Devemos confiar na intuição?


O Prêmio Nobel de economia deste ano foi conferido ao economista americano Richard Thaler. Sua vida acadêmica é dedicada a finanças comportamentais. O trabalho premiado desafiou a visão popular na economia de que a tomada de decisão individual era racional e facilmente modelada. Seu trabalho foi elaborado com dados das décadas de 1980 e 1990. Thaler percebeu isso na vida cotidiana, construindo uma ponte entre as análises econômicas e psicológicas na tomada de decisão individual.

Um artigo publicado pelo Wall Srteet Journal aborda sobre a questão do cotidiano, se devemos tomar nossas decisões baseados numa análise racional ou no nosso instinto. Muitos estudos apoiam o uso do instinto, mostrando que as decisões que tomamos inconscientemente, antes que nossa mente racional possa se envolver, são muitas vezes melhores.

Mas nem sempre.

John Bargh, professor de psicologia em Yale, diz que tendemos a confiar em nossas reações instintivas mais do que em nosso racional. A razão é porque acontecem tão rapidamente que pensamos serem verdadeiras essa percepção. Mas há um problema com essa crença, ele diz: Nossos estados emocionais mudam o que nosso instinto nos diz. "Imagine que você está com raiva e conte a alguém sobre um assunto, pensando ser essa a verdade", diz o Dr. Bargh. "No dia seguinte você pode estar em um estado emocional muito diferente e a verdade é diferente".

Dr. Bargh diz que nosso instinto funciona melhor para a resolver algumas coisas, como quando estamos em perigo imediato. Isso pode nos ajudar a identificar rapidamente nossas preferências. É bom também para tomar decisões complexas - digamos, comprando um carro - quando a quantidade de informações e escolhas podem ser irresistíveis.

Mas nosso intestino pode nos levar a ser impulsivo, beber ou fumar quando não devemos. É uma má ideia confiar nele quando as consequências da nossa decisão são perigosamente altas. E se o resultado de nossa escolha afetará outra pessoa, é melhor não confiar no nosso instinto sozinho.

Quando você deve confiar em seu instinto?

Em decisões complexas

Estes incluem assuntos importantes, escolhas como qual carro comprar, onde morar, que oferta de trabalho aceitar. Sua mente consciente terá muita informação para classificar, e pode não haver uma escolha clara. Por exemplo, há muito a considerar ao se decidir sobre uma casa nova: bairro (Perto do trabalho, mas não tão divertido? Mais distante, porém melhor? Preço, tipo de casa.

A pesquisa mostra que, quando as pessoas recebem quatro opções de carro para comprar ou o apartamento a alugar - com características ligeiramente diferentes para cada um - e depois são distraídos para pensar conscientemente sobre sua decisão, fazem melhores escolhas. "Nossa mente consciente não é muito boa em fazer todas essas decisões acontecerem ao mesmo tempo", diz o Dr. Bargh. "Quando você deixa sua mente trabalhar com isso sem prestar atenção consciente, você toma uma decisão melhor".

Usar o pensamento inconsciente e consciente para tomar uma decisão é muitas vezes o melhor. E o pensamento consciente deve vir primeiro. Uma excelente maneira de fazer isso é fazer uma lista dos benefícios e desvantagens de cada escolha que você poderia fazer. Somos treinados na tomada de decisão racional, então isso irá satisfazer sua mente consciente. E às vezes a lista será suficiente para mostrar uma decisão clara.

Mas se não for, faça algo que absorva sua mente consciente. Vá fazer uma caminhada ou correr, andar na praia, jogar xadrez, praticar um instrumento musical. "Entre em si mesmo sem distrações de fora, e seu inconsciente irá continuar trabalhando no problema ", diz Emeran Mayer, gastroenterologista e neurocientista.

Se o risco é elevado, tente pensar racionalmente, mesmo que o tempo é apertado. Por exemplo, se seu instinto lhe disser para pular na frente de um trem a fim de ajudar alguém que simplesmente caiu nos trilhos, isso pode valer a pena arriscar sua vida. Se está dizendo para você pular na frente desse trem, porque você deixou cair sua bolsa, não é. Sua mente racional, e não seu intestino, saberá a diferença, diz o Dr. Bargh.

Preste atenção ao seu estado de espírito. Lembre-se de que emoções fortes podem distorcer sua intuição. Com raiva, seu instinto lhe dará uma resposta diferente do que normalmente seria. Se estiver estressado, no meio de algum tipo de competição, ou mesmo feliz e relaxado. "Lembre-se que o que pensamos ser certo pode mudar de momento para momento", diz o Dr. Bargh. Então, pergunte-se se é a hora de ouvir o seu instinto.

Meu objetivo desse artigo é alertar sobre a importância de seu estado de espirito no momento de tomar uma decisão. A frase acima que grifei é muito verdadeira. Normalmente quando estamos com raiva nossas decisões tendem a ser as piores, vocês já devem ter notado isso. O mesmo acontece quando estamos eufóricos, temos a tendência de achar tudo cor de rosa. Eu recomendo que quando estiverem num desses dois extremos evitem a tomada de decisão usando o extinto, busquem fazer outra atividade visando retornar ao estado normal.

Mesmo usando a análise técnica, você está sujeito a essas distorções. Em algum estado emocional extremo, pode ser levado a “enxergar” movimentos que encaixam com sua visão momentânea, mas serão vistos diferentemente em outro dia.

No post o-touro-esta-solto, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” O movimento demarcado em vermelho no gráfico abaixo já poderia ser suficiente para considerar a correção completa. Mas muitas possibilidades existem ainda” ... ...” A área em preto, no intervalo contido de € 1,16 - € 1,15 seria o meu “sonho de desejo”, se isso acontecer vamos comprar” ...


Uma outra possibilidade acabou surgindo oriunda do movimento mais recente, que demanda uma certa cautela na minha visão original, de comprar a moeda única. Para quem é conhecedor da teoria de Elliot Wave vai entender que um movimento completo de alta teria terminado ao atingir € 1,21. Se isso acontecer, uma correção mais extensa deveria se suceder.


Nesse exato momento, o euro está negociando a € 1,18. Considerando o movimento traçado no gráfico acima, não me parece ser um nível que indicaria um possível trade de venda. Somente numa única hipótese onde a moeda única não deveria ultrapassar, no curto prazo, € 1,1840.

- David, mas não seria um bom risco x retorno?
É verdade, seria, porém, classificaria esse trade com uma convicção baixa, não o suficiente para meus leitores, e sim para um trader do mercado.

O principal recado transmitido hoje é que não sou mais um comprador do euro “de olhos fechados”. E ainda mais, os níveis de compra podem ser bem diferentes do que eu imaginava antes.

Eu sempre enfatizo que as convicções do analista técnico vão se alterando com o movimento do mercado, seria teimosia manter a mesma opinião só porque você se comprometeu anteriormente. Lembrem o que o artigo acima frisa, se estiver com um sentimento extremado é melhor dar uma (várias) volta (s) no quarteirão.

O SP500 fechou a 2.550, com alta de 0,23%; o USDBRL a R$ 3,1791, com queda de 0,29%; o EURUSD a € 1,1806, com alta de 0,57%; o ouro a U$ 1.288, com alta de 0,39%,


Fique ligado!

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