Inflação misteriosa


Inflação misteriosa não são palavras do Mosca e sim da Presidente do FED, Jante Yellen, ao ser indagada ontem na secção de perguntas e resposta, sobre a inflação de 2017 “um pouco de mistério”.

O PCE – índice de inflação usado pelo FED para estabelecer suas metas - caiu para 1,4% a.a., depois de atingir um pouco mais de 2% no começo do ano “Não vou dizer que o comitê entende claramente quais são as causas disso”. Algumas forças transitórias, como a queda nos preços de serviços de telefonia, não são suficientes para esclarecer essa queda.


Yellen argumentou que a força da economia e do mercado de trabalho acabará por ajudar a inflação a subir, embora deixe aberta a possibilidade do FED alterar o curso se essa hipótese não se materializar. O Mosca chamou a atenção que a autoridade monetária tenderia a seguir os seus modelos econômicos. Ao invés de pesquisar os motivos do mistério, que poderiam indicar mudanças estruturais na economia.

Ela também comentou sobre os efeitos temporários resultante dos dois furacões que assolaram os EUA neste mês, que terão impacto na inflação e no crescimento. Enfatizou que a história mostra que essas situações são temporárias e que, portanto, não deveriam afetar a decisão do comitê. A ilustração a seguir contém projeções dos indicadores acima feitas pelo FED de Cleveland e Atlanta, apontando uma ideia inicial da sua magnitude.

 
O próximo gráfico mostra o progresso dos preços em três categorias: manufaturados, semimanufaturados e serviços, nos últimos 20 anos, e dá uma ideia como foi a evolução de preços. Os índices foram para caminhos opostos, enquanto os produtos manufaturados apresentaram queda em termos nominas, os serviços subiram. Imagino que o FED tem essa informação e deve ter corrigido os pesos do índice de inflação de acordo.


Agora, se a autoridade máxima do FED assume que os resultados de inflação foram “misteriosos” em 2017, e que mesmo assim, irão utilizar seus modelos para definir a política monetária, o que garante que o mistério não continuará?

Não gostei do termo usado pela Presidente Yellen. Por traz dessa resposta existe uma certa arrogância ao desprezar os fatos, considerando-os como exceção, o que poderia ser a nova realidade. Além do mais, o mercado está apostando que o FED está errado, uma vez que, o juro projetado no mercado futuro aponta para apenas uma ou duas altas de 0,25%.

Alguns analistas dizem que, se o FED elevar os juros da forma que está explicitado em seu relatório, a economia irá desaquecer levando para uma recessão. Começo a considerar essa hipótese caso o “mistério” não seja desvendado!

No post torcendo-pela-inflação, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” tive dificuldades ao fazer a contagem das ondas segundo Elliot Waves, parece um serie de subdivisões. Nessas situações o sugerido é deixar a bola rolar. Mas não me iludo, em algum momento haverá quedas. Num mercado de alta são nesses momentos que se deve entrar comprando. O nível agora a se observar é de 80.000, se chegar lá vamos ver como a bolsa se comporta” ...


É impressionante a força da bolsa brasileira, em alguns momentos parece que uma realização está para acontecer, mas nada, chega ao final do dia e o índice fica próxima da máxima. Parece que os investidores estão descobrindo esse ativo.

Acontece que tanto os fatores fundamentalistas como os técnicos estão em sintonia, e quando isso acontece é esperado um movimento direcional forte, sem respiro. Nessas situações é sempre melhor analisar os gráficos com uma visão de mais longo prazo.


Como apontei no gráfico acima o primeiro nível é ao redor de 80.000, que se ultrapassado visaria 93.000, com altas de 7% e 24%.

Eu prefiro que uma correção aconteça no primeiro nível.
- David, como é! Está torcendo contra, explique melhor.
Está quietinho surfando a onda hein? Hahahah ... explico sim, se minha análise estiver correta, no momento que começar uma correção, essa pode ser pequena, média ou grande. Nesse caso, tem uma chance de ser grande. Ao parar no primeiro ponto -80.000 - a correção nominalmente seria menor do que, se fosse o segundo – 93.000.  Para nós não faz muita diferença, pois não pretendo ficar até o fim da vida comprado, em algum momento vamos “descansar” e ficar sem posição. Falando nisso, ajuste o stoploss para 70.000 e por enquanto nada a fazer.

O SP500 fechou a 2.500, com queda de 0,30%; o USDBRL a R$ 3,1417, com alta de 0,31%; o EURUSD a € 1,1938, com alta de 0,39%; o ouro a U$ 1.291, com queda de 0,78%.

Fique ligado!

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