitos ilustrativos, caso não tenhamos sucesso, o prejuízo será de aproximadamente 0,40%. Caso contrário, minhas projeções de alta são 2,90%, depois 3,05 % (meu preferido) e por último 3,20%.


O SP500 fechou a 2.362, com queda de 0,11%; o USDBRL a R$ 3,0630, com queda de 1,03%; o EURUSD a 1,0566, com alta de 0,29%; e o ouro a US$ 1.238, com alta de 0,18%.
Fique ligado!

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