Só falta avisar quem?
Amanhã o Fed se reúne para definir a taxa de juro. Ninguém,
nem o Fed, espera qualquer movimento nesse sentido, porém, será divulgado as
suas novas projeções, com os dots
representando a opinião dos membros em relação a taxa de juro para o próximo
dois anos. Lembrem que, na última reunião, houve uma mudança importante de
discurso, sem que houvesse a explicitação desse material – isso só é feito em
determinadas reuniões. Além disso, haverá a secção de perguntas e respostas, onde
Jerome Powell deverá ser bombardeado.
No final de 2019, as expectativas dos juros do Fed caíram 22
pontos desde o último FOMC, portanto, os investidores provavelmente esperarão
um tom significativamente mais manso. Acredita-se que, a mudança será para uma
alta, em 2019 e 2020, e seja praticamente neutra para os investidores.
Alguns analistas esperam que o Fed comunicaria ao mercado,
que espera aumentos isolados e limitados, em consonância com a dependência de
dados. No contexto de previsões de inflação e crescimento amplamente positivas,
dois aumentos isolados seriam otimistas, e não agressivos.
Espera-se que a incerteza inicial do mercado é
suficientemente dovish em relação às
expectativas. Esse cenário deixaria a projeção máxima em cerca de 50 pontos
maior do que o nível atual dos Fed funds, mas os investidores veem as projeções
do FOMC como expectativas exageradas. Desta forma, devem projetar que, as taxas
explicitas no mercado, considerem um corte de 50-60 pontos das projeções do
FOMC.
Em contraste, a mudança para uma única alta em 2019 e
nenhuma em 2020 seria inequivocamente um afrouxamento, apesar de sugerir taxas
mais altas do que os níveis atuais. O foco do mercado estaria no Fed,
confirmando que as taxas estão próximas de um pico. Do ponto de vista do
investidor, a indicação de um pico seria um sinal de que o Fed tinha certeza de
que estava próximo da taxa neutra, e que o risco para as taxas de juros estava
enviesado para baixo.
A projeção de aumento da taxa de: 0,25% + 0%, seria
provavelmente acompanhada por estimativas mais baixas de taxas de desemprego e
políticas de equilíbrio. Este seria um sinal poderoso de que os participantes
do FOMC mudaram sua visão subjacente da dinâmica da inflação para o lado
negativo e eles veem apenas um risco modesto de que as taxas sejam muito mais
altas. A redução das projeções de inflação neste cenário é inequivocamente acomodativa.
Do ponto de vista dos mercados, o cenário de: 0,25% + 0% (e
menos provável, 0% + 0%) provavelmente pressionaria ainda mais os rendimentos dos
EUA e do mundo. Os rendimentos das obrigações provavelmente cairiam. Mas existe
um piso para as taxas a menos que os dados econômicos se deteriorem o suficiente
para justificar uma maior probabilidade de flexibilização. O dólar cairia
drasticamente em primeira instância em relação ao G10 e as moedas emergentes,
mas um forte alta das ações poderia moderar o impacto.
Dada a mudança na retórica do Fed e nos preços de mercado,
permanecer em: 2 x 0,25% + 0,25%, seria
muito agressivo. Os investidores ficariam preocupados que a mudança na
narrativa não fosse visível nas projeções. Dois aumentos projetados em 2019
sugeririam que, o Fed estaria esperando uma alta em junho ou duas altas
seguidas no segundo semestre. Os investidores notariam isso como sugestivo de
que, os membros do FOMC estavam esperando uma pausa, mas não um fim do ciclo de
altas.
Essa percepção provavelmente persistiria mesmo se o FOMC
anulasse o aumento de 2020, porque os dois aumentos de 2019 sugeririam uma
determinação mais forte do que indicam comentários recentes. Os investidores
colocariam mais ênfase nas duas altas do que na pausa subsequente.
O Fed enviou sinais claros de que pretende concluir a
redução do balanço em 2019. Os investidores deixaram de se preocupar com a
contração do balanço como um grande risco para as taxas do mercado monetário e
os rendimentos de longo prazo. Desde que o Fed não se surpreenda do lado hawkish, por exemplo, continuando o
atual ritmo de retração até o final do ano e depois parando, ou mudando para
uma carteira de títulos do Tesouro, os investidores ficariam satisfeitos.
A tática do mercado está dada, as opções mais prováveis
estão explanadas acima com suas prováveis consequências, agora só faltaria
avisar os Russos, como diz a conhecida frase dita pelo Garrincha. Como neste
caso, não acredito que seria efetivo avisá-los (os Russo) por razões obvias,
com quem deveria o mercado combinar? Hahaha ...
Vejam a seguir a mais recente perspectiva do mercado em
relação aos juros, parece encaixar na opção (0,25% = 0,25%), ou até (0,25% + 0%).
Agora a bola está nos pés do Fed.
No post parece-mas-não-e, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Agora que o movimento traçado pela linha
amarela parece ser o mais provável, se a bolsa fechar acima de 99.000, vamos
comprar colocando um stoploss a nível de 96.000, a ser melhor calculado no
rompimento” ... Esse
trade foi executado, porém ajustei o stoploss para 97.000.
No gráfico
acima coloquei qual seria o objetivo esperado para esse trade – 106.000 a
107.000. Vocês também devem ter notado que coloquei um stoploss bastante
apertado. Quando eu faço isso, é porque a convicção não é muito grande e/ou o
objetivo está próximo ao um final de movimento. No caso do Ibovespa, é por
ambos os motivos.
Para dizer a
verdade, esse movimento após o rompimento não me convence muito, existe ainda
um risco de ser um false break. Mas, como se diz, “vamos que vamos”.
Hoje
participei de um evento promovido pelo JPMorgan e reencontrei alguns
companheiros de mercado da velha, velha guarda. Como não poderia deixar de ser,
num determinado momento, um desses colegas perguntou “quanto você tem de bolsa
brasileira na sua carteira? ”. Talvez eles não saibam que uso análise gráfica,
e a percentagem de um determinado ativo é função dos gráficos e não das
expectativas do novo governo. O mais elevado disse manter 40% de seus ativos, é
um risco razoável.
Já o
palestrante disse que, o otimismo dos estrangeiros, não é de longe igual ao dos
brasileiros, estão muito mais cautelosos.
O que me
intriga ultimamente é que, não encontrei ninguém que não acredita que a bolsa
brasileira irá subir, além do mais, o objetivo deles são muito superiores ao do
Mosca. Um deles, mencionou em 120.000
já nas próximas semanas e 180.000 no próximo ano. O Mosca por enquanto trabalha com o objetivo acima, no ano que vem é
outra história, não sei ainda.
Antigamente,
quando numa situação semelhante de otimismo eu estivesse comprado, me sentiria
confortável, o fato de todo mundo estar do meu lado, era um alívio. Hoje em dia
não, fico preocupado. Sabe qual o motivo? Se está todo mundo comprado, quem vai
comprar amanhã? A situação atual tem um componente que mitigaria esse receio, o
fato dos estrangeiros não estarem posicionados. Mas eles comprariam sem a
definição das reformas? Acho pouco provável.
Tecnicamente,
o mercado parece demostrar uma certa fadiga, sobe com muito esforço, vejam no
gráfico. Sendo assim, prefiro muita cautela nesse momento, não acho bater em
morto essa compra! Mas, vamos que vamos! Let’s
the market speak!
O SP500
fechou a 2.832, sem variação; o USDBRL a R$ 3,7885, sem variação; o EURUSD a €
1,1352, com alta de 0,11%; e o ouro a U$ 1.306, com alta de 0,23%.
Fique ligado!
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