Torcendo pela inflação


Ao ler o título de hoje vocês imaginam que comentarei sobre algum banco central que enfrenta problemas de inflação elevada. Mas não é esse o caso.

Antes queria colocar algumas ideias sobre o depoimento do Lula. Fiquei impressionado pela baixa divulgação, em outras épocas a postagem nas mídias sociais seria enorme, desta vez, poucas. Acredito que seja por dois motivos, primeiro que o seu argumento é mais do mesmo, ninguém acredita mais nada do que fala, acabou seu público; segundo que suas perspectivas de não ser preso usando a candidatura está minguando.

Se tiver um pouco de bom senso, perceberá a realidade. Caso o seu espírito de sobrevivência ainda estiver presente deve pensar em outra estratégia, pois caso contrário, rapidamente seu caminho aponta para a cela. Como comentei no post dom-Palocci-independência-ou-cadeia, as opções do cumpanheiro, cada vez mais sozinho, são duas: fugir ou fazer uma delação!

Hoje foi publicado o índice de inflação nos EUA, que ficou em 0,4%, acima das expectativas dos analistas, levando a taxa anual próxima a 2%, nível considerado como o objetivo do FED. É verdade que a alta se deve a elevação dos preços dos combustíveis e também do custo de moradia. Excluindo esses itens, a chamada core inflation, subiu 0,2% no mês e 1,7% em 12 meses.


Como já havia comentado, O FED se reúne na próxima semana para decidir sobre a sua política monetária.  Um artigo publicado pelo do Wall Street Journal comenta o dilema da Yellen the-feds-awful-options-for-addressing-too-low-inflation. Esse artigo levanta os mesmos pontos que o Mosca apontou no seu post desafiando-o-livro-texto, o que me deixa mais confortável nos meus pontos de vista.

O próximo gráfico foi construído de forma inteligente pois se pode notar claramente a mudança ocorrida no tempo, entre o comportamento da inflação e do emprego. No período entre 1985 – 1999 nota-se uma aderência mais consistente entre essas variáveis, já no período entre 2000 – 2008, uma alteração na inclinação da curva, e por último entre 2009 – 2016, um descolamento total entre elas, correlação 0!


Por tudo isso, e associado a convicção acadêmica dos membros do FED. imagino seu desconforto em não subir os juros, pois a realidade não está reagindo de acordo com seus modelos. Devem ficar com a impressão que ao não agir, serão acusados caso a inflação apareça no futuro.

Desta forma, desejam que a inflação suba, qualquer inflação serve!

Nesse novo mundo digital várias coisas estranhas ocorrem. Vou aproveitar o assunto ventilado ontem e abrir um espaço nos posts para publicar esporadicamente mudanças que acontecessem, vou chamar de “coisas estranhas do mundo digital”. Para estrear, vejam a seguir como o volume da negociação das ações na bolsa americana durante o dia, se alterou no tempo.

No gráfico abaixo, a primeira linha são os negócios nos primeiros 30 minutos do preção, que mantem uma certa estabilidade, em seguida os negócios durante o dia, com exceção dos intervalos mencionados, que vêm caindo sistematicamente, em seguida os negócios nos últimos 30 minutos, que subiram e hoje representam 16%, e por último o leilão de encerramento também subiram. Se somarmos esses dois últimos, representam 25% dos negócios, que acontecem na última ½ hora, enquanto outros 15% na primeira ½ hora, totalizando aproximadamente 40%.


O analista que publicou não tem uma explicação clara para essa mudança, justificando com o crescimento dos ETF. Uma parte poderia ser atribuída a esse fato, porém não parece crível, pois os ETF são negociados durante todo o dia. Essas concentrações no início e final deveriam estar associadas aos “day traders” que só guardam posições durante o dia. Seriam eles responsáveis por tamanho volume? Acho muito difícil. Não vou buscar argumentos sem que tenha uma base de informações, estaria chutando!  Fica aqui registrado esse fato intrigante.

No post o-bcb-vai-surpreender, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa:  …” observando por todos os aspectos não teria o que mexer na posição, mas a estatística me diz que não é fácil romper esses pontos. O que fazer? Tenho que dar credibilidade a racionalidade, pois mesmo parecendo que nada poderia fazer a bolsa parar antes de chegar na região demarcada em verde ~ 80.000, eu não sei o que vai acontecer amanhã” ...


O Ibovespa não deu nem bola para os 73.000 passou voando por esse nível, que deveria ter oferecido alguma resistência. O gráfico a seguir, com um viés de mais curto prazo, deixa claro a força da bolsa brasileira. Eu anotei em verde os dias em que a bolsa não subiu, notem que nesses momentos, as quedas são mínimas, indicando a força do mercado.


Tive dificuldades ao fazer a contagem das ondas segundo Elliot Waves, parece um serie de subdivisões. Nessas situações o sugerido é deixar a bola rolar. Mas não me iludo, em algum momento haverá quedas. Num mercado de alta são nesses momentos que se deve entrar comprando. O nível agora a se observar é de 80.000, se chegar lá vamos ver como a bolsa se comporta.

Aproveitei para fazer uma análise de longo prazo. Podemos estar diante de um momento importante que indica um período de alta por alguns anos. Parece factível projetar o Ibovespa acima de 100.000, talvez mais!

- David, mas como isso é possível, no ano que vem temos eleições, esqueceu?
Quando se faz análise técnica, é obrigatório de desassociar das notícias e relatórios, isso atrapalha. Agora você tem razão, no próximo ano existe um evento importante. Pelos gráficos o presidente será Sergio Moro! Hahahah .... Voltando para terra, e nunca esquecendo a frase de Keynes, no longo prazo estaremos todos mortos, vamos aguardar a bolsa atingir os 80.000.

O SP500 fechou a 2.495, com queda de 0,11%; o USDBRL a T$ 3,1179, com queda de 0,59%; o EURUSD a € 1,1918, com alta de 0,44%; o U$ a 1.329, com alta de 0,53%.

Fique ligado!

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