Condição insuficiente
A opção adotada pelos eleitores ao redor do mundo é por
mudanças nos regimes atuais de governo. Boa parte desta insatisfação tem como
origem a disparidade de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres. Além
disso, as melhores oportunidades surgem para os mais educados enquanto o
emprego com baixa qualificação encontra-se em processo de retração, pela substituição
por robôs.
O FMI realizou um estudo interessante sobre esse assunto,
apontando as consequências econômicas da concentração de renda.
O crescimento econômico fornece a base para superar a
pobreza e elevar os padrões de vida. Mas para que o crescimento seja sustentado
e inclusivo, seus benefícios devem atingir todas as pessoas.
Embora seja necessário um forte crescimento econômico para o
desenvolvimento econômico, nem sempre é suficiente.
Ao longo das últimas décadas, o crescimento aumentou o
padrão de vida e proporcionou oportunidades de emprego, retirando milhões da
pobreza extrema. Mas, também vimos um outro lado. A desigualdade aumentou em
várias economias avançadas e permanece teimosamente alta em muitos que ainda
estão se desenvolvendo. Isso preocupa os formuladores de políticas em todos os
lugares por uma boa razão. A pesquisa no FMI e em outros lugares deixa claro
que a persistente falta de inclusão - definida como benefícios e oportunidades
amplamente compartilhadas para o crescimento econômico - pode combater a coesão
social e prejudicar a sustentabilidade do próprio crescimento.
A falta de inclusão resulta em resultados desiguais e
oportunidades desiguais. A desigualdade de renda - a medida mais citada de
desigualdade de resultados - tem diminuído, quando o mundo é considerado. O
declínio deve-se, em grande parte, a um forte crescimento em muitas economias
emergentes e em desenvolvimento, embora dois terços da desigualdade global
ainda sejam atribuíveis a diferenças na renda média entre países.
(*) O Coeficiente de Gini consiste em
um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do
rendimento, por exemplo, toda a população recebe o mesmo salário) e 1
corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e
as demais nada recebem).
O índice de Gini é o coeficiente
expresso em pontos percentuais (é igual ao coeficiente multiplicado por 100).
No entanto, se os países são considerados individualmente, a
desigualdade de renda aumentou acentuadamente em muitos lugares. Nas economias
mais avançadas, a maior parte existe desde a década de 1990 até meados da
década de 2000. No mercado emergente e nas economias em desenvolvimento, a
desigualdade ainda é alta, embora tenha diminuído nas últimas décadas em muitos
deles.
Notem que além da desigualdade gerar crescimento econômico
menor, sua duração também fica encurtada.
A falta de inclusão também se manifesta no acesso desigual
aos empregos e aos serviços básicos, como a saúde e a educação. Para citar
apenas alguns exemplos: mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão
desempregadas, com o desemprego juvenil em níveis alarmantes em muitos países.
As taxas de mortalidade para alguns segmentos da população estão aumentando,
inclusive nos Estados Unidos.
Vinte por cento dos adultos nas economias avançadas
continuam excluídos do acesso formal ao financiamento: por exemplo, eles não
possuem uma conta com uma instituição financeira. Finalmente, uma ampla
discriminação de gênero levou a diferenças persistentes em saúde, educação e
renda entre homens e mulheres em grandes partes do mundo.
A tecnologia e a integração econômica trouxeram grandes
benefícios a muitas economias, mas os benefícios nem sempre foram amplamente
compartilhados. Tanto a tecnologia como o comércio têm impulsionado o
crescimento e a produtividade e reduziram os preços, beneficiando muito os
pobres que gastam uma grande parcela de seus rendimentos em alimentos, roupas e
outros bens básicos.
No entanto, a tecnologia aumentou a demanda quase que
exclusivamente para mão-de-obra qualificada, enquanto as trocas às vezes deslocaram
os trabalhadores menos qualificados. A maior integração das economias também
resultou no deslocamento de fábricas e maior uso de equipamentos, deslocando
trabalhadores.
Então, o que pode ser feito para promover o crescimento
inclusivo?
A resposta não é impedir as reformas, que impulsionam a
produtividade e o crescimento, mas sim o foco em políticas que ofereçam
oportunidades para todos. Os formuladores de políticas devem conceber medidas
que possam mitigar potenciais compromissos entre os objetivos de aumentar o
crescimento e reduzir a desigualdade.
Várias opções estão disponíveis para realizar isso.
·
Por exemplo, gastos maiores e mais eficientes em
estradas, aeroportos, redes elétricas e educação, podem criar empregos e
aumentar o crescimento econômico.
·
As assistências na busca de emprego, bem como
programas de treinamento, podem ajudar os desempregados a encontrar trabalho que
corresponda as suas habilidades.
·
A política fiscal é um poderoso instrumento para
assegurar o crescimento inclusivo e desempenhou um papel fundamental no combate
à desigualdade.
·
No comércio e na tecnologia, as políticas
domésticas ajudam a traduzir um forte crescimento para o crescimento que também
é inclusivo.
A identificação do problema aliado as conclusões desse trabalho
deveria motivar governos a adotar medidas que corrigisse esse desvio. Porém
vivemos num mundo imediatista, e os políticos estão mais preocupados em manter
seu poder que pensar no longo prazo. A manutenção do status quo só prolongara
essa tendência que vai ocasionar situações com maior risco de ruptura.
No post jogo-de-volta, fiz os seguintes comentários sobre
o ouro: ...” Eu marquei no gráfico abaixo
uma área que denominei de “zona de perigo”. Se o ouro pretende continuar
subindo da maneira que mencionei e fundamental que essa retração seja contida
nesse intervalo. Se romper abaixo começo a desconfiar que meus planos não irão
acontecer” ...
Com os comentários no final de semana do primeiro Ministro
norte coreano afirmando que considera a atitude dos EUA como uma declaração de
guerra, a cotação do ouro subiu ontem. Porém, como os analistas observaram que
esse país já usou essa tática diversas vezes no passado, os mercados acalmaram
hoje. Como consequência, o metal recuou novamente para a “zona de perigo”.
Como apontei acima, nosso stoploss no trade que está em
aberto é U$ 1.270, e acredito que a chance de execução aumentou
significativamente. Desta forma, estou encerrando a posição comprada ao nível
atual de U$ 1.295, com uma pequena perda.
O SP500 fechou a 2.496, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1656,
com alta de 0,20%; o EURUSD a U$ 1,1787, com queda de 0,50%; e o ouro a U$
1.295, com queda de 1,11%.
Fique ligado!
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