O exterminador do Presente
O Trump entrou num bate-boca com o ator Arnold Schwarzenegger,
cujo sobrenome eu desafio a quem acertar sua escrita correta sem consultar uma
fonte. Acho que até ele deve errar! Hahaha .... Tudo começou quando o
Presidente criticou esse ator pela baixa audiência do programa Apprentice ao substitui-lo. Arnold S.
retrucou sugerindo uma troca, Trump retornaria ao programa e ele assumiria a
Casa Branca, completou dizendo que ..."assim todos os americanos dormiriam
tranquilamente"...
Acho que teria uma resposta melhor, porque não sugeriu à
Trump que lançasse um filme “O exterminador do presente”, bastando para isso,
juntar suas ações atuais no governo!
Hoje vou trazer assuntos diversos, inicialmente agregando as
informações de ontem sobre a inflação; o gráfico a seguir ajuda a entender os
componentes desse indicador. Os dois índices de inflação mais seguidos são o
CPI e o PCE, que diferem um pouco nos pesos de seus subitens. Mas, isso não é
importante nesse momento. Se vocês observarem as 3 categorias: serviços, exceto
energia e alimentos; produtos, exceto energia e alimentos; e o índice completo.
É nítido o maior peso da subcategoria
serviços exceto energia e alimentos no índice completo.. Isso vale para ambos os índices.
Sabe-se que a ação de política monetária tem influência
maior sobre os bens duráveis do que nos serviços que tendem a não sofrer impacto
de seus preços com alterações da taxa de juros. Notem que essa categoria teve
pouquíssima oscilação nesse período de 12 anos, em que várias crises
aconteceram. Poderia dizer que permaneceram a maior parte do tempo acima de 2%
a.a. Por outro lado, a categoria dos produtos ficou mais próxima de 0% e, em
alguns momentos, flertaram com a deflação.
Supondo que a economia mundial entre num ciclo de
estabilização de crescimento e o preço das commodities bem como da mão de obra
fiquem mais apertados, se os preços dos produtos atingirem um patamar de 2%
a.a., existe a possibilidade de os índices de inflação encostarem nos 3% a.a., o
que deveria ser suficiente para o FED elevar os juros mais rapidamente.
Um fator que poderia amenizar esse movimento seria uma
elevação no índice de produtividade, porém esse indicador se encontra estagnado
há 7 anos. Para mim, esse dado é uma grande incógnita. Como pode não ter
aumentado a produtividade com toda a evolução da tecnologia desses últimos anos?
Já li vários estudos, mas nenhum deles me convenceu.
Está semana foi publicado o PMI do Brasil. O nível ainda não
mostra nenhum sinal de recuperação, além de estar na região de contração –
abaixo de 50. A Rosenberg está cautelosamente mais otimista e estima que o PIB
deverá ser de 1% a.a. Acha baixo? Melhor que um número negativo!
Os fluxos para os mercados emergentes também reverteram o
sinal, depois das retiradas dos últimos meses de 2016; começam janeiro com o
sinal positivo.
Para vocês saberem como nós, do Brasil, situamo-nos em
termos de risco em relação aos outros países emergentes, a ilustração mostra
que ainda temos que fazer muita lição de casa.
Os dados de emprego nos EUA publicados hoje aparentam ser
uma boa notícia, com a criação de 227 mil novos postos de trabalho, superaram a
estimativa do mercado de 170 mil. Acontece que alguns detalhes divergem dessa
conclusão.
Primeiro, uma revisão nos resultados anteriormente
publicados foi reduzida em 39 mil. Depois, e mais importante, os ganhos por
hora cresceram um misero 0,1%, além da revisão dos resultados de dezembro que
foram expressivos de 0,4% para 0,2%. Tudo isso colocou a taxa anual nos
históricos 2% a.a., um nível que se pode considerar baixo.
O que venho escrevendo sobre a pressão nos salários e
elevação da inflação, naturalmente não se poderia esperar nenhum impacto
nos resultados atuais, mesmo assim, com a recuperação da economia e com o baixo
nível de desemprego, já seria de se esperar algo melhor.
Aconselho ao Trump que, além de ameaçar os empresários que quiserem
montar suas fábricas no exterior, estenda sua ameaça aos salários. Por exemplo:
“Quem não pagar “X” dólares por hora para seus funcionários, vou
impor uma taxa de 20% na folha de pagamento”. Para dizer a verdade, essa
ameaça é mais eficaz que a das tarifas, entre pagar imposto ou aumentar os
salários,
qual é melhor?
-David, está falando
sério?
Hahahaha ...
Parece que o mercado de juros de 10 anos americanos também
está buscando uma definição. Por um lado, a grande maioria dos economistas
acredita que a inflação subirá e que os juros também deveriam seguir o mesmo
caminho. Agora, nada catastrófico; algo em torno de 3% a.a. para esses títulos. Os
gestores de fundos de renda fixa estão na outra ponta, talvez “acostumados” com
um cenário de certa forma letárgico e lembranças dos últimos anos onde, cada
vez que os juros subiam, passado um tempo, retornavam em patamares inferiores.
Eu acredito que esse é o mercado mais importante de se
acompanhar em 2017. Esse ativo provavelmente comandará os movimentos dos outros. Assim o Mosca ficará de olhos
bem abertos.
No post Dow-jones-20k, fiz os seguintes comentários
sobre os juros: ...”
no gráfico a seguir, existem duas possibilidades no curto prazo: a primeira em
azul assinala para uma continuidade; e a segunda em rosa, uma manutenção da
mini correção, podendo atingir o nível proposto acima” ...
O intervalo destacado no gráfico a seguir (retangulo verde) foi construído levando
em consideração as taxas que prevaleceram entre junho e agosto de 2015. Naquele
momento, depois desses 3 meses, os juros voltaram a cair. Agora, em dezembro do
ano passado, com todo ímpeto pelas declarações do Trump, o mercado buscou passar
batido por esse intervalo, mas retrocedeu.
Mencionei no post acima, que existem 2 possibilidades para
os juros: uma nova mini queda até 2,20%; ou o início de um novo movimento de
alta, que ultrapassaria os 2,65%. Por enquanto, não trabalho com a possibilidade
que ocorreu em 2015, onde os juros voltariam a cair. Mas, tudo depende do que
acontecer daqui em diante. Abaixo de 2% acende a luz amarela e abaixo de 1,80%
jogo a toalha e mudo de ponta. A probabilidade de que isso aconteça é baixa,
razão pela qual minhas apostas serão no sentido de juros mais altos.
O SP500 fechou a 2.297, com alta de 0,73%; o USDBRL a R$ 3,1174, com queda de 0,20%; o EURUSD a 1,0779, com alta de 0,20%; e o ouro a US$ 1.219, com alta de 0,27%.
Fique ligado!
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