Joesley: Freud explica
Para Joesley o tiro saiu pela culatra. Por meio de suas
próprias gravações o ex-poderoso empresário do ramo de alimentos foi preso
ontem. Perdeu os benefícios da delação premiada, acordado com o Ministério
Público. A gravação da sua conversa com o CEO da J&S, Ricardo Saud,
repetidas ad nauseam pelos meios de
comunicação, são provas suficientes para que isso aconteça.
Sem entrar no conteúdo dessa gravação, o que pode deixar as
pessoas perplexas é a razão que o levou a fazer o teste do gravador dessa forma.
Esse argumento não parece ser convincente, o teste poderia ser feito ele
fazendo xixi! No meu entender existem duas hipóteses: a primeira que Joesley
queria ter uma prova contra seu executivo; e a segunda era testar desta forma
perigosa, com total displicência.
Em relação ao primeiro caso tenho certa dificuldade em
acreditar, pois seria mais inteligente usar dois gravadores. Não é possível que
não avaliou que essas provas poderiam ser usadas contra si. Além do mais,
depois da gravação, o gravador deveria ser mandado para o Forte Knox!
Esses pensamentos me levam então a segunda hipótese. Minha
saudosa analista, numa das secções, exemplificou o que se denomina em
psicanalise força da vida e força da morte. Essa nomenclatura não deve ser
encarada ao pé da letra. “Imagina que você está num carro conversível, num belo
dia de sol, dirigindo numa estrada magnifica sem trânsito, essa sensação de
liberdade faz com que você acelere até 120 km/h. Ah, que delícia! Resolve
acelerar mais até 160 km/k, afinal ninguém na estrada e nenhum radar apontado
pelo Waze. A adrenalina sobe, que sensação prazerosa. Próximo passo vai a 200
km/h, seu carro é potente e seguro, até que de repente um animal cruza a sua
frente, você freia bruscamente levando o carro capotar”! A força da morte induziu
o motorista a ser imprudente impelido por algo que lhe dava muito prazer.
Acredito que essa foi a razão que o levou a essa situação
extrema. Seria natural para qualquer ser humano, envolvido numa circunstância
de alto risco, que qualquer passo fosse estudado com muito cuidado. Ao invés de
imaginar de forma leviana que bastava apagar o conteúdo da gravação que o risco
estaria eliminado. A maneira perigosa como vivia, e sempre obtendo sucesso, o
levou a ser displicente.
Por traz de tudo predominava a força de morte, que o
colocava em risco. Como tinha sempre
dado certo, continuou acreditando que saberia como evitar acidentes, isso lhe
dava muito prazer. Novos prazeres eram obtidos “aumentando a velocidade”, até
que capotou! Agora sem nenhum amigo para salva-lo, e ao contrário, com a opinião
pública pedindo a sua cabeça, é provável que tenha um triste fim.
O caso Joesley se assemelha ao de um tipo de trader que
ganha muito dinheiro e seguidamente se envolve em operações cada vez mais
arriscadas, até a hora que perde tudo. É a força da morte agindo para leva-lo
para o buraco. Santo stoploss!
O caixa das companhias americanas atingiu níveis
gigantescos. Esse fenômeno é mais acentuado nas empresas de tecnologia como se
pode ver a seguir. Vocês podem se perguntar qual a razão, e eu identifico três
possibilidades: Acreditam que os juros irão subir; tem recursos para comprar
outra empresa caso apareça alguma “pechincha”;
evitar que seja adquirida pelo concorrente. O primeiro caso é bastante
improvável pois não é o cenário que se vislumbra, e não se justificaria esses
níveis de liquidez; o segundo caso também parece um certo exagero pois poucas
companhias que possam interessar iriam custar tão caro, além do que, uma parte
da compra normalmente é feita com troca de ações; resta a última. É verdade que
o custo hoje em dia de manter um caixa elevado é bastante baixo, porém essa
estratégia afeta a taxa de retorno dos acionistas. Por outro lado, imagino que
passa por suas cabeças qual seria o “custo” em termos de imagem se a Apple
fizesse uma oferta pela Microsoft, ou vice-versa?
Eu comentei no post jogo-arriscado, a hipótese de a
China estar por traz das ações da Coréia do Norte. Meu raciocínio se deve a
elevada dependência desse último país em relação ao primeiro. Através da
análise mais detalhada, através da relação comercial entre esses países se
percebe a quase total dependência. Se a China quiser fechar as portas, a Coréia
do Norte para!
Na próxima semana o FED se reúne para decidir sobre a
política monetária. Nessa reunião não se espera nenhum movimento nos juros, mas
sim na revelação de como pretende retirar a liquidez do sistema. Mas o mercado
espera mais, vai querer ter indicações se o FED vai jogar mais parar frente a
alta de juros “programada” para dezembro. A probabilidade de isso acontecer – postergar
o aumento – é cada vez mais elevada do ponto de vista do mercado, o gráfico a
seguir aponta qual a chance dos juros aumentarem em dezembro.
No post inflação-sem-inflação, fiz os seguintes
comentário sobre o dólar: ...” do ponto de vista técnico, o dólar já
preencheu todos os requisitos de um triângulo terminado. Mas isso é uma
condição necessária, mas não suficiente, pode ser que o triângulo se estenderá
no tempo, característica observada nessas configurações. Mas conforme o tempo passa,
o triângulo se afunila indicando a hora da decisão. Não tenho nada a
acrescentar a não ser que é preciso paciência” ...
Desde a última sexta-feira o dólar está buscando romper a
barreira de R$ 3,10, negociando agora ao redor de R$ 3,09. Assim como as outras
moedas que estão se valorizando contra o dólar, o mesmo acontece com o real. Um
primeiro objetivo seria ao redor de R$ 3,07 e se rompido R$ 2,98. Isso não
seria a queda toda esperada que se situa ao redor de R$ 2,85.
Mas vamos passo a passo, primeiro e importante que a
barreira dos R$ 3,10 seja rompida com firmeza, depois acompanharemos os
próximos passos. Se tudo der certo, esse movimento poderá demorar um tempo,
algumas semanas.
O SP500 fechou a 2.488, com alta de 1,08%; o USDBRL a R$
3,1023, com alta de 0,27%; o EURUSD a € 1,1951, com queda de 0,66%; e o ouro a
U$ 1.326, com queda de 1,51%.
Fique ligado!
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