Rápido e sempre
Tenho notado como os investidores ficam focados nos
dados dos EUA, Europa, Japão e etc ... e muito pouco se fala sobre a China. Não
se pode esquecer que é a 2º maior economia do mundo. Discute-se inflação para
cá, juros para lá, corte de impostos, e ninguém se atreve a dar algum palpite
do que deveria ser ajustado naquele país. Na verdade, estou exagerando um
pouco, de tempos em tempos, aparece uma onda normalmente alertando para
perigos. Em nada acontecendo, cessa.
Resolvi fazer um update dos principais mercados daquele
país. Começando pela bolsa de valores, que vem lentamente recuperando desde o início
de 2016, depois de passar pelo fogo cruzado de 2015. Este ano a alta foi de
10%, bastante inferior a de outros países emergentes. Outro fator de destaque é
a queda da volatilidade, fenômeno que vem acontecendo em todas as principais
bolsas de valores.
Já a moeda, o reminbi, teve um comportamento diferente da
bolsa pois seguiu se desvalorizando até o final de 2016, onde adentrou na
região de perigo do ponto de vista técnico, apontado abaixo pelo retângulo
vermelho. Em 2017, seguindo a desvalorização do dólar ocorrida contra a maior
parte das moedas, o reminbi acabou mudando sua trajetória e chegou a se
valorizar 7%, o que é bastante para uma moeda que tem suas cotações controladas
pelo governo. Desde esse pico atingido no início deste mês o governo tem agido
para evitar uma valorização excessiva.
Alguns outros dados que mostram a inclusão, e porque não, a
liderança em algumas áreas, apontam para o futuro domínio dos chineses, onde
algum tempo atrás eram de exclusividade dos países ocidentais. Em termos de
turismo sua população é a que mais viaja para o exterior, e num ritmo muito
maior que os outros. É verdade que sua população é enorme, mas a da Índia
também é.
Em termos do conceito de penetração de e-comerce, também
está na liderança, com um índice impressionante de 1 X 4, ou seja, em cada
quatro chineses, um usa a internet para fazer suas compras.
Até o momento o governo Chinês soube controlar as crises com
muita competência. E não foram poucos os momentos de conturbação nas bolsas de
valores, quedas ininterruptas no seu nível de reserva, endividamento elevado
das empresas, e diversos outros. Em alguns momentos analistas apontavam que um
descontrole era eminente. Mas por enquanto, os chineses continuam crescendo a
níveis invejáveis.
É verdade que muita desconfiança existe na publicação de
seus dados econômicos, porém nada explodiu como faziam crer esses analistas.
Também não acredito que se poderia esconder os dados reais por tanto tempo. A
China cresce rápido e sempre!
Hoje a Yellen levou mais um gol contra, foi publicado o PCE
– índice de inflação usado pelo FED para gerir sua política monetária. O mesmo
permaneceu bem abaixo da meta traçada de 2%. O índice cheio foi de 1,4% a.a.,
enquanto o core que exclui gasolina e
alimentos, 1,3% a.a. Não acredito que o FED deixara de subir os juros em
dezembro, mas seu argumento de que a inflação é temporária fica questionável.
Um temporário definitivo? Hahaha ....
No post o-SNB-acertou-no-que-não-viu, fiz os seguintes comentários sobre os
juros de 10 anos: ...” No gráfico abaixo apontei duas possibilidades, preto ou vermelho. Na
primeira – preto - já estaríamos no movimento de alta e a confirmação viria
ultrapassado o nível de 2,35% - 2,40%; a segunda – vermelha - onde uma nova
queda a nível de 2% estaria a caminho. Essa evidencia teria um conforto maior
se o juro cair abaixo de 2,22% - 2,18%” ...
Minha prudência se mostrou acertada, depois da turbinada
propiciada pelas declarações da Yellen, os juros acabaram subindo, o que teria
nos colocado numa situação desconfortável, caso tivesse vendido apostando numa
queda, como era minha intenção original. Vocês podem ter certeza que eu não
tinha nenhuma informação privilegiada da professora Yellen.
Não vou me meter a besta e entrar agora na ponta contrária
apostando na alta de juros, não ainda. Conforme mencionei acima, os juros terão
que ultrapassar a barreira dos 2,35 % - 2,40%, para que eu avente essa
hipótese. No gráfico acima marquei uma figura denominada de megafone – em
vermelho. Enquanto não romper o limite vermelho, pode ser que os juros
ainda voltem a cair ao nível de 2% a.a. Pode ser! Essa é uma configuração rara
mas se estiver em voga, é isso que acontece.
Acho que faz todo sentido, passei essa semana escrevendo
sobre a divergência que existe entre o mercado e o FED, e essa figura se
encaixa bem nesse cenário. Se esse for o caso, o FED vai ter que recuar em
algum momento. Está ficando interessante!
(*) O SP500 2.516, com alta de 0,27%; o USDBRL a R$ 3,1684,
com queda de 0,43%; o EURUSD a € 1,1823, com alta de 0,33%; e o ouro a U$
1.282, com queda de 0,33%.
(*) as 16:30 hs.
Fique ligado!
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