O futuro é hoje


A China está se juntando ao Reino Unido, França e Noruega na proibição de veículos alimentados por combustíveis fósseis. Se a China, o maior mercado de veículos novos do mundo com vendas de 28 milhões de unidades no ano passado, fosse proibir os veículos a gasolina e diesel no mercado, o impacto sobre o petróleo seria enorme.

Mas, como a abrangência a proibição de combustível fóssil nos mercados globais é fundamental para as vendas de veículos novos bem como o consumo de petróleo?

Durante um fórum automotivo durante o fim de semana em Tianjin, Xin Guobin, o vice-ministro da indústria e tecnologia da informação chinesa, disse que o governo está trabalhando em um cronograma para acabar com a produção e as vendas de veículos com combustível fóssil.

O governo foi nessa direção por alguns anos, fornecendo generosos subsídios para as montadoras construírem veículos elétricos e os consumidores para comprá-los. Os subsídios estão sendo reduzidos este ano e o governo deverá adotar um protocolo de veículo com emissão zero semelhante à da Califórnia, onde as montadoras terão que fabricar uma porcentagem definida de veículos elétricos.

A China está aberta na direção de outros países, uma vez que trata de cidades cada vez mais lotadas, vendas automotivas em expansão e poluição do ar em áreas metropolitanas crescentes. O país já se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono em 2030.

As nações europeias estão lidando com o escândalo nas emissões de diesel da Volkswagen que começou há dois anos, com mais investigação e pressão provenientes de nações e da União Europeia. Os carros a diesel representam cerca de metade do mercado na Europa com consumidores que procuram alternativas desde que o escândalo foi revelado. Políticas rigorosas de emissões de carbono também estão levando à proibição de veículos com combustível fóssil.


A chanceler alemã, Angela Merkel, sugeriu que a Alemanha poderia seguir seus vizinhos europeus na proibição de veículo com combustível fóssil. Buscando seu quarto mandato como chanceler na eleição de 24 de setembro, Merkel enfrentou críticas do oponente por estar muito ligada às montadoras alemãs para impor políticas rígidas de emissões.

O governo alemão tornou-se mais difícil, investigando várias montadoras desde que o escândalo VW aconteceu em 2015.
Uma nova peça de pensamento de um colunista da Bloomberg vê o impacto da decisão esperada da China com um enorme impacto na venda de veículos novos e petróleo no futuro.

Uma estatística mostra que quase 80% do mercado automotivo global está sendo levado para uma eliminação progressiva de carros movidos a petróleo com a adoção de veículos elétricos. Se isso acontecer, a demanda por gasolina e diesel cairá drasticamente.

No entanto, existem alguns grandes obstáculos que devem ser vencidos antes que isso venha a ser adotado em escala maciça.

Um deles é que os EUA, podem ver sua economia de combustível e metas de emissões suavizadas em breve pelo governo federal. Logo depois de assumir a Casa Branca este ano, o presidente Donald Trump anunciou que iria reconsiderar os mandatos da administração Obama no próximo ano. Os comentários da Casa Branca indicam que as regras serão revistas.

O Japão é outro país que ainda não proibiu veículos de combustíveis fósseis. O governo tem adotado uma abordagem mais cautelosa, apoiando os esforços das montadoras japonesas para adotar veículos de células de combustível de hidrogênio. Mas as vendas desses veículos foram bem pequenas até o momento.

Por outro lado, até agora o Brasil, o Canadá, a Rússia, o México e a Itália não possuem planos significativos para proibir os veículos com combustível fóssil. Esses mercados dependem da produção de petróleo e do transporte no exterior, e podem estar menos inclinados a afetar a indústria através de mandatos nacionais de combustíveis fósseis.

A Índia tem planos tentativos de eliminação. Se o governo emitir um mandato, terá um grande impacto na nação, que deverá superar em breve a população chinesa e que tem aumentado as vendas de novos veículos nos últimos anos.

