FED sob nova direção


Amanhã acontece a penúltima reunião do FED antes de terminar o ano. Não fosse dois eventos, esse momento seria de pouca importância. Os dois eventos a que me refiro são: a provável indicação de Jerome Powell como novo Presidente do FED, indicação essa que segundo Trump será anunciado na próxima quinta-feira, e a tão anunciada alta dos juros na reunião de dezembro.

Em relação ao primeiro item, como Powell faz parte do grupo atual do FED, o que ele falar ou insinuar terá muita importância para o mercado. Sua formação é um pouco diversificada, a na academia estudou política, embora tenha trabalhado parte de sua vida na área financeira de Private Equity. Somente em 2012 ingressou no FED na função de Board of Governors, onde adquiriu experiência em política monetária.

Certamente lhe falta fundamentos acadêmicos na área de macroeconomia, como também de mercado. Por outro lado, sua experiência política pode ser de ajuda na condução do Comitê. Provavelmente se apoiara nas opiniões de técnicos dessa instituição o que nos faz levar a crer que não haverá mudanças de rumos na política monetária em curso.

Quanto ao segundo item, acho que estou fora do contexto atual, tenho muita dificuldade de entender qual a diferença entre subir os juros agora ou em dezembro. Se está baixo, por que não resolve já? Mas talvez minha experiência é de tempos onde a inflação era uma ameaça mais eminente e preocupante, parece que hoje em dia não é mais assim. Assim, não espero nada de importante da reunião de amanhã no FED, será mais shaking hands com a professora Yellen, e parabéns antecipado a Powell, embora Trump é Trump, e na quinta-feira ele pode indicar um outro nome!

Ontem foi publicado o dado de inflação acompanhado pelo FED para estabelecimento da política monetária, o PCE. O índice cheio ficou em 1,63% a.a., em linha com as expectativas, já o que excluí gasolina e alimentos foi de 1,33%, bastante baixo, embora ficou dentro das previsões dos analistas.


A evolução dos preços de saúde nos últimos 50 anos pode ser vista abaixo. A diferença acumulada nesse período é enorme quando se compara com a inflação geral, e mesmo com o PIB. É verdade que a expectativa de vida se elevou significativamente nestes últimos anos, mas isso aconteceu às custas de aumento dos custos dos serviços.


O próximo gráfico mostra claramente o efeito da inflação de saúde e moradia (cinza) contra a de produtos (azul). Mais recentemente, enquanto esse último mantém o mesmo nível baixo, o primeiro parece estar arrefecendo. Essa composição está colocando pressão para baixo na inflação.


No lado da economia real, os dados publicados recentemente têm apresentado números superiores a expectativa dos economistas. O gráfico de suprise dá conta de como nesse ano está mais próximo dos extremos, num período compreendendo entre 2010 – 2016 (área hachurada em cinza).


Donald Trump teve um de seus assessores, Robert Muller, que além de ser acusado por interferência Russa nas eleições de 2016, estaria envolvido em lavagem de dinheiro e evasão de impostos. Os americanos vão contratar o Juiz Sergio Moro! Hahaha .... Outra frente que o presidente só conseguiu resultados em seu discurso foi na criação de empregos. O gráfico a seguir não deixa dúvidas, o setor de manufatura vem crescendo, mas os empregos não, pelo menos nos EUA!


No post nunca-esqueça-da-china, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” eu calculo que adentramos numa correção – menor, onde os preços poderiam atingir 74.000 ou 71.500, para em seguida voltarem a subir. Se a bolsa atingir esses níveis vamos comprar o que vendemos recentemente. Mas por enquanto resta acompanhar um pouco mais para definir quanto e a que nível faremos essa nova alocação” ...


Ontem a bolsa chegou a atingir na mínima 74.600 muito próximo do primeiro nível indicado acima. Em função disso, vou estabelecer os seguintes trades: comprar ½ da posição a 74.000, e caso caindo a outra metade a 71.500. O stoploss para essa posição é 69.000.

 
A estratégia adotada de dividir as ordens é função de nossa posição existente no Ibovespa e também pelos parâmetros técnicos que indicarem correções mais prováveis nesses dois pontos. 

O SP500 fechou a 2.575, sem variação; o USDBRL a R$ 3,2724, com queda de 0,50%; o EURUSD a € 1,1644, sem variação; e o ouro a U$ 1.271, com queda de 0,31%.


Fique ligado!

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