O BCB vai surpreender?
Hoje é dia de COPOM, não terei a informação da decisão
tomada pelo Comitê antes de postar. Ainda bem, pois provavelmente o que irei
propor hoje não deverá acontecer.
- David, então por que
perder meu tempo?
Porque você vai saber o que eu faria e as razões.
Hoje foi publicado o IPCA do mês de agosto que ficou em meros
0,19%, levando a taxa anual para 2,5% (meros também!). Para quem lê o Mosca não deve estar surpreso venho
seguidamente enfatizando que não existe mais inflação, não que seja zero, mas
aqueles níveis que vivemos nos últimos anos do governo do PT, faz parte do
passado.
É verdade que o nível ficou ainda mais baixo do que qualquer
previsão dos analistas, pois os alimentos estão despencando, não param de cair.
Já, já será distribuído comida de graça! Hahaha .... No gráfico a seguir se
pode ter uma ideia dessa queda.
Não fosse o aumento do imposto da gasolina - que em função dos
ajustes agora em períodos curtos passando a ter mais influência os preços
internacionais - e da energia elétrica que passou para bandeira vermelha, o
IPCA teria apontado para deflação.
Como sabem os leitores, gosto de acompanhar a inflação dos
preços livres, bem como o índice de difusão. Como podem ver no quadro, ambos
apresentam comportamento benigno, sendo que o primeiro sofreu um grande impacto
dos preços dos alimentos.
A projeção do IPCA para o final de 2017 está agora abaixo de
3%, o que vai fazer com que o Presidente do BC tenha que enviar uma carta
explicativa ao Congresso. Embora seja a primeira vez que isso acontece, e
imagino que os políticos estão mais interessados em não irem para cadeia, o Ilan
já pode rascunhar seu teor. Posso adiantar que o culpado serão os alimentos.
Em relação a economia, outro dia foi publicado o PIB do 2º
trimestre em 0,3%, fortemente influenciado pela Agricultura, mas ainda
resultado módico. A indústria também está saindo da lama, com uma recuperação
generalizada em todos os setores.
Na reunião de hoje se espera uma queda da taxa SELIC em 100
pontos levando para 8,25%. Para uma inflação que na melhor das hipóteses está
na margem a 3%, implica num juro real de 5,10%. Por que não baixar 200/250
pontos de uma vez levando a taxa SELIC para 7,25%/6,75%? Existiria uma parte do
mercado que não iria gostar dizendo que, não foi isso que a autoridade monetária
indicou na última ata. Eu não concordo, pois sempre é colocado que as decisões
dependem dos dados.
Eu entendo que previsibilidade é algo bom para o mercado,
permite uma menor volatilidade dos ativos, mas no caso específico, mês após
mês, a inflação vem surpreendendo para baixo e a atividade está respondendo
muito lentamente. Por que alongar o ciclo se todos já trabalham com a taxa
final entre 6,5% e 7%? Eu costumava dizer que taxa de juros e taxa de câmbio
não tem data marcada para cair, se as condições estão de acordo, o efeito é
imediato. Nos mercados futuros já está tudo no preço, como se diz no jargão dos
operadores, mas os contratos indexados ao DI, que são muitos, ainda sofrem o
impacto até chegar lá.
O BC não vai surpreender, eu acredito, mas se existe um
momento de ser mais arrojado, é hoje.
Nem vou comentar o conteúdo da gravação revelado pelo MPF, mas
entre nós, qual escola o Sr. Joesley frequentou? Na Bloomberg seu perfil
acadêmico não aparece, e no Wikipédia diz que aos 12 anos resolveu “ganhar a
vida” por conta própria. Acho de muito valor as pessoas que realizam grandes
conquistas na área profissional mesmo sem ter muito estudo. Mas desde que as
conquistas sejam de forma honesta, o que está longe da forma desse cidadão
atuar. Agora conhecer o Português é o mínimo que se poderia exigir, e o dele é
lamentável!
No post ___ disputa de pênaltis__ fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: ...” a
bolsa está buscando romper o nível de 70.000 e conforme minha expectativa
anotada acima deverá buscar novas altas. Meu primeiro objetivo é 73.000, porém
no longo prazo altas mais significativas devem ser esperadas” ... ...” É importante frisar que no nível de 73.000
haverá uma resistência muito difícil a ser rompida, o motivo pode ser visto no
gráfico de longo prazo a seguir. Pode ser que chegando lá ocorra uma correção
logo em seguida. Minha experiência mostra que em situações semelhantes, para
ultrapassar uma máxima histórica, demora tempo” ...
E hoje ela chegou lá, 73.500. Existem inúmeras estratégias
nesse momento: vender tudo e aguardar um outro momento; vender um pedação e
guardar o restante; e não fazer nada.
Observando por todos os aspectos não teria o que mexer na posição,
mas a estatística me diz que não é fácil romper esses pontos. O que fazer?
Tenho que dar credibilidade a racionalidade, pois mesmo parecendo que nada
poderia fazer a bolsa parar antes de chegar na região demarcada em verde ~
80.000, eu não sei o que vai acontecer amanhã. E como existem “louquinhos” por aí
e Joesleys é prudente diminuir, vou vender 1/3 da posição e manter o resto.
O SP500 fechou a 2.465, com alta de 0,31%; o USDBRL a R$
3,1021, com queda de 0,46%; o EURUSD a € 1,1912, sem variação; e o ouro a U$
1.333, com queda de 0,34%.
Fique ligado!
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