Por enquanto, as probabilidades são contra os governos que desejam que os veículos de combustível fóssil desapareçam. A Bloomberg informa que no ano passado, havia cerca de 695 mil veículos elétricos vendidos contra 84 milhões de veículos novos vendidos em todo o mundo. Há cerca de um bilhão de veículos que usam petróleo em todo o mundo. Livrar-se deles levará bastante tempo. Porém alguns analistas projetam que em 2030 a venda de carros elétrico ultrapassara a de carros a combustão.


Uma grande mudança estrutural irá impactar o mercado de veículos de várias formas. Além da mudança de combustível de motores a combustão por motores elétricos, com impacto maior nas empresas de petróleo que nas montadoras, a preferência dos millennials em usar os serviços da Uber ao invés de comprar carros, os escritórios virtuais que demandam menos deslocamentos, o aumento das compras on-line, podem afetar de forma importante as grandes montadoras que já não se encontram em situação financeira saudável.

A revolução digital, como o Mosca denomina esse momento, e como em toda revolução, inúmeras empresas sucumbem e novas são criadas está impactando de forma generalizada o ambiente de negócios. Fica muito difícil vislumbrar como o mundo estará daqui a 10 ou 20 anos. Como também ninguém sabe, é importante ficar atento a essas mudanças bem como no impacto que poderá ter nos seus investimentos.

A título comparativo a ilustração abaixo mostra a importância em termos de tamanho do mercado de petróleo, quando comparado a das outras commodities.



No post cryptocurriencies, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” trabalho com alta do ouro no longo prazo o-ouro-vai-virar-pó. Nosso trade atual tem um objetivo de U$ 1.380 marcado no gráfico. Mas os preços poderão subir bem mais, o primeiro objetivo depois de ultrapassado seria U$ 1.450 e depois U$ 1.650” ...

 
Na última sexta-feira o ouro atingiu a máxima de US$ 1.357, abaixo do objetivo que havia traçado, ao redor de US$ 1.380. Desde então caiu U$ 36 e hoje está negociando perto da mínimas à U$ 1.321. No post citado acima frisei que antes de qualquer projeção mais otimista era necessário cumprir alguns pré-requisitos. ...” antes de cantar vitória, o ouro terá que passar por vários obstáculos, o primeiro deve ser a U$ 1.380” ...


Sem passar a barreira dos U$ 1.380, existe uma possibilidade de o ouro ainda não ter atingido a mínima nesse ciclo de longo prazo – U$ 1.045 em dezembro de 2015. Essa é a razão que esse nível passa a ser tão importante.

Bem o que fazer agora? Eu marquei no gráfico acima uma área que denominei de “zona de perigo”. Se o ouro pretende continuar subindo da maneira que mencionei acima e fundamental que essa retração seja contida nesse intervalo. Se romper abaixo começo a desconfiar que meus planos não irão acontecer.

- David, mas o ouro nem atingiu o nível de U$ 1.380, pode isso acontecer?
Numa boa! Sempre que eu assinalo níveis deve ser entendido como mais prováveis de acontecer, não obrigatoriamente. A teoria de Elliott Wave tem somente 3 “leis” o resto são hipóteses que não são mandatórias. No caso específico do ouro, não chegar em U$ 1.380 e cair abaixo da “zona de perigo” denota fraqueza. Mas não posso jogar a toalha da alta, vou ter que entender que movimento está acontecendo, mas seguramente o plano será bem postergado.

A análise técnica é um mundo com muitas armadilhas, aquilo que o analista está enxergando pode não se materializar. É frustrante quando isso acontece, fica aquela sensação que bateram a sua carteira, um lucro que já estava quase no bolso vira um empate ou até um prejuízo. O bom analista é aquele que consegue capturar as mudanças sem que a parte emocional afete sua capacidade de raciocínio. Ex post todo mundo sabe o que teria sido melhor!

O SP500 fechou a 2.498, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1364, com alta de 0,38%; o EURUSD a € 1,1866, com queda de 0,66%; e o ouro a U$ 1.322, com queda de 0,68%.

Fique ligado!

Comentários