Fatores de mercado



Acredito que a alta recente da bolsa americana tem muito a ver com o posicionamento técnico. Na próxima sexta-feira vencem 4 tipos de contratos: índices futuros; opções de índices, opções de ações especificas e futuros de ações.

Apesar das expectativas de lucros reduzidos, dos dados macroeconômicos decepcionantes, da incerteza do acordo comercial EUA-China e do caos Brexit - aumentaram esta semana (em face da recusa total do mercado de títulos). Normalmente quando os juros caem, principalmente nos níveis atuais, o investidor interpreta como uma fuga para segurança, vendem ações e colocam em títulos seguros.



Para acrescentar a disparidade o gráfico a seguir mostra o índice de surpresas para as maiores encomias mundiais bem como para as emergentes. Esse é um dos argumentos coloca em cheque a diversidade entre a bolsa e os juros mencionada acima. 


Mas o que estaria acontecendo?

Segundo especialista técnicos 3 fatores poderiam estariam impulsionando a bolsa:

·         As recompras dos setores de: Healthcare, Tech, Industrials e Fins, que são os 4 maiores do SP500.

·         Posicionamento nos mercados de derivativos com um viés negativo vindo do último trimestre de 2018.

·         Finalmente, a estrutura dos contratos de volatilidade – VIX, continua a se comprimir e a penetrar no contango – essa nomenclatura significa que as taxas de volatilidade futuras são superiores as atuais.

Mas o grande driver é mais simples - é a Semana de vencimento quadruplo.

- David, não entendi nada, pode trocar em miúdos?
Sim, entendo ser esse um assunto bastante técnico, mas não posso aqui dizer “acreditem em mim o mercado subiu por motivos técnicos”, não é um argumento crível. Para simplificar poderia dizer que, o mercado provavelmente estava ou ainda está com um viés vendido e pode estar subindo porque, quem estava nessa posição, estaria zerando.

Essa situação perdura até o vencimento de amanhã, quando boa parte das posições serão eliminadas. No dia seguinte, sem esse peso, o mercado andaria por outros motivos. E nesse quesito não faltam dúvidas sobre a real condição da economia americana e mundial.

Não quero com isso dizer que necessariamente o mercado vai cair, mas que um grande peso de alta (quem estava vendido), foi fortemente diminuído.

Falando em análise técnica vejam a seguir o gráfico que encontrei postado hoje. Não tenho a menor ideia do que esse analista acompanha, mas seguramente só ele pode entender. Minha dúvida é se acompanhar tanta coisa resulta em algo vantajoso. Como diria meu ex-sócio, pergunte qual o seu carro para sabre a resposta. Talvez hoje em dia, seria melhor perguntar que vinho bebe, qual o hotel de sua preferência! Hahaha.


Complementando, sabemos que a Petrobras foi dizimada nesses últimos anos, não fosse a “garantia” implícita do governo brasileiro já teria quebrado. Por outro lado, a empresa possui um corpo técnico bastante competente, além de condições de extração em termos de custo que lhe dá vantagens em relação a seus concorrentes. Feita uma limpeza no quadro nesses últimos anos, voltou a ter mais brilho, e a extração de óleo está em alta, vejam as projeções para 2019.


No post bota-fogo, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” em mais que 2/3 das vezes, quando o mercado se encontram numa conjuntura semelhante à atual do euro, as chances são maiores de queda, conforme apontei no gráfico abaixo em marrom. Em isso acontecendo, podemos esperar cotações ao redor € 1,06 / € 1,05” ... ...” Mas um bom analista também deve analisar qual seria o cenário alternativo, e nesse caso pode ser uma alta do euro. Embora pouco provável, esta chance existe. A moeda única poderia muito bem passar por um false break, para baixo, para em seguida ser rejeitado e começar a subir. Como mencionei acima em vermelho “pregaria uma peça no mercado”...


Acho que eu estava pressentindo algo no sentido descrito acima (sublinhado), o euro chegou a mínima de 1,1175 quando o ECB anunciou que aumentaria o estimulo aos bancos além de manter os juros negativos. Mas logo em seguida, reverteu a queda e encontra-se atualmente em 1,13.

Foi sorte? Acredito que sim, pois talvez devesse ter vendido a 1,12. Mas independente do motivo, o prejuízo não seria grande pois certamente meu stoploss seria curto. As vezes acontece situações como essa e ao invés de achar que você é um gênio, que conseguiu prever um false break, é melhor assumir que foi sorte.

Voltamos a situação anterior, é necessário um break agora abaixo de 1,117 para entrar na venda do euro, ou aguardar um nível um pouco superior para atuar na mesma direção.


O momento se aproxima e dentro em breve vamos saber se o euro vai romper o triângulo marcado no gráfico acima, para um lado ou para outro. Se subir vou propor um trade de venda num nível que ainda precisa ser melhor calculado, se for para baixo de 1,116 no fechamento, com um stoploss a € 1,135.

- David, não pode existir um segundo “false break”?
Olha eu não lembro, o que indica que se existir deve ser muito raro. Desta vez vamos vender e arriscar um eventual prejuízo.

O SP500 fechou a 2.808, sem variação; o USDBRL a R$ 3,8428, com alta de 0,78%; o EURUSD a 1,3101 com queda de 0,29%; e o ouro a U$ 1.296, com queda de 1,07%.

Fique ligado!

Comentários